ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: A CONTEXTUALIZAÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA EM TURMAS DO PROEJA DO IFRJ

AUTORES: CASTRO, D.L. (IFRJ) ; LACERDA, M.N. (IFRJ)

RESUMO: RESUMO: A Educação de Jovens e Adultos no Brasil acompanha o início do avanço econômico e tecnológico que passou a exigir mão de obra cada vez mais qualificada, e com isso, a adoção de medidas políticas e pedagógicas com o intuito de alfabetizar e capacitar jovens e adultos afastados do sistema educacional. A qualidade do ensino depende muito da relação professor-aluno e da capacidade do educador em contextualizar o ensino, estabelecendo as relações entre os conceitos e a realidade do aluno, inserindo-os em um contexto que dará significado ao que será estudado. Este trabalho tem por objetivo analisar a forma como os professores de Química das turmas do PROEJA do IFRJ promovem a contextualização do ensino de Química em suas turmas.

PALAVRAS CHAVES: contextualização, ensino de química, educação de jovens e adultos

INTRODUÇÃO: A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino, amparada por lei e voltada para pessoas que não tiveram acesso, por algum motivo, ao ensino regular na idade apropriada. Sabe-se que o papel do professor é fundamental no processo de reingresso do aluno às turmas da EJA (Lopes & Sousa, 2003). A EJA possibilita ao indivíduo afastado do processo educativo, retomar seu potencial, sem deixar de lado os saberes adquiridos através da educação informal e na própria vida. Contudo, o acesso desse grupo populacional à escolarização deve se dar por meio de ações que tenham como ponto de partida as necessidades reais dos alunos, suas características e potencialidades (PCN,1999). Educar é especialmente, compreender melhor o aluno e sua realidade diária. É importante que o conteúdo não seja apresentado apenas de forma expositiva, sempre que possível, o tema deve ser introduzido por alguma atividade em que se resgatem os conhecimentos prévios e as informações que o aluno traz, criando-se, assim, um contexto que dará um “significado” ao tema em questão. Problematizar o assunto que irá ser estudado provoca a construção de perguntas bem colocadas, e sem dúvida, promovem o interesse e a reflexão do aluno, e estimula a aprendizagem e a construção de explicações satisfatórias. (Lopes & Souza, 2003).O grande problema no ensino da química e das ciências da natureza, de maneira geral, é a dificuldade do aluno em abstrair os conceitos. A não contextualização da Química pode ser responsável pelo alto nível de rejeição do estudo desta Ciência pelos alunos, dificultando o processo de ensino-aprendizagem. Além disso temos uma formação ineficiente que não prepara os professores para a contextualização dos conteúdos (Zanon e Palharini, 1995).

MATERIAL E MÉTODOS: O presente estudo tem como referência metodológica, a pesquisa empírica. A necessidade deste tipo de análise se deve ao trabalho complexo do professor, suas relações com o aluno e com a forma adotada para ensinar. Para a realização desta pesquisa, foram selecionadas turmas de PROEJA do Curso Técnico em Manutenção e Suporte em Informática do IFRJ do Campus Nilópolis e do Maracanã. Como embasamento teórico, foi utilizado a leitura de autores e obras que tratavam da temática em questão.
Foi aplicado aos alunos, um questionário contendo nove questões acerca do problema desta pesquisa, a fim de verificar se há adequação ou não entre a realidade e as necessidades educativas dos jovens e adultos. Estas questões buscavam conhecer um pouco mais do perfil desses alunos e abordavam principalmente suas opiniões a respeito do tema, além de contribuir para a reflexão a respeito da prática docente na EJA. Foi aplicado um questionário também aos professores, com questões que tentavam captar suas concepções com a finalidade de confrontarmos suas respostas às opiniões dos alunos. Através da pesquisa, observações e levantamento de dados, poderemos verificar, se o processo de ensino-aprendizagem nas turmas em questão, promove ou não, a contextualização do ensino de Química. Segundo dados obtidos no site do IFRJ, o curso técnico em manutenção e suporte em informática para jovens e adultos tem o objetivo de formar profissionais técnicos em nível médio da área profissional de informática, dentro do PROEJA. O egresso, deverá ser o profissional com competências em operação, hardware e software, com habilidades para realizar instalação e manutenção de equipamentos de informática e com características para intervir criticamente na sociedade.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados desta pesquisa mostraram que os professores entendem a contextualização do ensino de Química como uma simples exemplificação do assunto abordado com situações cotidianas e não como o conhecimento crítico dos aspectos sócio-culturais da ciência. Apesar de buscarem contextualizar suas aulas, o resultado não é efetivo. Os alunos ainda estão longe de ver a Química como uma ciência simples e importante nas diversas áreas de conhecimento. Muitos querem e tentam aprender, mas desistem diante das condições adversas e das dificuldades comuns ao processo de aprendizagem de Química. A aula experimental se faz indispensável no ensino de ciências tão abstratas como a Química. A função dos experimentos é fazer com que a teoria se adapte à realidade e assim despertar o interesse do aluno pelo estudo de ciências. Um dos principais problemas identificados é o despreparo dos professores que utilizam a mesma prática pedagógica para os alunos do PROEJA e para os alunos do ensino regular. Por isso é de extrema importância que as políticas educacionais considerem o treinamento adequado do professor para trabalhar com alunos diferenciados como neste caso. A formação continuada deve fazer parte da formação de professores que lidam com as mais diversas situações como as encontradas na EJA para que possa mudar sua visão do ensino de ciências e buscar novas práticas de ensino diferente daquela tradicional buscando, assim, o ensinar de forma socialmente contextualizada. Este é um dos fatores principais que contribuirá para a qualidade da educação dos que buscam na escola a oportunidade de crescimento social e exercício da cidadania.

CONCLUSÕES: O ensino de Química requer habilidades especificas por parte do educador, a fim de estimular o aprendizado. Uma dessas habilidades seria a capacidade de contextualização do ensino. O aluno apresenta normalmente inúmeras dificuldades no aprendizado de Química. No PROEJA essas dificuldades aumentam o que requer atenção especial por parte do educador e por isso a palavra contextualização tem sido muito utilizada no meio educacional. Nos últimos anos, principalmente após os PCNs (1999), ela vem fazendo parte de inúmeras discussões na área da formação continuada de professores.

AGRADECIMENTOS: Ao IFRJ pela possibilidade da pesquisa, ao alunos e professores do PROEJA do campus Nilópolis e do Campus Maracanã, pela participação na pesquisa.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. BRASÍLIA: Ministério da educação, 1999.
LOPES, S. P; SOUSA, L.S. EJA: Uma educação possível ou uma mera utopia? Centro de Referência em Educação de Jovens e Adultos. São Paulo,2003. DisponÍvel em: <http://www.cereja.org.br/pdf/revista_v/Revista_SelvaPLopes.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2010.
ZANON, L. B. e PALHARINI, E. M. A química no ensino fundamental de ciências. Química Nova na Escola. n.2, p. 15 – 18, 1995.