ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: PRODUÇÃO DE JOGO EDUCATIVO EM DISCIPLINA DA LICENCIATURA EM QUÍMICA: METODOLOGIA NÃO CONVENCIONAL DE ENSINO DE QUÍMICA

AUTORES: CARVALHO, B. G. (IFES) ; SANTOS, P. A. D. (IFES) ; GOMES, L. (IFES) ; ROSSI, R. (IFES) ; LEITE, S. Q. M. (IFES)

RESUMO: O presente trabalho consiste numa análise sobre o processo de construção do Jogo
Educativo Mico Científico, elaborado para servir como estratégia de ensino de química
complementar a aula regular. Este trabalho fez partes de uma série de propostas de
metodologias alternativas na abordagem de temas pertinentes ao ensino de ciências,
construídos em sala de aula durante a disciplina de Instrumentação para o Ensino de
Ciências do curso de Licenciatura em Química do Campus Vitória do Instituto Federal do
Espírito Santo, Campus Vitória. O jogo Mico Científico é um ótimo complemento ao ensino
de Ciências para as séries básicas da educação e para o EJA.

PALAVRAS CHAVES: jogo educativo, eja, estratégia de ensino

INTRODUÇÃO: O Movimento CTS propõe, para o ensino de Ciências, uma nova estruturação de conteúdos
e procedimentos de ensino. Isso ocorre com base em orientações curriculares que
incluam questões tecnológicas e sociais, além dos conceitos científicos e estratégias
de ensino que busquem promover uma aprendizagem ampla de conceitos científicos aliada
à construção de uma postura cidadã (FIRME, 2008).De uma maneira geral, o professor
das disciplinas de Ciências da Natureza e das disciplinas correlatas tem sido cada
vez mais forçado a repensar suas práticas pedagógicas, renovando as formas de
contextualização para motivar o aluno a ter interesse pelo estudo das ciências,
trazendo-o para sala de aula (Delizoikov et al., 2002).O jogo educativo deve cumprir
duas funções na escola como conteúdo e como finalidade: a educação através do jogo e
para o jogo. A aprendizagem necessária para alcançar o desenvolvimento completo está
continuamente presente, tanto na escola quanto na própria vida (MURCIA, 2005). Este
trabalho teve o objetivo de apresentar uma análise do processo de desenvolvimento de
um jogo educativo para auxiliar o ensino e a aprendizagem de ciência e de química.

MATERIAL E MÉTODOS: Este trabalho possui uma abordagem qualitativa, metodológica, desenvolvido a partir
de observações, pesquisas em livros, artigos, revistas, dentre outras fontes. Esta
proposta surgiu no âmbito de uma série de metodologias alternativas, produzidas com
base nas abordagens de CTS (Ciência –Tecnologia – Sociedade), para o ensino de
ciências e de química, construídos em sala de aula durante a disciplina de
Instrumentação para o Ensino de Ciências do curso de Licenciatura em Química do
Campus Vitória do Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Vitória. Dentre as
metodologias alternativas destacam-se os jogos educativos, filmes de cinema, teatro,
palavra cruzada, dinâmicas, jogos educativos, dentre outros. O referencial teórico
para a construção do jogo foi MURCIA (2005). O trabalho de utilização de metodologias
alternativas para ensino de ciências foi construído com base nas abordagens de CTS
(SANTOS e SCHNETZLER, 1997) tendo em vista as atividades econômicas do estado do
Espírito Santo, os conteúdos programáticos de ciências e os temas geradores
construídos em sala de aula: 1) Combustível a base de petróleo, gás e álcool; 2)
Infra-estrutura e urbanismo; 3) Recursos minerais; 4) Questões ambientais e
desenvolvimento sustentável. 5) Agroturismo e Turismo. 6) Violência e questões de
saúde. 7) Produção de alimentos. 8) Poluição. A metodologia utilizada nesta pesquisa
foi a construção de um jogo educativo fundamentado no uso de cartas, baseado no jogo
Mico Preto.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: A pesquisa realizada identificou vegetais que possuem produção relevante no Estado do
Espírito Santo. Após serem selecionados os vegetais banana, cacau, café, cana de
açúcar, côco, milho e uva para serem representados no jogo, selecionaram-se os
processos de produção mais relevantes, e produtos finais que os representassem bem.
Em seguida foram selecionadas figuras que ilustrassem bem as cartas, que foram
confeccionadas. Abaixo está ilustrada a seqüência completa da matéria-prima cana-de-
açúcar, e as outras matérias primas presentes no jogo. Por fim, construiu-se um
manual do jogo. Após a confecção do jogo realizou-se o pré-teste do jogo educativo
Mico Científico, no dia 30 de junho de 2010, com a participação de alunos do 5º
período do curso de Licenciatura em Química do Instituto Federal do Espírito Santo.
Discutiu-se acerca da presença e adequação dos fatores de contextualização,
interdisciplinares e transdisciplinares presentes no jogo, que foram considerados
importantes para o processo de construção do conhecimento dos alunos. As presenças de
gravuras, e de cores vibrantes nas cartas foram consideradas atrativas para os
jogadores, que consideraram o jogo de fácil entendibilidade e divertido. A seqüência
matéria-prima, processos e produto final foi considerada um diferencial do jogo, pois
obrigam os alunos a associarem aspectos relativos às transformações físicas e
químicas da matéria, e por conseqüência leva à fixação e aprendizado desse conteúdo,
sendo ainda possível gerar o interesse sobre esses processos. Dessa forma o objetivo
de ensinar Ciência estaria contemplado. É importante perceber que o jogo Mico
Científico pode ser aplicado em diversas disciplinas, tais como Química, Biologia e
Geografia.





CONCLUSÕES: O jogo Mico Científico é um ótimo complemento ao ensino de Ciências para as séries
básicas da educação e para o EJA. Tal jogo propicia a interdisciplinaridade, pois
estabelece uma intercomunicação excessiva entre as disciplinas por meio do
enriquecimento das relações entre elas. Além disso, permite Também que o educador
contextualize o conteúdo, ou seja, agregue algum contexto e dê significado ao que está
ensinando. Dessa forma, nota-se que o uso do jogo em questão contribui beneficamente ao
ensino de química, possibilitando aprendizagem excessiva de maneira interessante e
divertida.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem o apoio da Diretoria Geral do Campus Vitória do Instituto Federal
do Espírito Santo e à Funcefetes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FIRME, R. N; AMARAL, E. M. R. Concepções de professores de química sobre ciência, tecnologia, sociedade e suas inter-relações: um estudo preliminar para o desenvolvimento de abordagens CTS em sala de aula. Ciência e Educação, vol. 14, n. 2, 2008.
DELIZOIKOV, D.; ANGOTTI, J.A; PERNAMBUCO, M.M. Ensino de Ciências: fundamentos e métodos, São Paulo: Cortez, 2002.
MURCIA, J. A. M. Aprendizagem através do jogo. São Paulo: Artmed, 2005.
SANTOS, W. L. P., SCHNETZLER, R. P.; Educação em Química: compromisso com a cidadania. Ijuí - RS: Ed. Unijuí, 1997. 144 p.