ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: ANÁLISE FITOQUÍMICA QUALITATIVA PARA IDENTIFICAÇÃO DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS EM EXTRATO ETANÓLICO DE Cecropia peltata
AUTORES: ARAÚJO, JEOVAN A. (IFMA/ZÉ DOCA) ; CHAVES, D. C. (IFMA/ZÉ DOCA) ; ARAÚJO, T. P. (IFMA/ZÉ DOCA) ; ARAÚJO, JOSIMAR. A. (IFMA/ZÉ DOCA) ; CORREIA, M. J. M. (IFMA/ZÉ DOCA)
RESUMO: O uso de plantas medicinais para o tratamento de doenças é uma prática comum e tradicional na história da humanidade. Este trabalho teve como objetivo a identificação de alguns dos metabólitos secundários presentes no extrato alcoólico seco de C. peltata, a fim de adquirir informações para poder orientar a população na identificação correta da planta, no conhecimento de seus efeitos terapêuticos e de como e quando usá-la. A preparação das amostras e os testes foram realizados segundo os métodos descritos por BARBOSA (2002). Dos testes realizados, apenas o teste de identificação de alcalóides obteve resultado negativo e os demais resultados positivos, de acordo com literatura consultada.
PALAVRAS CHAVES: fitoquímica, cecropia peltata , metabólitos secundários
INTRODUÇÃO: Historicamente, a utilização de plantas medicinais na prevenção e/ou tratamento de enfermidades é tão antiga quanto à própria história da humanidade. Até hoje, todo o conhecimento acumulado sobre plantas, deve-se a observações realizadas por homens e mulheres, que durante todos esses anos investigaram a natureza e testaram em si próprios o efeito de inúmeras espécies para tratar seus males (RODRIGUES & REALI, 2008). O fitoterápico caracteriza-se pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com extratos vegetais (LIMA JUNIOR, et al. 2005). O gênero Cecropia, popularmente conhecido como embaúba é composto por 75 espécies tropicais que são encontradas ao redor de florestas densas, lagos, em solos úmidos e áreas devastadas. As espécies deste gênero são árvores de tronco reto e oco, que atingem de 4 a 30 metros de altura, dependendo da espécie (LUENGAS-CAICEDO, 2005). As plantas medicinais apresentam grandes números de substâncias, que podem assumir a função de antídoto ou de veneno. Por isso, não é aconselhável acreditar que elas podem nos oferecer somente benefícios. Entretanto, ainda é comum a utilização de plantas medicinais baseados apenas em conhecimentos populares, negligenciando os riscos ofertados aos usuários. No presente trabalho objetivou-se a identificação dos metabólitos secundários no estudo qualitativo do perfil fitoquímico da C. peltata, a fim de adquirir informações para poder orientar a população na identificação correta da planta, no conhecimento de seus efeitos terapêuticos e de como e quando usá-la.
MATERIAL E MÉTODOS: Os extratos foram adquiridos a partir das folhas de plantas coletadas nas proximidades do município de Zé Doca – MA e encaminhadas ao Laboratório Químico do Instituto Federal do Maranhão / Campus Zé Doca, para preparação e análise. Os métodos utilizados na preparação das amostras e nos testes fitoquímicos foram realizados de acordo com BARBOSA (2001) descritos no Manual para análise fitoquímica e cromatográfica de extratos vegetais. Foram realizados testes para identificação de alcalóides, saponinas espumídicas, açúcares redutores, esteróides, triterpenóides, fenóis e taninos. Primeiramente o material foi seco a temperatura ambiente e, em seguida foi triturado e colocado em contato com álcool etílico para a obtenção do extrato bruto alcoólico, através da destilação simples, visando o reaproveitamento do etanol empregado no processo de extração.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para identificação dos metabólitos secundários foram realizados testes com o extrato seco obtido a partir das folhas da Cecropia peltata, apresentando resultados positivos para a maioria dos testes. O teste para saponinas apresentou formação de uma camada de espuma que permaneceu estável por mais trinta minutos indicando reação positiva. Para identificação de fenóis e taninos observou-se mudança na coloração da mistura, resultando numa coloração inicial avermelhada indicando presença de fenóis e a presença de taninos catéquicos devido à formação de precipitado escuro de tonalidade verde. No teste para açúcares redutores foi utilizado o reativo de Fehling A e B, e observou-se a formação de precipitado vermelho tijolo confirmando reação positiva. Na análise de esteróides e triterpenóides ocorreu um desenvolvimento de cores desde azul evanescente ao verde persistente que indicam resultado positivo. Para o teste de identificação de alcalóides foi utilizado o reativo de Bouchardart e observou-se a não formação do precipitado laranja avermelhado indicando portanto, resultado negativo.
CONCLUSÕES: A análise fitoquímica qualitativa mostrou que a Cecropia peltata apresentou, em termos de metabólitos secundários, resultados positivos para os testes de saponinas espumídicas, fenóis, taninos, açucares redutores, esteróides e triterpenóides, seguindo o que a literatura pesquisada descreve. Entretanto, apresentou resultado negativo para o teste de alcalóides, sendo que na literatura consta o resultado positivo para algumas espécies, enquanto para a Cecropia peltata o resultado foi negativo.
AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão/ Campus Zé Doca por apoiar este projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BARBOSA, W. L. R. Manual para análise fitoquímica e cromatográfica de extratos vegetais. Universidade Federal do Pará (UFPA). Belém, 2001.
LIMA JUNIOR, J. F.; VIEIRA, L. B.; LEITE, M. J. V. F.; LIMA, K. C. O Uso de Fitoterápicos e a Saúde Bucal. Disponível em: <www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf/saude16art02.pdf> Acesso em: 30/06/2010> Acesso em: 30/06/2010.
LUENGAS-CAICEDO, P. E. Contribuição para a padronização de Extratos de folhas de cecropia glaziovii Snethl.: estudos de variação sazonal e Intra-específica de flavonóides e Proantocianidinas, de metodologias de Extração e de atividade vasorelaxante. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Belo Horizonte, 2005.
RODRIGUES, R. M. W.; REALI, K. M. Uso de plantas medicinais em domicílios de Guarapuava. Disponível em: <http://web03.unicentro.br/especializacao/Revista_Pos/P%C3%A1ginas/Escola%20de%20Governo/Edi%C3%A7%C3%A3o%205/PDF/10-Ed5_EG-Plant.pdf> Acesso em: 30/06/2010.