ÁREA: Ambiental

TÍTULO: ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DAS ÁGUAS DA MICRO-BACIA DOS CÓRREGOS TOURO-TARUMÃ DE NAVIRAÍ-MS

AUTORES: TÓFOLI, D. (UEMS) ; NAZARO, J. M. (UEMS) ; MINGUZZI, S. (UEMS)

RESUMO: Neste trabalho foi feita uma análise físico-química nas águas da micro-bacia dos
córregos Touro-Tarumã na cidade de Naviraí-MS, utilizando técnicas de espectroscopia
UV/VIS através do método descrito em Standard Methods. Quatro pontos estratégicos foram
coletados no decorrer do córrego, foram feitas duas coletas avaliando-se a qualidade da
água, sendo observado em alguns pontos uma alta concentração de fosfato, entre outros
indicativos da possível interferência antrópica no meio.

PALAVRAS CHAVES: química ambiental, análise físico-química, qualidade da água;

INTRODUÇÃO: É de consenso geral a importância dos recursos hídricos para a vida na terra, e
também que a preservação destes é atualmente a única forma de ação comprovada para
evitar problemas como falta de água. O córrego Tarumã e seu tributário Córrego do
Touro, no município de Naviraí-MS, da sub-bacia do rio Amambaí que deságua na bacia
do rio Paraná, são retratos de o que a falta de preservação pode ocasionar, estes
corpos d´água que antes eram locais de lazer para a juventude recentemente tiveram
seu nível de poluição relatado (PRATES et al, 2006; KOTTWITZ et al, 2005; SILVA,
2008). Portanto surgiu o interesse de se avaliar alguns parâmetros de qualidade da
água objetivando medir e comparar a concentração de poluentes presentes nos corpos d
´água citados com os valores permitidos por lei, avaliando então a influência
antrópica ao ambiente aquático, visto que esses córregos percorrem a cidade recebendo
efluentes domésticos e industriais. Duas coletas foram efetuadas, sendo uma no dia
27/08/2009 e a outra em 15/04/2010.

MATERIAL E MÉTODOS: As análises e coletas foram feitas de acordo com Standard Methods em quatro pontos:
P1 próximo à nascente do córrego do Touro, P2 próximo ao local onde o Touro deságua
no Tarumã, P3 no Tarumã após receber as águas do Touro e P4 onde o Tarumã deságua no
rio Amambaí.
Mediu-se, em campo, a temperatura e o pH utilizando-se o multiparâmetro da
marca Hanna modelo HI 9828 e a turbidez usando o turbidímetro da marca Hanna modelo
HI 93703. Para determinar oxigênio dissolvido (OD) e demanda bioquímica de oxigênio
(DBO) as amostras de água foram coletadas em frascos de vidro com capacidade
aproximada de 300 mL e para os demais parâmetros coletou-se em frascos de vidro âmbar
de 1L, as análises foram feitas no laboratório de Química da UEMS em Naviraí. Os
parâmetros de OD e a DBO foram determinados pelo Método de Winkler e a concentração
dos poluentes: nitrogênio amoniacal, fosfato e nitrito foram determinados utilizando-
se kits da Merck específicos para cada poluente com espectrofotômetro UV-VIS Pró-
análise modelo UV 1600.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados estão relacionados nas tabelas 1 e 2 a seguir:
De acordo com o CONAMA: o pH deve estar entre 5 e 9, todos os pontos dentro dos
padrões; Nitrogênio amoniacal, com todos os valores de pH abaixo de 7,5 não maior que
3,7 mg L-1, todos os pontos estavam abaixo desse valor, exceto o P4 no dia 27; O
nitrito, não maior que 1,0 mg/L, em termos de nitrogênio, todos os valores estão
abaixo deste valor; Fosfato, a) até 0,030 mg/L, em ambientes lênticos; e, b) até
0,050 mg/L, em ambientes intermediários, todos os teores estavam acima do permitido;
O OD estava dentro dos padrões, não menor que 5mg/L, exceto para os pontos 1 e 4 nas
duas coletas. A DBO, todos os pontos apresentaram valores abaixo do máximo permitido
que é de 5 mg/ L, no P4 no dia 15 onde se teve o valor >3, pois neste método calcula-
se a DBO à partir do OD, que nesse dia foi insuficiente. A turbidez, é permitido até
100 UNT, no dia 15 todos os pontos estavam abaixo desse valor, já no dia 27 apenas o
P1 estava abaixo. Comparando os pontos, nota-se que a tendência na maioria dos
valores são aumentar de P1 a P2, devido à ação de possíveis agentes poluidores
liberando resíduos domésticos ou industriais, decair de P2 a P3, pois se tem a
diluição do Touro no Tarumã, e subir novamente de P3 a P4 também possivelmente pela
ação antrópica. Os teores de amônia em P3 e turbidez altos na primeira coleta podem
ter sido agravados por ser uma época chuvosa, já o baixo teor de OD em P1 pode ser
explicado pelo fato de a nascente ter um fitoplâncton pouco desenvolvido, havendo
menor dissolução do gás. Observou-se elevados teores de fosfato que é um dos
principais responsáveis pelo fenômeno da eutrofização, sua origem pode ser atribuída
tanto à atividade poluidora, quanto a característica do solo da região
(AMBROZINI,2003).





CONCLUSÕES: A qualidade da água dos dois córregos está comprometida, principalmente em termos de
fosfato, pode-se dizer que há sim influência antrópica e que isso só não toma maiores
proporções devido à alta capacidade depurativa do corpo d´água retratada pelos valores
de OD.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: PRATES, C. B.; ZANETE, K. A.; MORAES, A. R.; SILVA, A. F. G. Análise de algumas características físico-químicas das águas do córrego do touro (Naviraí – MS). 46º Congresso Brasileiro de Química. Salvador-BA, 2006;

KOTTWITZ, J.; SILVA V. S.; ARRUDA G. J. Estudo físico-químico e biológico da água do córrego do touro afluente do rio Amambaí em Naviraí-MS. Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC - Fortaleza, CE - Julho/2005.

SILVA, D. L. Percepção da população do bairro Jardim Paraíso no município de Naviraí em relação aos problemas ambientais. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Aquidauana - MS. 2008.

APHA-AWWA-WPCF; Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 20th ed.; Washington, 1999.

RESOLUÇÃO CONAMA nº. 357, de 17 de março de 2005, Publicada no DOU no 53, de 18 de março de 2005, Seção 1, páginas 58-63.

AMBROZINI, B.; MESSIAS, R. A.; SILVA ROSA, R. da; Importância da Compreensão dos Ciclos Biogeoquímicos para o Desenvolvimento Sustentável; Universidade de São Paulo, Instituto de Química de São Carlos; São Carlos-SP, 2003.