ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: INCENTIVAR OS ESTUDANTES DE MAGISTÉRIO A UTILIZAR RECURSOS DIDÁTICOS QUE DESPERTEM A CRIATIVIDADE EM SEUS FUTUROS ALUNOS
AUTORES: MOREIRA, T. S. (PIBID-IFPB) ; FREITAS, V. A. M. (PIBID-IFPB) ; SANTOS, M. L. B. (PIBID-IFPB) ; LORENZO, J. G. F. (PIBID-IFPB)
RESUMO: Este trabalho teve como finalidade incentivar nos estudantes de magistério a utilização de recursos didáticos variados, assim despertando a criatividade em seus futuros alunos. Para isso, foi planejada uma atividade diferente realizada em três etapas: na primeira, o assunto foi explanado, utilizando como recurso visual modelos tridimensionais confeccionados com bolas de isopor e palitos; na segunda, as moléculas foram visualizadas em 3D com o uso do software de química ChemSketch 12.0 e na terceira, a partir de um roteiro, os alunos construíram a molécula designada para cada grupo com bolinhas de isopor e palitos de churrasco. Com a avaliação das respostas dos questionários pré e pós evidenciou-se que a atividade não apenas facilitou o entendimento do conteúdo, como também tornou o aprendizado mais dinâmico e criativo.
PALAVRAS CHAVES: ensino de química, recursos didáticos, criatividade.
INTRODUÇÃO: Existe uma vasta literatura enfocando a relação educador-aluno como ponto inicial na construção de um processo ensino-aprendizagem eficiente, porém em nossas salas de aula, geralmente pouco se faz de concreto para a efetiva melhoria desse processo. A ação do educador, especialmente a do educador ligado à educação infantil, deve ser marcada por experiências criativas.
Segundo Guilford apud Dias e Enumo (2006), o desenvolvimento da criatividade dos estudantes depende, sobretudo, das mudanças de atitudes de ambos, professor e aluno.
Schacher, Thum e Zifkin apud Libório (2009) realizaram uma pesquisa para examinar a relação entre o ensino criativo e os ganhos realizados pelos alunos. Observaram e avaliaram 48 aulas durante 9 meses registrando a freqüência e a qualidade das oportunidades oferecidas para o desenvolvimento da criatividade dos alunos. Os resultados demonstraram que a maioria dos professores não utiliza nenhuma estratégia para incentivar a criatividade dos alunos, porém os alunos dos que incentivaram a criatividade obtiveram ganhos substanciais. Os autores concluíram que o ensino criativo melhora sensivelmente o processo ensino-aprendizagem.
Neste trabalho procuramos incentivar os estudantes de magistério, os quais serão futuros professores, a utilizarem recursos didáticos que possam despertar a curiosidade e a criatividade em aprender.
Procurou-se enriquecer as atividades de formação dos estudantes de magistério, com aulas diferentes, utilizando materiais simples e de baixo custo e recursos visuais. Buscou-se ainda estimular a criatividade nos discentes, de forma que eles pesquisem e criem novos recursos didáticos, tanto para a disciplina química, quanto para sua formação acadêmica.
MATERIAL E MÉTODOS: Para a construção do conhecimento sobre o fenômeno da isomeria geométrica foram planejadas três etapas, na primeira, após a explicação teórica, o aluno pode visualizar os dois isômeros através de modelos macroscópicos construídas com bolas de isopor e palitos de churrascos.
Com a compreensão desta etapa, passou-se para a segunda, que foi a visualização em 3D das moléculas orgânicas, no programa ChemSketch 12.0, para facilitar a rotação e fazer análises dos casos que ocorre e não ocorre isomeria geométrica. Ao final, cada aluno recebeu um primeiro questionário referente ao conteúdo.
Para essas duas etapas iniciais, foram utilizadas duas aulas de 45 minutos cada. A terceira etapa foi realizada em sala de aula, onde uma turma de 43 alunos foi divida em grupos de seis ou sete pessoas. Os grupos receberam um roteiro com algumas instruções, estes continham o nome de uma molécula que eles deveriam inicialmente construir no papel; e outros passos, como discutir com o grupo como seria sua estrutura cis e sua estrutura trans, para em seguida montar com bolinhas de isopor e palitos de churrasco a sua molécula.
Ao término da montagem das moléculas, os grupos compartilharam entre si os conhecimentos construídos. No final da apresentação de todos os grupos os alunos receberam um segundo questionário referente ao conteúdo (similar ao anterior), mas que também questionava se a atividade de construção das moléculas facilitou sua aprendizagem. Essa segunda etapa utilizou duas aulas de 45 minutos cada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para avaliar a eficácia da proposta, fez-se uso de dois questionários (pré e pós), analisou-se o nível inicial de conhecimento da turma, e pode-se comparar de que forma a sistematização didática facilitou o aprendizado.
Com as respostas dadas pelos alunos após a construção das moléculas, pode-se ressaltar que a atividade não apenas facilitou o entendimento do conteúdo, como também o aprender se tornou mais interessante e criativo, pois os alunos se sentiram competentes pelas atitudes e métodos de motivação em sala de aula. Nesse sentido, a terceira etapa foi de profunda importância, porque a partir dela os alunos mostraram a capacidade de criação, isso ficou notório na apresentação de cada grupo.
Os alunos puderam observar que a criatividade não é uma qualidade exclusiva de pessoas privilegiadas e que eles também possuíam essa criatividade.
Podemos observar na figura 2, que a turma, de maneira unânime, aprovou a aplicação da atividade, ressaltando que todas as dúvidas do conteúdo foram esclarecidas e que a atividade de construção das moléculas foi desafiadora e bastante dinâmica.
CONCLUSÕES: Como pôde-se observar nas respostas dos alunos, a atividade conseguiu não só melhoria na aprendizagem, como despertar nos alunos o desejo de inovar. Os futuros professores, portanto, não podem perder a motivação em inovar no processo ensino-aprendizagem, e nós, como seus professores não podemos deixar de exercer a nossa habilidade de mediador e de intervir promovendo as mudanças necessárias na construção do conhecimento.
AGRADECIMENTOS: A CAPES, pelo apoio financeiro ao projeto PIBID.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: DIAS, T. L. e ENUMO, S. R. F. Um estudo da criatividade em alunos com dificuldade de aprendizagem. Revista de Educação Pública. São Paulo, v. 15, set.-dez.2006. Disponível em: http://www.ie.ufmt.br/revista/arquivos/ED_29/Um%20estudo%20da%20criatividade%20em%20alunos%20com%20dificuldade%20de%20aprendizagem.pdf
Acesso em 01 jul 2010.
LIBÓRIO, A. C. O., As interações professor-aluno e o clima para a criatividade em sala de aula: possíveis relações., Dissertação de mestrado em Processos de Desenvolvimento Humano, Universidade de Brasília, 2009. Disponível em: http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/4566/1/2009_AnaClaraOliveiraLiborio.pdf. Acesso em 04 jul 2010.