ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: O TEMA SHAMPOO COMO GERADOR DE CONHECIMENTO NO ENSINO DE QUIMICA.

AUTORES: MACIEL, F. P. (FAEMA) ; SIMONATTO R. M. (FAEMA) ; BRONDANI, F. M. (FAEMA) ; ALVES-SOUZA, R. A. (FAEMA) ; ZAN, R. A. (FAEMA)

RESUMO: Diariamente nos deparamos com atitudes muito simples, como lavar os cabelos durante o banho, tratá-lo com um condicionador apropriado ao tipo de cabelo, e não nos damos conta das intermináveis pesquisas e do imenso número de pessoas envolvidas no melhoramento e desenvolvimento dos produtos com este fim. Em vista destas constatações, muitas perguntas se tornam pertinentes: Que fatores são determinantes para a limpeza do cabelo? Qual a diferença de formulação que torna um shampoo mais eficaz em cabelos oleosos e outro em cabelos secos? No intuito de sanar essas e outras questões esse trabalho tem por objetivo trabalhar o tema shampoo em sala de aula como um novo tema gerador de conhecimento de ensino de química.

PALAVRAS CHAVES: shampoo, ensino de química, cabelo.

INTRODUÇÃO: Na escola de hoje uma das ferramentas mais importantes no ensino de ciências é a experimentação, e essa atividade se faz cada vez menos presentes nas escolas e que vem tornando cada vez mais difícil o ensino de química e ciência nas escolas. Conforme CHASSOT (1995), é importante priorizar temas de interesse da comunidade, fazendo ganchos entre conhecimento cientifico, tecnológico e suas implicações sociais. Neste intuito de o presente trabalho tem por finalidade criar essa ponte entre os conhecimentos e gerar novas ferramentas para a aplicação em sala de aula, saindo da educação rotineira e monótona e indo de encontro do ensino motivador e formador de conhecimento e opinião. Dentro do tema shampoo muito pode-se trabalhar, valorizando esse tema no ensino de química e ciências.

MATERIAL E MÉTODOS: Realizou-se a preparação do shampoo através da fórmula descrita abaixo e medição de pH de amostras de shampoos (no caso só para exemplificação, pois os mesmos serão medidos as amostras trazidas pelos alunos) utilizando-se um pHmetro previamente calibrado. As amostras foram diluídas ( água desionizada ) em uma proporção 1:10 ( amostra / água ) e os dados foram tabelados em ordem crescente dos valores encontrados. As medições foram feitas em duplicatas. Antes de fazer o shampoo, fabricaram-se os extratos das plantas desejadas, usando maceração (Para o extrato, de 20 a 40g de folhas de sálvia e a mesma quantidade de folhas de alecrim, pondo cada planta em um vidro e com álcool a 98º ou de cereais. Deixando-se descansar por um período de 10 a 30 dias). Entram na receita 2 mL de extrato de sálvia e 2 mL de extrato de alecrim. Foi preparada uma solução de água destilada e cloreto de sódio, na seguinte proporção: 66 mL de água destilada para 1,5g de sal. Pode-se usar até 3g de sal para o shampoo ficar espesso. Mas quanto mais sal, pior será o shampoo. Depois os alunos misturaram 26 mL de lauril sulfato de sódio (Texapon); 2,6 mL de amida (Comperlan 60%, 80% ou 90%); e essência suficiente para perfumar o shampoo. Pode-se usar mais Comperlan, caso o shampoo não fique espesso.A primeira parte da mistura na ordem certa, que é a seguinte: primeiro o Texapon, depois a solução de água destilada e sal e então os dois extratos. Depois dos extratos, junta-se o Comperlan aos poucos, até o shampoo ficar espesso, sem bater muito e mexendo em forma de 8. A essência entra por último.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A importância do pH de Shampoos e condicionadores tem se tornado um ítem indispensável para a aceitação do produto no mercado consumidor. Dentro deste ítem, estão relacionados vários tópicos como: melhoramento da qualidade do cabelo, estabilização do couro cabeludo, eliminação da caspa , irritações nos olhos, etc . Um dos objetivos a que se dispôs este trabalho, foi o esclarecimento sobre conceitos básicos sobre cabelos e pH, a preparação artesanal de um shampoo e verificar se o mesmo tem uma qualidade igual ou semelhante aos vendidos no mercado através de comparação e identificação quantitativa dos pHs de shampoos específicos para os diferentes tipos de cabelos (secos, normais e oleosos). Verificou-se a inexistência desta faixa específica, ou seja, a especificidade do shampoo não está relacionada diretamente com o pH. A maioria dos pHs variou dentro da faixa de 6,3 – 7,5 , ou seja , dentro de uma faixa neutra. Deduz-se que a diferenciação entre estes tipos de shampoos, deve-se dar por outras substâncias constituintes da fórmula. Cabe ressaltar, que quando o shampoo apresenta um pH muito alto (alcalino) ou muito baixo (ácido) ele não é indicado como agente que procede a limpeza do cabelo. Shampoos devem ter seu pH ajustado para que entre outras coisas , sejam compatíveis com a natureza dos detergentes presentes no shampoo. Um bom shampoo não pode eliminar todos os óleos dos cabelos e do couro cabeludo, o que nos tornaria sucetíveis `a doenças. A pele humana possui um pH ácido , na faixa entre 3,0 – 5,0 e é causado pelos ácidos graxos secretados das glândulas sebáceas e pelo ácido láctico. Nesta faixa, há o inibimento do crescimento de certas bactérias, especialmente estreptococos.

CONCLUSÕES: Após o desenvolvimento do experimento vimos que o mesmo tem um grande potencial para aplicação como ferramenta no ensino de química, dando uma relação de totalidade que refere-se temas geradores e também a integração interdisciplinar, sendo que o educador ao gerar temas como este precisa ir alem dos conceitos e explorar significados sociais. Transformando assim o professor de educador num formador de opiniões auxiliando de alguma forma seus alunos a serem observadores das verdadeiras questões que estão ao seu redor.

AGRADECIMENTOS: A FAEMA pelo apoio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CHASSOT, Attico. Para que (m) é útil o ensino: Alternativas para um ensino (de Química) mais crítico. Belo Horizonte: Ed. da ULBRA, 1995.