ÁREA: Iniciação Científica
TÍTULO: ALGUMAS CARACTERISTICAS QUIMICAS DE SOLOS DE PONTES E LACERDA-MT
AUTORES: PIERANGELI, L.M. (UAB/IFMT) ; PIERANGELI, M.A.P. (UNEMAT)
RESUMO: Tecnologia simples e eficiente a analise química do solo é uma grande aliada para se avaliar a sua fertilidade. Esse trabalho avaliou a fertilidade do solo de noventa e uma amostras (0-20) cm de profundidade de solos do município de Pontes e Lacerda-MT. Os valores médios das variáveis analisadas foram: pH água = 6,0; matéria orgânica =18,0 g kg-1; P = 8,7 mgdm3; K+ = 84,6 cmolc dm-3; Ca2+ = 2,5 cmolc dm-3; Mg2+ = 0,9 cmolc; Al3+= 0,2 cmolc dm-3; H+Al= 3,0 cmolc dm-3. A saturação por bases média foi igual a 53% enquanto a saturação por alumínio ficou em torno de 9,4%. Os resultados obtidos neste trabalho permitem concluir que os solos apresentam boa saturação por bases, baixa disponibilidade de P e baixos teores de matéria.
PALAVRAS CHAVES: saturação por bases, ph, capacidade de troca de cátions
INTRODUÇÃO: As principais causas da baixa fertilidade dos solos podem ser naturais (pobreza do material de origem, intenso intemperismo) e antropogênicas (falta de reposição de nutrientes e falta de controle da erosão, entre outros fatores).
Segundo Monzatto et al. (2002), grande parte dos solos do Brasil são ácidos e pobres em nutrientes. Sendo assim, torna-se necessário avaliar a fertilidade do solo para caracterizar sua capacidade de fornecer nutrientes as plantas, identificar a acidez e elementos tóxicos para orientar os programas de adubação e correção do solo ou a escolha ou variedades mais adaptadas para condições de baixa fertilidade. Para Dechen & Nachtigall (2006) dezesseis elementos são essenciais às plantas; C, H, O, N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cl, Fe, Mn, Mo, Na, Zn e Cu. Esses elementos, exceto C, H e O, provem do solo e quando este não é capaz de fornecê-lo nas quantidades e proporções exigidas há necessidade de se recorrer a adubos minerais ou orgânicos a fim de manter a capacidade produtiva dos solos. Os adubos devem, pois cobrir a diferença entre as quantidades exigidas pela cultura e as quantidades que o solo pode oferecer, de forma equilibrada sem riscos de contaminação ambiental. A exaustão dos nutrientes do solo, frequentemente conduz à degradação das áreas cultivadas (LOPES & GUILHERME, 2001). Entretanto, através do correto manejo de fertilidade do solo, fazendo o uso dos conhecimentos gerados pela pesquisa em fertilidade do solo, tais solos podem tornar-se produtivos. No Brasil as metodologias para análises químicas do solo estão bem estabelecidas, existindo vários programas de controle de qualidade dos laboratórios. O objetivo deste trabalho foi avaliar alguns atributos relacionados à fertilidade em amostras de alguns solos do município de Pontes e Lacerda MT.
MATERIAL E MÉTODOS: O município de Pontes e Lacerda está localizado na região sudoeste de Mato Grosso, com uma área de 8.423 km2 sendo a agropecuária a principal atividade econômica do município, com destaque para a pecuária de corte. A altitude media da região é entorno de 250 m. Esse trabalho tem como base os resultados analíticos de 91 amostras de solo enviadas ao Laboratório da Universidade do estado de Mato Grosso, UNEMAT, campus de Pontes e Lacerda no ano de 2009. Essas amostras foram coletadas pelo próprio agricultor na camada superficial (0-20 cm) em áreas de pastagem, vegetação nativa e lavouras anuais. Foram determinados os seguintes atributos relacionados à fertilidade do solo; pHágua, cátions trocáveis (Ca2+, Mg2+, K+), acidez trocável (Al3+) e potencial (H+Al), o fósforo disponível e matéria orgânica (MO). Todas as determinações foram realizadas conforme Embrapa (1997), sendo calculados a soma de bases (SB), capacidade de troca de cátions efetiva CTCe), capacidade de troca de cátions a pH 7,0 (CTCpH7,0), saturação por bases (V) e saturação por alumínio (m). As metodologias utilizadas estão descritas em Embrapa (1997). As análises estatísticas foram feitas usando-se o programa Sisvar 4,6 (FERREIRA, 2000).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O resumo da estatística descritiva das variáveis analisadas se encontra na Tabela 1. Contrariamente ao que se é relatado para a maioria dos solos do Brasil, os solos estudados apresentam, em média, valores adequados de importantes características relacionadas à sua fertilidade, tais como o pH e a soma das bases. No entanto, não é possível generalizar, pois o coeficiente de variação é muito elevado para todas as variáveis exceto pH em água, confirmando a grande variabilidade da maioria das características e propriedade do solo, tanto no espaço quanto no tempo. No presente estudo, o valor máximo igual 7,8 obtido para o pHágua, interpretado como muito alto (SOUZA & LOBATO, 2004; RIBEIRO et al., 1999) indicam a possibilidade de ocorrência de deficiência de micronutrientes (SOUZA & LOBATO, 2004) nessas áreas. Com relação aos teores de P, verifica-se que o mesmo é limitante para o desenvolvimento da maioria das plantas cultivadas, haja vista os baixos teores observados (LOPES & GUILHERME, 2001). A interpretação dos atributos analisados possibilitou enquadrar alguns atributos nas classes gerais de fertilidade do solo. Assim segundo a interpretação de analises de solos para fins de fertilidade proposta por Ribeiro et al. (1999) e por Souza e Lobato (2004) alguns solos do município de Pontes e Lacerda, podem ser enquadrados como tendo fertilidade boa. Outras prováveis causas estão relacionadas à geologia a regional, a qual compreende rochas sedimentares, granitos e granodioritos e rochas juvenis vulcânicas e plutônicas máficas (FERNANDES et al., 2005).
CONCLUSÕES: A maioria dos solos estudados apresenta alta saturação por bases;
A maioria das amostras analisadas apresenta baixos teores de Al3+;
O P apresenta baixa disponibilidade nos solos estudados.
A grande variabilidade e amplitude observadas para a maioria das variáveis ressaltam a importância da análise de solo para cada solo, evitando-se as generalizações.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solo. 1997. M Manual de métodos de analises de solo. Rio de Janeiro: Misterio da Agricultura. 212p.
FERNANDES, C. J.; RUIZ, A.S.; KUYUMJIAN, R.M. & PINHO, F.E.C. 2005. Geologia e controle estrutural dos depósitos de ouro do Grupo Aguapei – região Lavrinha, sudoeste do Craton Amazônico. Revista Brasileira de Geociências. 35(1): 13-22.
FERREIRA, D.F. 2000. Analises estatística por do Sisvar para Windws versão 4.6. In: 45ª Reunião Anual da Região Brasileira da Sociedade Internacional de Biometria. UFSCar, São Carlos, SP, p.255-258.
LOPES A.S 7 GUILHERME, L.R.G. 2001. Vocação da Terra. São Paulo, ANDA. 23p.
MANZATTO, C.V.; JUNIOR , E.F.;PERES.J.R.R. 2002. Uso agrícola dos solos brasileiros. Rio de Janeiro: Embrapa Solos. 174p.
RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P.T.G & Alvarez, V.H.V. 1999. Recomendação para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais -5ª aproximação. Viçosa. Comissão de fertilidade do solo do Estado de Minas Gerais (CFSEMG). 359p.
SOUZA , M.G.D. 7 LOBATO, E. 2004. Cerrado: correção do solo e adubação. 2ª ed. Brasília. Embrapa Informação Tecnológica. 416p.