ÁREA: FEPROQUIM - Feira de Projetos de Química

TÍTULO: EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DE ÓLEOS EXTRAIDOS DO FRUTO DO CAJÚ-ARBÓREO-DO-CERRADO (ANACARDIUM OTHONIANUM RIZZ.)

AUTORES: SILVA, K.S. DA (IFSP) ; LIMA, M.E. DA S. (IFSP) ; TININIS, A.G. (IFSP) ; RABELO, RS (IFGO)

RESUMO: A extração e o emprego dos óleos fixos e essenciais contribuem para a popularização de várias espécies nativas ainda pouco valorizadas, fazendo do extrativismo vegetal, não madeireiro, uma forma lucrativa de promover o desenvolvimento da região com garantia da sobrevivência do bioma Cerrado. Este trabalho teve por objetivo a extração de óleos fixos e essenciais, seguida por sua caracterização química determinada por CG-EM, com intuito de analisar viabilidade da utilização do fruto do caju-arbóreo-do-cerrado (Anacardium othonianum) na indústria alimentícia, farmacêutica, cosmética e outras, através do emprego de seus óleos fixos e essenciais. Os resultados obtidos não caracterizam a presença de óleo essencial nas amostras analisadas.

PALAVRAS CHAVES: cromatografia gasosa com espectrometria de massas, sustentabilidade no cerrado, caju-arbóreo-do-cerrado, anacardium othonianum, óleo essencial

INTRODUÇÃO: O caju-arbóreo-do-cerrado, denominado Anacardium othonianum, pertence à família
Anacardiaceae, é nativa do cerrado e tem porte arbóreo de 3 a 6 metros. O verdadeiro
fruto do caju é a castanha, que possui cor castanho-acinzentado e é constituída por
uma amêndoa interna formada por dois cotilédones branco-amarelados, carnosos e
oleosos que são a parte comestível do fruto quando torrados. Esta amêndoa é recoberta
por uma película com tons avermelhados e por um mesocarpo esponjoso onde se encontra
um líquido escuro, quase preto, caustico e inflamável, composto basicamente de ácido
anacárdico, cardanol e cardol, denominado líquido casca e da castanha (LCC), do qual
segundo MOTHÉ, et al. (2004) é possível obter resinas de policondensação que podem
ser empregadas em indústrias de tintas, vernizes, esmaltes, embreagens, adesivos e
misturas polímeros tais como: poliésteres, poliuretanos, poliamidas e ainda polímeros
líquido – cristalino. Ainda, segundo outros relatos literários, podem ser utilizados
na fabricação de filtros solares, conforme estudo feito na Universidade Nacional de
Brasília, e como antioxidante para borracha, óleos vegetais e biodiesel, além de ter
ainda aplicações na construção civil. O caju possui ainda um pendúnculo ou
pseudofruto que, conforme trabalhos de pesquisa desenvolvidos pela Embrapa em algumas
espécies de caju, é rico em vitamina C, fibras e compostos fenólicos. Além do
potencial vitamínico, estes compostos conferem potencial antioxidante à polpa do
fruto, propriedade que esta associada à prevenção de doenças crônico-degenerativas,
como problemas cardiovasculares, câncer e diabetes.

MATERIAL E MÉTODOS: Materiais: Vidraria comum de laboratório; aparelho de ultra-som Unique USC 1400;
estufa Nova Ética N 480, Soxhlet Prodicil 6AL, Cromatógrafo Gasoso Perkin Elmer-
Clorus 600T com coluna cromatográfica DB-S COL-5MS-30M-O Perkin Elmer; moinho de faca
Manesco e Ranieri-Willey.
Métodos: Para a obtenção de óleo fixo e essencial do fruto do caju-arbóreo-do-cerrado
inicialmente foram feitas divisões do material de análise em três grupos, em um dos
grupos o fruto foi separado em amêndoa e mesocarpo (casca) e a amostra foi então
particulada, este grupo foi submetido à extração em ultra-som. Nos demais grupos o
fruto foi particulado inteiro e em um deles utilizou-se extração em Soxhlet; tanto na
extração em Soxhlet como na extração em ultra-som o hexano foi utilizado como
solvente na relação de 1:1 (m/v) por um período de 5 horas. Os óleos extraídos após a
evaporação do solvente em ambos os casos foram derivatizados e submetidos à análise
cromatográfica (CG-EM). Com vistas da extração apenas de óleos essenciais no terceiro
grupo de amostras foram feitas extrações em um aparelho de passagem a vapor montado
em nosso laboratório, onde com a ebulição do solvente (água destilada) o vapor
passava pela amostra levando consigo componentes voláteis e óleos esenciáis. Após
extração, tais componentes foram submetidos à partição líquido-líquido com hexano e
acetato de etila na proporção 1:1, onde a fase orgânica foi retirada para análise em
CGEM. Todas as análises foram feitas em duplicata.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: As amostras do grupo 2 (A) e o mesocarpo da do grupo 1 (B), após a análise cromatográfica apresentaram, respectivamente, o perfil químico mostrado na Figura 1.Na Fig. 2 estão os espectros de três substâncias majoritárias presentes no fruto inteiro, depois de submetidos ao tratamento descrito para o grupo 2.Pode ser observado que os componentes químicos do óleo fixo são interessantes para possível utilização na indústria alimentícia e farmacêutica, devido seu aroma agradável e característico e a ausência, até o presente momento, de substâncias tóxicas que invibializem seu uso.





CONCLUSÕES: Não foi verificada a presença de compostos característicos do óleo essencial nas amostras analisadas. Outros estudos deverão ser realizados para investigações mais aprofundadas de possíveis substâncias tóxicas e compostos aromáticos.

AGRADECIMENTOS: CNPq, MCT e FUNDAM.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: MARTINS, E.R.; CASTRO, D.M.; CASTELLANI, D.C. & DIAS; J.E.. Plantas Medicinais. Viçosa: UFV. 1994. 220 p.
MOTHÉ, C. G. & AMARAL, P. S. Revestimento fenólico de blendas LCC/poliéster para cerâmicos: parâmetros cinéticos. Revista Analytica, n.11. 2004.
TININIS, A.G.; ASSONUMA, M.M.; TELASCREA, M.; PEREZ, C.C.; SILVA, M.R.S.R.M.; FAVORETO, R. & CAVALHEIRO, A.J. Composição e variabilidade química de óleo essencial de Casearia sylvestris SW. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.8, n.4, p.132-136. 2006.