ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: A PERCEPÇÃO SENSÍVEL COMO PORTA DE ENTRADA PARA O INTELECTO: COM ÊNFASE NO ENSINO DE QUÍMICA.

AUTORES: ALVES, M.F.G. (UNILESTE) ; LOPES, L.S. (UNEC)

RESUMO: A educação sempre foi um tema muito discutido por profissionais de diversas áreas. A sociedade está em constante mutação e da mesma forma os processos educacionais. Os métodos de ensino variam de acordo com o objetivo e conteúdo. Essa realidade exige a adaptação do professor ao meio, de forma que ele como agente educador seja capaz de ensinar conteúdos de forma eficaz. A percepção sensível humana leva de forma natural informações que são somadas ao intelecto humano. A partir de pesquisas bibliográficas e informais foi possível concluir que quando utilizados em prol do ensino, os métodos educativos que apelam para a percepção sensível do aluno serão agentes transformadores capazes de formar futuramente indivíduos pensantes habilitados a racionar e produzir de maneira criativa.

PALAVRAS CHAVES: percepção - intelecto - ensino de química

INTRODUÇÃO: Desde os primórdios da história da humanidade a compreensão do processo pelo qual o homem chega a conhecer provou ser um desafio para filósofos e pensadores. Atualmente, quando se fala em educação, percebe-se o surgimento de conceitos tais como: Educar é fazer emergir vivências do processo de conhecimento. O “produto” da educação deve levar o nome de experiências de aprendizagem, e não simplesmente aquisição de conhecimentos supostamente já prontos e disponíveis para o ensino concebido como simples transmissão (ASSMANN, 2003).
No cenário educacional atual encontra-se também o problema do divórcio entre teoria e prática. É que conhecer coisas não é o mesmo que compreendê-las. Aprender fatos, mas não conseguir imaginar seu significado mutila a compreensão. A teoria sempre deve ser testada pelo experimento e pela observação. Para o cientista, a experimentação impede que a imaginação se perca (ROOT-BERNSTEIN; ROOT-BERNSTEIN, 2001).
Ainda no entendimento de Santos et al (2005) o processo de construção do conhecimento ocorre a partir do estabelecimento de relações conceituais, em que esquemas mentais são elaborados pelos alunos para compreender os novos conceitos introduzidos em sala de aula. O papel do professor e dos recursos pedagógicos nesse contexto é o de articular os conceitos, estabelecendo desafios cognitivos em que os alunos sejam estimulados a construir novos esquemas explicativos para o mundo que os rodeia.
Diante deste cenário, este trabalho visou explanar como a utilização de métodos educativos que usam a percepção sensível do aluno como meio de aprendizagem podem propiciar o armazenamento de informações ao intelecto do mesmo.


MATERIAL E MÉTODOS: Para a elaboração deste foram realizadas pesquisas de campo de maneira informal e não registrada em instituições de ensino médio e superior. Foram observados encontros de professores, docência em turmas de ensino médio e atividades extracurriculares constantes no currículo do curso superior de licenciatura plena em Química do Centro Universitário de Caratinga - UNEC.
Reuniu-se então a pesquisa bibliográfica realizada às experiências vivenciadas, chegando-se a elaboração dos seguintes tópicos considerados essenciais para a compreensão do assunto tratado: A PERCEPÇÃO SENSÍVEL - A MENTE CRIATIVA - MÉTODOS EDUCATIVOS - CIÊNCIA E ARTE - O PROFESSOR E O ENSINO DE QUÍMICA.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir dos estudos realizados chegou-se aos seguintes pontos principais acerca dos tópicos abordados:
- A PERCEPÇÃO SENSÍVEL: para Marques (2007), o mundo exterior é identificado pela nossa percepção das transformações, efetuadas pelos nossos órgãos dos sentidos. No campo perceptivo não há ilusões, perceber é diferente de pensar e não uma forma inferior e deformada do pensamento. (CHAUÍ, 2000).
- A MENTE CRIATIVA: para a formação de uma mente criativa é fundamental implementar uma educação interdisciplinar. (LIBÂNEO, 1994). Uma sociedade que compreende a natureza da criatividade será capaz de alimentá-la em sala de aula cultivando a imaginação.
- MÉTODOS EDUCATIVOS: os métodos de ensino são ações do professor pelas quais se organizam atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos do trabalho docente em relação a um conteúdo específico. (LIBÂNEO, 1994)
- CIÊNCIA E ARTE: o físico Max Planck disse com simplicidade que “o cientista precisa de uma imaginação artisticamente criadora”. A proximidade entre arte e ciência também pode ser observada no exemplo do escultor, pintor, engenheiro e cientista Leonardo da Vinci (1452-1519) que afirmava que ciência e arte completavam-se constituindo a atividade intelectual. (ROOT-BERNSTEIN et. al. 2001).
- O PROFESSOR E O ENSINO DE QUÍMICA: segundo Paulo Freire (2006) saber ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção. Sendo assim, o aprendizado de Química deve possibilitar ao aluno a compreensão tanto dos processos químicos em si quanto da construção de um conhecimento científico em estreita relação com as aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas. (BRASIL, 2007).


CONCLUSÕES: Pôde-se concluir que o professor de química buscando o enriquecimento de seu conteúdo poderá recorrer a métodos educativos que utilizam a percepção sensível através da associação entre as ciências e artes como forma de promover a aprendizagem de maneira mais clara e acelerada. Finalmente, questionar conceitos inerentes à relação educador-educando, ampliará a visão crítica do professor, motivando-o a rever sua metodologia de trabalho para que possa adequar seu plano de aula a realidade do aluno e da sociedade em que vive.

AGRADECIMENTOS: À Deus.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1. ASSMANN, Hugo. Reencantar a Educação. Petrópolis/RJ: Vozes, 2003.
2. BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria do Ensino Médio. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 2002. Disponível em: http://www.mec.gov.br. Acesso em: 07 mar. 2007.
3. CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo, Ática: 2000.
4. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2006.
5. LIBÂNEO, José Carlos. Didática: formação de professores. São Paulo: Cortez , 1994.
6. MARQUES, Eunofre. Percepção e realidade. Disponível em: http://www.psiqweb.med.br/cursos/percep.html. Acesso em 23 jan. 2007.
7. ROOT-BERNSTEIN, Robert; ROOT-BERNSTEIN, Michele. Centelhas de Gênios - Como pensam as mentes mais criativas do mundo. São Paulo: Nobel, 2001.
8. SANTOS, Widson Luiz Pereira dos (org.) et al. Química e sociedade. São Paulo: Nova Geração, 2005.