ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: ANÁLISE FITOQUÍMICA DO EXTRATO ALCOÓLICO DA TURNERA ULMIFOLIA L.
AUTORES: CORREIA, M. J. M. (IFMA) ; FRANÇA, M. C. (IFMA) ; ARAÚJO, JEOVAM. A (IFMA) ; JANSEN, A. F. (IFMA) ; CHAVES, D. C. (IFMA) ; ARAÚJO, JOSIMAR. A. (IFMA) ; ARAÚJO, T. P. (IFMA)
RESUMO: RESUMO: A busca da cura através de plantas com propriedades medicinais é uma prática comumente difundida desde a antiguidade. No entanto, nem sempre há a comprovação científica dos agentes químicos as constituem. O que se torna um grave risco à saúde daqueles que fazem uso dos fitoterápicos sem a correta indicação. Portanto, este trabalho tem por objetivo analisar o extrato obtido das folhas da Turnera ulmifolia L. segundo procedimentos descritos por Barbosa (2001). Sendo obtidos como resultados a presença de saponinas, taninos, açúcares redutores e alcalóides. O que nos permite concluir que a planta apresenta ação terapêutica. Entretanto, o uso inadequado desta, em função da presença de alcalóides pode vir a se tornar um fator agravante à saúde.
PALAVRAS CHAVES: palavras chaves: plantas medicinais, chanana, fitoquímica.
INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: A utilização de plantas medicinais no tratamento de doenças tem sido alvo de investigação de muitos estudiosos desde as antigas civilizações. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um percentual de 65-80% da população de países subdesenvolvidos faz uso exclusivo de plantas medicinais para o tratamento de suas enfermidades. No Brasil, as plantas medicinais da flora nativa são consumidas com pouca ou nenhuma comprovação de suas propriedades farmacológicas. (JUNIOR, 2005).
Para Ferreira (1998), apesar da riqueza da flora brasileira e da ampla utilização de plantas medicinais pela população, existe o consenso da insuficiência de estudos científicos acerca do assunto. Portanto, torna-se necessário estimular a realização desses estudos, tendo em vista a importância dos seus resultados tanto individuais como sociais. Para atender às recomendações da OMS, Matos (2000), propõe numa primeira abordagem a associação do trabalho de validação das propriedades medicinais, baseado na análise das formas de conhecimento empírico e científico. O que possibilitará, direta ou indiretamente, o uso adequado das plantas medicinais.
Dentre as plantas amplamente utilizadas na medicina popular, A Turnera ulmifolia L., planta da família Turneracea, predominante na América Tropical e Subtropical conhecida como chanana, é uma espécie usada no tratamento de diversas alopatias, sendo comumente empregada com funções terapêuticas relacionadas às disfunções sexuais, inflamação, bronquite, diabete, hemorragia, vesícula e distúrbios gástricos e intestinais. (PENIDO et al., 2007). De ante do exposto, este trabalho visa identificar as propriedades fitoquímicas do extrato, obtido a partir das folhas da planta Turnera ulmifolia L., associando-as às suas respectivas ações medicinais.
MATERIAL E MÉTODOS: METODOLOGIA: As técnicas empregadas para estudo da planta Turnera ulmifolia L. constituem-se de coleta de material, realizada no município de Zé Doca-MA, sendo selecionadas para estudo as folhas, das quais se obteve o extrato alcoólico resultante do material previamente triturado e seco, imerso em etanol. Para análise fitoquímica, foram realizados testes de: saponinas espumídicas, fenóis, taninos, açucares redutores, antraquinonas, purinas e alcalóides, segundo procedimentos descritos no Manual de Análise Fitoquímica e Cromatográfica de Extratos Vegetais (BARBOSA, 2001).
A identificação de saponinas (T1- teste 1) obteve-se através da dissolução do extrato em água sob constante agitação; para fenóis e taninos (T2- teste 2), os testes foram realizados na presença de cloreto férrico (FeCl3); para açucares redutores (T3- teste 3) em presença de reativos de Fehling A e Fehling B, aquecendo-se em banho maria (BM); para antraquinonas (T4- teste 4) em reação do extrato com tolueno e hidróxido de amônio; Para identificação de purinas (T5- teste 5) utilizou-se ácido clorídrico, peróxido de hidrogênio e hidróxido de amônio; os testes de alcalóides (T6- teste 6) foram realizados em dissolução do extrato em ácido clorídrico e adição do reativo de Bouchardat. Todos os testes foram realizados em triplicata.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nos resultados obtidos em análise do extrato alcoólico da Turnera ulmifolia L., identificou-se a presença de saponinas, taninos, açúcares redutores e alcalóides cuja ação medicinal equivale a aquelas já conhecidos pela população. Após constante agitação de pequena quantidade do extrato observou-se a persistência de espumas por intervalo de tempo superior a meia hora, evidenciando a presença de saponinas espumídicas. De acordo com Pereira (2005), tais substâncias possuem a propriedade de aumentar a secreção salivar, gástrica e brônquica, favorecendo a expectoração, e ação medicinal diurética, depurativa, antiinflamatória e anti-edematogênica, auxiliando ainda na absorção de outros princípios ativos. Em T2, a formação de precipitado verde indica a presença de taninos catequicos. Segundo Simões (2004) os taninos são empregados no tratamento de diversas malestias, como diarréia, Hipertensão arterial, reumatismo, hemorragias, problemas estomacais e renais e processos inflamatórios. Em T3 a formação do precipitado vermelho tijolo indica reação positiva para açúcares redutores; em T4 e T5 não houve variação de cor, resultando em reação negativa para antraquinonas e purinas respectivamente; em T6 houve formação de precipitado alaranjado vermelho devido à presença de alcalóides, compostos farmacologicamente ativos que agem sobre o sistema nervoso e muscular. No entanto a ação medicinal é variada e depende da estrutura química dos alcalóides, podendo estimular ou deprimir um organismo. (PEREIRA, 2005).
CONCLUSÕES: CONCLUSÃO: Os testes realizados a partir do extrato alcoólico da Turnera ulmifolia L., permitem identificar a presença de saponinas espumídicas, taninos catequicos, açúcares redutores e alcalóides, os quais podem ser associados às atividades terapêuticas de uso na medicina popular, com indicações antiinflamatória, antimicrobiana, antiviral e hemolítica, como também é indicada em tratamento gástrico e intestinal entre outros mencionados por Penido (2007). No entanto há uma ressalva quanto à presença de alcalóides podendo apresentar-se como uma substância tóxica quando em uso inadequado.
AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Fderal de Educação, Cência e Tecnologia do Maranhão/ Campus Zé Doca pelo incentivo à pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIA: BARBOSA, W. L. R. Manual para análise fitoquímica e cromatográfica de extratos vegetais. Universidade Federal do Pará (UFPA). Belém, 2001.
FERREIRA, S. H. (Org.). Medicamentos a partir de plantas medicinais no Brasil. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, p. 131, 1998.
JUNIOR, V. F. V.; PINTO, e A. C. Plantas medicinais: cura segura? Revista Química Nova, Vol. 28, No. 3, 519-528, 2005.
MATOS, F. J. A. Contextualização histórica da fitoterapia no Brasil. In: Plantas medicinais: guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no Nordeste do Brasil. 2. ed. Fortaleza: UFC, . p. 346, 2000.
PENIDO, A.B.; SILVA, M. de W. B. Guia Fitoterápico. Curso de Farmácia (FACIMP) Imperatriz, MA. P.34, 2007.
PEREIRA, B. M. R. Projeto Plantas Medicinais. Farmacêutica Industrial. Centro Popular de Saúde Yanten. 2005.
SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. Porto Alegre – Florianópolis: UFGS/ UFSC, 2004.