ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE EXTRATOS DAS FOLHAS E FRUTOS DA ACEROLEIRA

AUTORES: ANDRADE, J. (UFLA) ; CARDOSO, M. G. (UFLA) ; GOMES, M. S. (UFLA) ; SILVA, L. F. (UFLA) ; TEIXEIRA, M. L. (UFLA) ; MIRANDA, C. A. S. F. (UFLA)

RESUMO: RESUMO: Atualmente tem-se observado uma crescente busca por produtos naturais, tanto por parte das indústrias farmacêuticas, alimentícias, de cosméticos e utilização na agricultura. As plantas dispõem de mecanismos secundários que despertam interesses diversos, em especial aqueles que vêm se destacando por suas atividades antioxidantes. Neste trabalho objetivou-se realizar uma triagem fitoquímica e avaliar a atividade antioxidante qualitativa/quantitativa dos extratos obtidos de frutos e folhas da aceroleira. Por meio da triagem fitoquímica inferiu-se a presença de compostos que apresentam caráter antioxidante, como taninos, flavonóides, etc. Este parâmetro foi comprovado, empregando-se método de sequestro de radicais DPPH, obtendo-se resultados positivos com os extratos estudados.

PALAVRAS CHAVES: acerola, antioxidante.

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: A aceroleira (Malpighia emarginata D. C.) pertencente à família Malpighiaceae e popularmente conhecida como cerejeira das Antilhas, é uma planta rústica e de porte arbustivo. No Brasil, a maior parte das espécies pertencentes à família Malpighiaceae é conhecida por ser utilizada com finalidade terapêutica e como alimento. Sendo assim, é relevante ressaltar a necessidade de estudos fitoquímicos com essas espécies (DAVID e SANTOS, 2003).
Nas últimas décadas, nota-se uma crescente preocupação dos consumidores de alimentos com questões relacionadas à saúde. Este fato tem impulsionado o desenvolvimento de alimentos com propriedades funcionais, cujos constituintes são compostos com potencial para retardar o estabelecimento de doenças e, com isso, melhorar a qualidade e a expectativa de vida.
Estudos sobre alimentos como a acerola, comprovam que o consumo regular dessa fruta está associado à prevenção de algumas doenças, tendo em vista sua riqueza em compostos com ação antioxidante. Os compostos fenólicos, os carotenóides e o ácido ascórbico, componentes químicos usualmente presentes na acerola, vem sendo apontados como responsáveis por este efeito protetor, em virtude de sua natureza química, que possibilita a atuação dos mesmos como agentes redutores, protegendo o organismo humano contra o estresse oxidativo, o qual está associado ao aumento da incidência de câncer e outras doenças degenerativas.
Diante do exposto o objetivo deste trabalho foi avaliar qualitativa e quantitativamente a atividade antioxidante dos extratos das folhas e frutos da aceroleira (Malpighia emarginata D.C.).


MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAIS E MÉTODOS: Para obtenção dos extratos etanólicos utilizados nas reações da triagem fitoquímica, pesaram-se 100 g do fruto de acerola e 25 g das folhas frescas. As amostras foram colocadas sob refluxo lento com etanol durante 24 horas. Os extratos foram filtrados e concentrados em evaporador rotatório. Após evaporação, os extratos foram submetidos aos testes fitoquímicos. Esses foram baseados em reações de mudança de coloração e de precipitação para detecção dos principais constituintes bioativos (MATOS, 1997).
Para a avaliação qualitativa da atividade antioxidante (A.A.), prepararam-se soluções dos extratos diluídos em metanol na proporção de 1:10. Nas placas de cromatografia em camada delgada, foram aplicados 5 μL dessas soluções, empregando a mistura binária metanol/acetato de etila (1:1) como fase móvel. Após a secagem ao ar livre, as placas foram borrifadas com solução metanólica de DPPH 0,2%. A ocorrência de manchas amarelas indica uma possível A.A. dos extratos metanólico e etanólico dos frutos e das folhas em estudo (TEPE, 2005).
O estudo da atividade antioxidante dos extratos foi realizado quantitativamente pelo método DPPH utilizando como controle positivo BHT, BHA e ácido ascórbico (SOUSA et al, 2007). Este consistiu no monitoramento do consumo do radical DPPH pelas amostras em soluções de concentrações 25, 50, 100, 150, 200, 250 e 500 µg.mL-1, por meio da medida do decréscimo da absorbância. Estas medidas foram realizadas em espectrômetro UV-vis, no comprimento de onda de 516 nm.
A porcentagem da atividade antioxidante foi determinada pela expressão: {%AA=100-[(Absamostra- Absbranco)x 100}] / AbsDPPH}, onde AbsDPPH é a absorbância inicial da solução metanólica de DPPH e Absamostra é a absorbância da mistura reacional (DPPH com amostra).


RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos na triagem fitoquímica estão representados na Tabela 1.

Tabela 1. Resultados obtidos para a triagem fitoquímica do extrato alcoólico das folhas/ frutos

Observando-se os dados da Tabela 1, constata-se a presença de compostos que apresentam caráter antioxidante, como os taninos, flavonóides, carotenóides e derivados de cumarina.
A avaliação preliminar qualitativa dos extratos por cromatografia em camada delgada, sugeriu a existência de substâncias com atividade antioxidante, evidenciadas nas cromatoplacas pela presença de manchas amarelas sobre fundo púrpuro, resultantes da redução do radical DPPH.
A Tabela 2 apresenta os valores da porcentagem da atividade antioxidante dos extratos metanólico/etanólico das frutas, (E1/E2), e das folhas (E3/E4), e dos antioxidantes sintéticos utilizados.

Tabela 2. Porcentagens da atividade antioxidante dos extratos e antioxidantes sintéticos.


Constata-se que com o aumento das concentrações dos extratos, aumenta-se a atividade antioxidante. Nota-se também que os extratos apresentaram atividade inferior aos antioxidantes sintéticos.






CONCLUSÕES: CONCLUSÃO: Os extratos metanólicos e etanólicos das frutas e das folhas apresentaram uma baixa atividade antioxidante, quando comparada com a atividade dos antioxidantes sintéticos.

AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS: FAPEMIG e CNPq.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: DAVID, J.M.; SANTOS, F.A. 2003. Flavonoides e triterpenos de Stigmaphyllom paralias. Quim. Nova, vol. 26, n.4, p. 484-487.

MATOS, F.J.A. 1997. Introdução a fitoquímica experimental. Fortaleza: Edições UFC, p: 45-64.

SANTOS, R.J.; LAJOLO, F.M.; GENOVESE, M.I. 2003. Composição química e capacidade antioxidante da acerola e de sua respectiva polpa congelada. In: Simpósio Latino Americano de Ciências de Alimentos e a Inovação da Indústria de Alimentos, Campinas, Anais...Sao Paulo: UNICAMP, CD-ROM.

SOUSA, C.M.M.; SILVA, H.R.; VIEIRA JÚNIOR, G. M.; AYRES, M. C. C.; COSTA, C. L. S.; ARAÚJO, D. S.; CAVALCANTE, L. C. D.; BARROS, E. D. S.; ARAÚJO, P. B.M.; BRANDÃO, M. de S.; CHAVES, M. H. 2007. Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais. Química Nova, v. 30, p. 351-355.

TEPE, B.; DAFERERA., D.; SOKMEN, A.; SOKMEN, M.; POLISSIOU, M. 2005. Antimicrobial and antioxidant activities of the essential oil and various extracts of Salvia tomentosa Miller (Lamiaceae). Food Chemistry. Vol 90, May, Pages 333-340.