ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: A CIÊNCIA E OS 5 SENTIDOS: UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR EM OFICINAS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
AUTORES: PARONI, K. F. (UFMS)  ; SANTOS, A. P. F. (UFMS)
RESUMO: As atividades experimentais desenvolvidas no ensino de química para o ensino 
fundamental e médio têm sido tímidas, principalmente, no que tange aos aspectos 
sensoriais, isto por questão de segurança e falta de ambiente apropriado para 
manipulação dos mesmos, ficam mais restritas aos cursos técnicos e universidades. 
Porém, durante a execução das oficinas desenvolvidas junto ao Projeto OFICIÊNCIA 
organizada pelo GATEC-UFMS, em cidades adjacentes a Campo Grande/MS, algumas 
metodologias e materiais alternativos mostram outras possibilidades, principalmente, na 
parte das funções químicas dentro da química orgânica. Foram atendidos nesta oficina 
experimental sobre abordagens sensoriais em torno de 75% de alunos do ensino 
fundamental e 25% do ensino médio. 
PALAVRAS CHAVES: metodologias experimentais, informações sensoriais, ensino de ciências
INTRODUÇÃO: Dentro do tema de Informações Sensoriais, muito se discute sobre uma questão básica: 
Como o ser humano percebe e se relaciona com o meio em que se encontra? Basicamente, 
a percepção de mundo é um dos pontos fundamentais para o desenvolvimento cognitivo da 
criança. É importante tratar este assunto com tema multidisciplinar, uma vez que as 
diversas Ciências já construíram ‘instrumentos teóricos’ que permitem a 
sistematização e a descrição dessa realidade humana em diversos níveis. Dentro do 
sistema de recepção e processamento de informações que permite a construção do 
conhecimento, a experimentação se mostra um dos modos de buscar informações com 
características distintas de outras metodologias. Esta é de fato realizada pelos 
alunos quando discutem idéias e manipulam materiais. Como fonte de investigação sobre 
os fenômenos e suas transformações, o experimento torna-se mais importante quando os 
alunos realizam por si mesmos as ações sobre os materiais e discutem os resultados, 
preparam o modo de organizar as anotações e as realizam. Não existe experimento que 
não dê certo. Quando os resultados diferem do esperado, estabelecido pelo roteiro ou 
pela suposição do aluno, deve-se investigar a atuação de alguma variável, de algum 
aspecto ou fator que não foi considerado em princípio, ou que surgiu aleatoriamente, 
ao acaso. É uma discussão que enriquece o processo. Este trabalho tem como objetivo a 
admissão do corpo humano como um sistema integrado que interage com o ambiente e 
reflete a vida, análise e entendimento de conceitos químicos e físicos e sua 
correlação com o funcionamento global do corpo humano através da aplicação de oficina 
experimental.
MATERIAL E MÉTODOS: Após a divisão dos grupos, trabalhamos o sentido da audição, explicando toda a parte 
teórica relacionada à biologia e à física. Na prática, trabalhamos todo o sentido de 
equilíbrio dos alunos demonstrando como a privação dos sentidos e dependência apenas 
de um influencia o equilíbrio. Logo em seguida, trabalhamos o sentido da visão, 
explicando teoricamente como enxergamos e as deficiências na visão das cores. Na 
prática, utilizamos uma caixa com três lâmpadas com as 3 cores primárias de luz, para 
demonstrar a mistura das cores, e provar que qu luz branca que vem do sol é formada 
pelas 7 cores do arco-íris. Após a visão trabalhamos o sentido do tato, explicando 
sobre os corpúsculos que existem na pele e são responsáveis pelas sensações de quente 
e frio e de pressão. Na prática pedimos aos alunos que, vendados, identifiquem certas 
“peças” através do tato. Em seguida trabalhamos o paladar, explicando aos alunos as 4 
regiões da língua e como recebemos as informações adquiridas nas células gustativas. 
Na prática, os alunos identificaram os sabores dos alimentos colocados em sua boca, 
enquanto estes se encontram vendados e com obstrução do canal olfativo. Finalmente 
terminamos a oficina com o sentido do olfato, começando com a correlação do olfato 
com a capacidade de sentir o gosto das coisas. Na parte química, explicamos como o 
cheiro é sentido e porque certas coisas têm ou não cheiro. Passamos também pela parte 
de aromas artificiais, explicando o trabalho do químico no desenvolvimento de tais 
substâncias. Na prática, desenvolvemos a síntese do acetato de isoamila (óleo de 
banana) com os alunos. Durante o período da prática, citamos algumas vidrarias de 
laboratório e seu uso, comentamos sobre segurança em laboratório e utilidades do 
produto formado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: As oficinas de Ensino Fundamental ocorreram em período integral, com 4 oficinas de 
1h30 cada. Já as oficinas de Ensino Médio ocorreram apenas no período da manhã na 
cidade de Campo Grande, sendo ministradas duas oficinas com duração de 1h30.  A 
distribuição de alunos, por série, pode ser visto no gráfico 01. Foi observado um 
grande interesse por parte dos alunos de ambas as etapas da educação básica, notando 
um interesse ligeiramente maior por parte dos alunos do Ensino Fundamental. Todos os 
alunos se mostraram extremamente animados com as práticas, com ênfase na prática 
sobre o olfato em que os alunos sintetizaram o acetato de isoamila (mais conhecido 
entre eles como óleo de banana), fazendo vários questionamentos e interagindo com os 
ministrantes na hora da prática. Em ambas as cidades o método de desenvolvimento das 
oficinas foi o mesmo, voltado exclusivamente para esta etapa da educação básica. A 
explanação teórica foi mais voltada à parte de ciências que se encontra na grade 
curricular de 7º e 8º anos. Tal abordagem permite direcionar a formação de conceitos 
químicos fundamentais, sem entrar no formalismo com que esta disciplina escolar é 
normalmente tratada e permite a formação do pensamento química sobre o meio, o que 
foi notado através das perguntas e observações realizadas pelos alunos. No trabalho 
realizado com os alunos do Ensino Médio, ministrou-se a oficina com um aprofundamento 
do conhecimento teórico aplicado. No caso, adicionamos conceitos físicos de ondas, 
pressão e óptica e conceitos químicos de funções orgânicas, conceitos estes que 
constam nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997). Os alunos do Ensino 
Médio mostraram-se interessados, fazendo perguntas realmente interessantes dentro dos 
conceitos de cada tema proposto.

CONCLUSÕES: Com este trabalho foi possível levar o conhecimento científico de disciplinas 
acadêmicas, como Química, Física e Biologia, de forma prátic a alunos dos ensino 
fundamental e médio, motivando-os a conhecer o próprio corpo. Assim, acredita-se que 
os 
objetivos da oficina tenham sido alcançados, uma vez que possibilitamos aos alunos 
novas experiências, capazes de interferir nos seus conhecimentos e hábitos, 
contribuindo para a promoção do conhecimento no âmbito individual e coletivo.
AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao GATEC - Grupo Arandú de Tecnologias e Ensino de Ciências UFMS, 
responsável pelo Projeto OfiCiência, pelo apoio concedido na execuçã
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciencias Naturais. Brasília, 1997.
