ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: AVALIAÇÃO SAZONAL DO ACÚMULO DE NITRATO EM HORTALIÇAS FOLHOSAS PRODUZIDAS EM VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA

AUTORES: AZEVEDO,A.S (UESB) ; CHAGAS,D.S. (UESB) ; SANTOS,E.A.R (UESB) ; SANTOS,J.S. (UESB) ; SANTOS,M.L.P. (UESB)

RESUMO: A ingestão do nitrato pelo homem,por meio da água ou de alimentos,resulta na formação de nitrosaminas,que são carcinogênicos,e em metemoglobinemia em crianças,doença em que ocorre o impedimento do transporte de oxigênio dos alvéolos pulmonares para os tecidos,o que pode acarretar morte.A avaliação dessas espécies químicas nas hortaliças representa um fator de grande importância no controle de risco à saúde das populações.Neste contexto o trabalho proposto tem como objetivo avaliar os teores de nitrato nos vegetais obtidos em diferentes pontos de coleta e os efeitos da concentração de nitrato num período sazonal.O procedimento foi baseado no método de determinação do nitrato desenvolvido por Wood et al.(1967)e adaptado por Aminot & Chaussepied(1983),com o uso do NH4Cl ao invéz do EDTA.

PALAVRAS CHAVES: nitrato, hortaliças, risco a saúde humana.

INTRODUÇÃO: A ingestão do nitrato pelo homem,por meio da água e alimentos,resulta na formação endógena de N-nitrosaminas,que são carcinogênicas e são capazes de transformar a hemoglobina do sangue em ferriemoglobina,processo que leva ao impedimento do transporte do oxigênio dos alvéolos pulmonares para os tecidos.A crescente tecnificação agrícola vem gerando distúrbios nas plantas que não se adaptaram às intensas adubações,utilizadas para o aumento da produtividade. Neste contexto, as hortaliças folhosas, que respondem a adubação nitrogenada associada à intensa irrigação, vêm apresentando acúmulos de nitrato(NO3-)nos tecidos. Como o Brasil não dispõe de legislação que estabelece limites de nitrato nos vegetais consumidos, surge assim à necessidade de avaliar cientificamente os teores de nitrato nas hortaliças comercializadas para estimar a sua ingestão diária pela população para tomada de decisões.Neste trabalho foram determinados teores de nitrato em amostras de alface americana(Lactuca sativa),couve(Brassica oleracea),espinafre(Spinacia oleracea)rúcula(Eruca sativa L.),obtidas diretamente com o produtor,em feiras livres e supermercados. Preliminarmente, para a conversão quantitativa do nitrato a nitrito, as amostras das hortaliças frescas foram trituradas e bombeadas através de uma coluna redutora de cádmio. Posteriormente, realizaram–se as determinações das concentrações do nitrato sob a forma de nitrito, com base na reação de Griess. Constatou-se uma excelente eficiência analítica no método que utiliza essa coluna. Em razão do exposto, podemos afirmar que o desenvolvimento de tecnologias analíticas envolvendo a espectrofotometria,com precisão analítica e facilidade de operação,poderá ser uma alternativa significativa em nível global para o controle desses íons nas hortaliças.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de alface,couve,espinafre e rúcula foram obtidas diretamente com o produtor, em feiras livres e supermercados. As partes comestíveis das hortaliças foram lavadas em água corrente, secas com papel absorvente e trituradas em liqüidificador com água na proporção de 1:1, até a obtenção de uma massa homogênea. Pesadas, aproximadamente, 5g da massa homogênea e as amostras processadas seão mantidas em -18 °C até a realização das análises. A extração do nitrato da matriz vegetal foi realizada em meio aquoso a 70ºC. Em 5g da amostra processada foram adicionados 40 mL de água deionizada a 70 ºC e a solução foi mantida por 15 minutos em banho-maria. A amostra foi transferida para balão volumétrico de 100 mL, seu volume completado com água desionizada. Em seguida a solução foi filtrada em papel de filtro qualitativo Whatman. O nitrito presente no extrato será determinado com base na reação de Griess.Os íons nitrito formam um diazóico com a sulfanilamida (reagente 1) em meio ácido (pH menor que 2) e depois o diazóico reage com o N–naftil- etilenodiamina (reagente 2) formando um corante. O método de análise do nitrato (NO3-) é baseado na dosagem dos íons nitrito (NO2-)obtido por redução quantitativa (aproximadamente 95%),dos íons nitrato (NO3-).A amostra passa por uma coluna de cádmio redutora, para transformar todos os nitratos em nitrito,e depois se faz a quantificação do nitrito presente na amostra (reduzida) com o mesmo método descrito no item anterior de dosagem de nitritos. A concentração da leitura que se obtém,é o somatório dos íons nitrito e nitrato na amostra.portanto para calcular a concentração do nitrato, basta descontar o valor do nitrito obtido pela pela análise feita antes de passar na coluna redutora.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O procedimento foi baseado no método de determinação do nitrato desenvolvido por Wood et al. (1967) e adaptado por Aminot & Chaussepied (1983), com a modificação do uso do NH4Cl, ao invés do EDTA.
Com base no gráfico 1, os teores de nitrato nas amostras das hortaliças obtidas em supermercados e diretamente do produtor foram muito semelhantes nos três períodos de coleta. Já nas hortaliças adquiridas na feira livre, observou-se uma maior variação nas concentrações do NO3- nos diferentes períodos de produção. Isso provavelmente deve-se ao fato da feira ser localizada em um centro de abastecimento que recebe hortaliças oriundas de diferentes localidades e tipos de manejo.




CONCLUSÕES: A partir dos resultados deste trabalho, fica evidente a importância da avaliação de nitrato nas hortaliças folhosas comercializadas nos diversos pontos de venda. Uma maior atenção deve ser dada as hortaliças comercializadas em feiras livres, devido à diversidade de procedências desses produtos.

AGRADECIMENTOS: UESB, FAPESB.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Mantovani, J.R.; Ferreira, M.E.; Cruz, M.C.P. Produção de alface e acúmulo de nitrato em função da adubação nitrogenada. Horticultura Brasileira, Brasília, v.23, n.3, p.758-762, jul - set 2005.

Benini, E.R.Y.; Takahashi, H.W.; Neves, C.S.V.J.; Fonseca, I.C.B. Teor de nitrato em alface cultivada em sistemas hidropônico e convencional. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 20, n. 2, p. 183-186, junho 2002.