ÁREA: Ambiental

TÍTULO: ANÁLISE AMBIENTAL DA QUALIDADE DA ÁGUA NO LAGO BOLONHA, BELÉM-PA, BRASIL

AUTORES: RIBEIRO, H. M. C. (UEPA) ; PICANÇO, A. R. S. (UEPA) ; CRUZ, L. D. F. (UEPA)

RESUMO: O objetivo desse trabalho foi avaliar a qualidade ambiental da água do lago Bolonha, um dos principais mananciais de abastecimento do Município de Belém-PA, através das análises de parâmetros: pH; OD; Temperatura; Condutividade; Cor; Turbidez; Nitrato e Metais pesados e os comparando com o estabelecido na Resolução nº 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Foram escolhidos pontos de coleta em três locais diferentes do reservatório do lago Bolonha. Nos parâmetros analisados neste trabalho, constatou-se que os mesmos, estão em consonância com as condições e padrões aceitáveis pela Resolução do CONAMA, para águas destinadas ao abastecimento para o consumo humano, após tratamento simplificado. Com exceção do parâmetro oxigênio dissolvido que teve resultados aquém do recomendado

PALAVRAS CHAVES: lagos, oxigênio dissolvidos, poluição de águas

INTRODUÇÃO: A Área fisiográfica do Utinga (incluída na área metropolitana de Belém, PA), onde estão localizados os Lagos Bolonha e Água Preta, foi denominado como Área de Proteção Ambiental dos Mananciais de Abastecimento de Água de Belém - APA Belém, segundo os Decretos Estaduais n.º 1.551 e n.º 1.552, ambos de 03 de maio de 1993, com objetivo de proteger os lagos contra alterações antrópicas que possam prejudicar a qualidade de suas águas. Os lagos Bolonha e Água Preta são abastecidos pelas águas drenadas de sua bacia hidrográfica (Rio Aurá e parte do Igarapé Tucunduba e Uriboquinha, sub-bacias do igarapé Mucutu e Água Preta), bem como por um sistema de bombeamento de água do rio Guamá, implantado pela Companhia de Saneamento do Pará–COSANPA, que tem por objetivo suprir o “déficit” de água destinada ao abastecimento de Belém (RIBEIRO, 1992).
A problemática dos Lagos existe em decorrência da urbanização crescente e desordenada, que se verificam nos municípios de Belém e Ananindeua, mais precisamente no estreito corredor ao longo da BR-316, levando ao surgimento de bairros, conjuntos residenciais e à multiplicação de favelas. Nesses locais encontram-se as principais nascentes dos lagos Bolonha e Água Preta; algumas dessas nascentes já se encontram fora da área físico-territoriais pertencentes à COSANPA, e, portanto, sujeitas à degradação às suas proximidades.
O objetivo desse trabalho foi avaliar a qualidade ambiental da água do lago Bolonha, utilizada pela população da cidade de Belém, através de análises parâmetros: pH; OD; Temperatura; Condutividade; Cor; Turbidez; Nitrato e Metais pesados e os comparando com o estabelecido na Resolução nº 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente.



MATERIAL E MÉTODOS: Os pontos de coleta foram escolhidos em três locais do reservatório do lago Bolonha, de acordo com descrição abaixo:
BO-01 Situa-se a cerca de 50 m da ETA (Estação de Tratamento de Água), coloração escura, com transparência, ausência de vento, céu limpo azul, sem chuva e sem vegetação sobrenadante, haja vista que tal lago passou por um processo de dragagem para retirada da mesma
BO-02 Situa-se a cerca de 10 metros da ETA (Estação de Tratamento de Água), com localização geográfica S 010 25’ 12,9” e W 0480 25’ 57,6”, características semelhantes ao do ponto BO-01;
BO-03 Situa-se próximo ao sangradouro do lago, com localização geográfica S 01025’29” e W 0480 25’ 52,3”, com coloração escura, odor nauseabundo, raízes de vegetação aquáticas submersas, sem vento, céu limpo azul, sem chuva.
Para a coleta das amostras em campo, realizada nas águas de superfície do lago Bolonha e posterior análises, seguiu-se procedimentos de acordo com as recomendações e orientações da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) e do APHA/SMWW (Standard Methods For Examination of Water and Wastewater, 1998).



RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para a temperatura obteve em um dos pontos um valor de 33,6 °C, valores acima de 33 °C podem provocar alterações nas reações químicas e biológicas, favorecendo o desenvolvimento de microorganismos e intensificando sabores e odores. Os valores de pH não apresentaram variações consideráveis, pois o recomendado na Resolução Nº 357/2005 do CONAMA estão na faixa de 6,0–9,0. Valores fora dessa faixa podem comprometer a qualidade da água. Dentre os valores de Turbidez são permitidos na Resolução Nº 357/2005 do CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente) onde águas de classe II a turbidez deve ser no máximo de 40 NTU), valores acima do limite estabelecido devem-se, provavelmente, a grandes quantidades de partículas erodidas do solo no período chuvoso. Os valores de Condutividade Elétrica estão num intervalo bem próximos com trabalho realizado por Ribeiro (1992), que interliga com a baixa salinidade para valores inferiores a 243 uS/cm. Na cor aparente obteve-se um valor máximo de 40mg/L Pt Co, no ponto BO-01. Ressalta-se que tal valor pode ser atribuído ao fato daquele ficar mais próximo da entrada do lago, que liga ao lago Água Preta, onde a vazão é mais intensa, o que logicamente provoca um maior número de partículas em suspensão. Para Os valores de OD obteve-se em todos os pontos de coleta valores inferiores ao recomendado na Resolução valores inferiores a 6,00 mg/L de O2, como possível causa desses índices baixos de oxigênio dissolvido, podemos citar o processo de dragagem pelo qual passou o lago Bolonha, para retirada da vegetação sobrenadante, sendo visível ainda apresença de matéria orgânica em fase de decomposição, o que por sua vez consomem oxigênio.

CONCLUSÕES: Nos parâmetros analisados neste trabalho, constatou-se que os mesmos, estão em consonância com as condições e padrões aceitáveis pela Resolução nº 357/2005, estabelecida pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente, para águas destinadas ao abastecimento para o consumo humano, após tratamento simplificado. Com exceção do parâmetro oxigênio dissolvido, o qual obteve resultados aquém do mínimo estabelecido pela mencionada Resolução, evidenciando que há indícios de degradação ambiental no lago Bolonha, o qual sofre um processo de dragagem constante para retirada de vegetação sobrenadante.

AGRADECIMENTOS: À Polícia Militar do Estado do Pará



Ao Laboratório de Hidrocarbonetos da Universidade do Estado do Pará, pelas análises realizadas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: American Public Health Association. Standard methods for the examination of water and wastewater. 19 ed. Washington, apha, 1998. 1100p.
CONAMA. Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.
RIBEIRO, H. M. C. 1992. Tese de Mestrado apresentado no Curso de Pós-Graduação do Centro de Geociências da Universidade Federal do Pará. Belém-PA.