ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: EXTRAÇÃO E SEPARAÇÃO CROMATOGRÁFICA DE PIGMENTOS DE PIMENTÕES: UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS
AUTORES: DE FREITAS FILHO, J. R. (UFRPE/UAG) ; DE FREITAS, J. J. R. (UFRPE) ; FREITAS, J. C. R. (UFPE) ; DA SILVA, L. P. (UFRPE)
RESUMO: RESUMO: Este trabalho descreve um experimento de extração e separação cromatográfica utilizando materiais alternativos no isolamento de pigmentos de Pimentões. No experimento usou-se a farinha de trigo como fase estacionária. O experimento permitiu ilustrar conceitos de terpenos, caratenóides, solubilidade, polaridade, funções orgânicas. Foram realizados teste de solubilidade e os resultados mostraram que removedor de gordura e removedor de esmalte são os solventes adequados e foram utilizados nos experimentos de cromatografia em coluna.
PALAVRAS CHAVES: cromatografia, materiais alternativos, pigmentos
INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: Segundo Ribeiro e Nunes (2008), a cromatografia é uma técnica de separação especialmente adequada para ilustrar os conceitos de interações intermoleculares, polaridade e propriedades de funções orgânicas, com uma abordagem ilustrativa e relevante. A cromatografia pode ser utilizada para a identificação de compostos, por comparação com padrões previamente existentes, para a purificação de compostos, separando-se as substâncias indesejáveis e para a separação dos componentes de uma mistura (Degani et al., 1998). Por outro lado, diversos experimentos envolvendo ensaios cromatográficos são descritos na literatura usando como fase estacionária: o giz, mistura de areia e mármore, açúcar comercial, amido, carbonato de cálcio para analisar princípios ativos de medicamentos, extrato de folhas de espinafre (Oliveira et al., 1998), tinta de caneta, extrato de flores, pigmento de pimentões (Ribeiro e Nunes, 2008), entre outros. Mediante o exposto o presente trabalho tem como objetivo utilizar materiais alternativos no processo de extração e separação cromatográfica de pigmentos de pimentão verde.
MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAIS E MÉTODOS: O pimentão é cortado em pedaços pequenos, e cerca de 30 g foi pesado, aos quais foram adicionados 10 mL de removedor de esmalte e 30 mL de removedor de gordura. A mistura é então macerada, com auxílio de uma quenga de coco, e deixada em repouso por 30 min. Após esse período, a mistura é filtrada em funil (confeccionado com gargalo de garrafa pet), com papel de filtro melita e, em seguida, as fases aquosas dos filtrados foram separadas com auxílio de uma seringa (usada como funil de separação), resultando cerca de 20 mL da fase de removedor de gordura. A amostra foi concentrada até o volume de 1 mL, com aquecimento em chama de uma lamparina. O concentrado resultante do extrato foi aplicado em uma placa analítica com dimensões de 2,5 por 7,5 cm. Duas gotas da amostra foram aplicadas em ponto diferentes e corridas em cromatograma (vidro de maionese). Em seguida a coluna (seringa de 50 mL) foi empacotada com farinha de trigo e removedor de gordura como solvente. Depois, deixou escoar o eluente da coluna até quase descobrir o adsorvente. Adicionou a amostra obtida anteriormente à coluna seguida da abertura da torneira até que ocorra a penetração de todo material (amostra) na fase estacionária. Adicionou o solvente adequado à amostra adicionada à coluna. Observando que os pigmentos irão se separando à medida que percorrem pela coluna.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: A extração dos pimentões foi realizada usando removedor de gordura e removedor de esmalte, a qual forneceu extratos contendo os principais pigmentos do pimentão: carotenos, criptoxantinas, capsantinas e capsorubina (Collera-Zuniga et al., 2005). A fase estacionária usada no experimento de cromatografia foi farinha de trigo. Com o intuito de averiguar se o material escolhido não se solubiliza na fase móvel, realizou-se testes de solubilidade em diferentes solventes e o escolhidos foram removedor de gordura e removedor de esmalte. Antes de adicionar a amostra na coluna foi feito um cromatograma, em sistema de 9:1 (removedor de gordura e removedor de esmalte) e o resultado está expresso na figura 1.
Na separação dos pigmentos do pimentão, a princípio, com o acréscimo do removedor de gordura (eluente apolar) verificou-se o aparecimento de três bandas duas bandas amarelas, a primeira num tom mais escuro que a segunda e uma banda vermelha (figura 2). O caroteno é um hidrocarboneto apolar e foi o primeiro constituinte a ser isolado em seguida pela criptoxantinas que são monooxigenadas e finalmente as capsantinas e a capsorubina que são substâncias polioxigenadas e, portanto, têm maior afinidade com a fase estacionária.
Convém destacar que os produtos foram identificados pela coloração, por exemplo, carotenos (cor amarela), criptoxantinas (cor vermelha) e xantofilas (cor laranja).
CONCLUSÕES: CONCLUSÃO: O experimento descrito é facilmente executado em sala de aula ou laboratório, utilizando materiais alternativos de fácil acesso, permitindo ao estudante entrar em contato com vários conceitos envolvidos, desde a extração de compostos com o auxílio de solvente até a cromatografia do extrato obtido. Conceitos como solubilidade, polaridade, funções orgânica, terpenos, caratenóides foram construídos.
AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a UFRPE/UAG, UFRPE e UFPE.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICOS:
[1] COLLERA-ZUNIGA, O.; JIMENEZ, F.G. E GORDILLO, R.M. 2005. Comparative study of carotenoid composition in three mexican varieties of Capsicum annuum L. Food Chemistry, 90: 109-114.
[2] DEGANI, A.L.G.; CASS, Q. B. ; VIEIRA, P. C. 1998. Cromatografia um breve ensaio. Química Nova na Escola, 7: 21-25.
[3] OLIVEIRA, A. R. M.; SIMONELLI, F.; MARQUES, F. A. 1998. Cromatografando com giz e espinafre: um experimento de fácil reprodução nas escolas de ensino médio. Química Nova na Escola, 7: 37.
[4] RIBEIRO, N. M.; NUNES, C. R. 2008. Análise de Pigmentos de Pimentões por Cromatografia em Papel. Química Nova na Escola, 29: 34-37.
