ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: ABORDAGEM FITOQUÍMICA DO EXTRATO VEGETAL DA Jatropha gossypiifolia L.

AUTORES: ARAÚJO, JOSIMAR A. (IFMA-ZÉ DOCA) ; FRANÇA, M. C. (IFMA-ZÉ DOCA) ; ARAÚJO, J. A. (IFMA-ZÉ DOCA) ; ARAÚJO, T. P. (IFMA-ZÉ DOCA) ; ANJOS, D. F. DOS (IFMA-ZÉ DOCA) ; CHAVES, D. C. (IFMA-ZÉ DOCA) ; CORREIA, M. J. M. (IFMA-ZÉ DOCA)

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi acometer fitoquimicamente o extrato alcoólico da Jatropha gossypiifolia L., buscando-se identificar qualitativamente à presença de açucares redutores, saponinas espumídicas, polissacarídios, fenóis e taninos. Após a coleta, o material foi triturado e submetido à extração com etanol para a obtenção do extrato vegetal. A metodologia consistiu na análise fitoquímica do extrato segundo orientações do Manual Para Análise Fitoquímica e Cromatográfica de Extratos Vegetais (BARBOSA, 2004). A espécie Jatropha gossypiifolia L. não apresentou os metabólitos secundários citados acima. Existe a necessidade de estudos futuros com um maior nível de exatidão para avigorar a ausência desses compostos fitoquímicos.

PALAVRAS CHAVES: fitoquímica, metabólitos secundários, jatropha gossypiifolia l.

INTRODUÇÃO: De geração em geração desenvolveu-se uma ciência que presenciamos nos dias atuais. A fitoterapia é a evolução do emprego das plantas medicinais (JÚNIOR, J. F. L. et al., 2005). As análises realizadas nesta área do conhecimento objetivam detectar os principais grupos de compostos fitoquímicos presentes em plantas que, segundo a medicina popular, tenham propriedades curativas. A detecção de grupos metabólitos que interessam à fitoquímica é realizada através de testes qualitativos preliminares em extratos vegetais secos (GAMBETA, 2008).
Os metabólitos secundários já foram considerados produtos de excreção vegetal. Entretanto, sabe-se que essas substâncias são responsáveis pela adaptação do seu produtor ao meio. Portanto, possuem funções biológicas importantes (GAMBETA, 2008).
Pião-roxo é o nome dado à espécie Jatropha gossypiifolia. Pertence à família Euphorbiaceae; gênero Jatropha; subgênero Jatropha; secção Jatropha e subsecção Adenophorae. Uma das principais características da espécie é a utilização de seu óleo como matéria-prima para a possível produção de biodiesel (MAIOR, 2010). Popularmente o pião-roxo é utilizado para combater úlceras pépticas, neoplasias, diabetes e diarréias, entre outras. Ainda é citada como cicatrizante (MARIZ, et al., 2006).
A população de Zé Doca/MA faz uso do líquido liberado por partes foliares da planta, como cicatrizante, levando-nos a iniciar um estudo mais aprofundado sobre as atividades fitoquímica e farmacológica. O objetivo do trabalho foi inicialmente determinar açucares redutores, saponinas espumídicas, polissacarídeos, fenóis e taninos no extrato alcoólico da Jatropha gossypiifolia L.


MATERIAL E MÉTODOS: As folhas foram coletadas e secas a temperatura ambiente, e em seguida triturados para a obtenção do extrato alcoólico. O material foi coletado em 2009 em dois pontos diferentes no perímetro urbano da cidade de Zé Doca-MA, que está localizado na mesorregião do Oeste Maranhense. O extrato alcoólico foi submetido a análise fitoquímica através de testes para a identificação de metabólitos secundários. Foram utilizados alguns miligramas do extrato para cada um dos testes fitoquímicos realizados (açucares redutores, saponinas espumídicas, polissacarídeos, fenóis e taninos), e que os mesmo foram realizados em triplicata. O método utilizado para cada um dessas análises está descrito no Manual Para Análise Fitoquímica e Cromatográfica de Extratos Vegetais (BARBOSA, 2004). Vale ressaltar que os testes realizados foi inicilamente de caráter qualitativo.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Todos os testes fitoquímicos realizados com o extrato das folhas da Jatropha gossypiifolia L. coletada na cidade de Zé Doca/MA apresentaram resultado negativo para esses compostos fitoquímicos: açucares redutores, saponinas espumídicas, polissacarídeos, fenóis e taninos.
Segundo BARBOSA (2004), para o teste de saponinas espumídicas ser considerado positivo é necessário que a camada de espuma permaneça constante durante meia hora. Um dos tubos de ensaio para este teste mostrou indícios da formação de espuma, porém, essa formação durou aproximadamente cinco minutos, podendo ser indício de açúcares e não especificamente saponinas.
Para os testes de fenóis e taninos não houve qualquer mudança na coloração ou formação de precipitado, quando comparado com o teste em branco (água + solução de FeCl3). Este fato caracteriza resultado negativo para a presença dessas substâncias na planta em estudo.
Para ser considerado resultado positivo nos testes de polissacarídeos era necessário o aparecimento de coloração azul na solução contida no tubo de ensaio na presença de lugol. Este fato não foi detectado. Portanto, o resultado foi considerado negativo.


CONCLUSÕES: A partir dos testes fitoquímicos realizados com o extrato vegetal da Jatropha gossypiifolia L. verificou-se que os resultados não detectaram a presença dos seguintes metabólitos secundários: saponinas espumídicas, fenóis, taninos e polissacarídios, no entanto se observa que a referida espécie é citada e utilizada na medicina popular, como cicatrizante. Portanto, existe a necessidade de estudos futuros com um maior nível de exatidão para reforçar a ausência dos compostos fitoquímicos citados acima e verificar a presença de outros metabólitos secundários.

AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão Campus Zé Doca.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BARBOSA, W. L. R. Manual para análise fitoquímica e cromatográfica de extratos vegetais. Revista Científica da UFPA http://www.ufpa.br/rcientifica Vol 4, 2004.

GAMBETA, M. R. Perfil Fitoquímico De Diferentes Extratos De Ilex Paraguariensis St. Hilaire. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Farmácia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. Pág. 12. 2008.

JÚNIOR, J. F. L. et al.; O Uso de Fitoterápicos e a Saúde Bucal. Saúde rev., Piracicaba, 7(16): 11-17, 2005.

MAIOR, M. A. F. S. et al.; Possibilidade de crescimento do pinhão roxo em ambiente protegido. IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB – 2010.

MARIZ, S. R. et al.; Estudo toxicológico agudo do extrato etanólico de partes aéreas de Jatropha gossypiifolia L. em ratos. Rev. bras. farmacogn. vol.16 no. 3. João Pessoa. Jul/Set. 2006.