ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: Elaboração e aplicação de jogos didáticos nas aulas de química no ensino médio

AUTORES: SANTOS,V.F. (IFGO) ; SILVA,L.O.P. (IFGO) ; ALVES,B.H.P. (IFGO)

RESUMO: A MAIORIA DOS ALUNOS, PRINCIPALMENTE DO PRIMEIRO ANO DO ENSINO, DEMONSTRAM TER GRANDE DIFICULDADE E NÃO ENTENDEM O QUE É E PARA QUE SERVE A QUÍMICA. COM ISSO, CRIAM BARREIRAS QUE DIFICULTAM O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM. ALÉM DISSO, A MAIORIA DOS PROFESSORES UTILIZA EM SUAS AULAS A FORMA TRADICIONALISTA PARA ENSINAR OS CONTEÚDOS, TORNANDO AS AULAS CANSATIVAS E TORTURANTES, ATRAPALHANDO, ASSIM, O DESENVOLVIMENTO DO ALUNO. POR ISSO, A PESQUISA CONSISTIU EM PROPOR UMA ADAPTAÇÃO NOS PLANOS DE AULA DOS PROFESSORES DE ALGUMAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA DE ENSINO INCLUINDO ATIVIDADES LÚDICAS PARA QUE OS ALUNOS FOSSEM MOTIVADOS A UMA CONSTRUÇÃO DIÁRIA DE CONHECIMENTOS, PERCEBENDO A IMPORTÂNCIA DE SE ESTUDAR QUÍMICA.

PALAVRAS CHAVES: ensino de química, atividades lúdicas, jogos didáticos.

INTRODUÇÃO: Aprender Química torna-se, na maioria das vezes, uma tarefa exaustiva, trabalhosa e complicada, principalmente, para os alunos que começam a introduzir essa matéria em seu cotidiano escolar. Na maioria das vezes isso ocorre pela falta de motivação dos alunos pelo próprio sistema de ensino atual, no qual a maioria dos estudantes acabam ficando mal acostumados pela aprovação sem o mínimo esforço e também pela técnica tradicionalista de ensino que perdura ainda nos dias de hoje.
De acordo com (GARCIA; 2000, p.33) a metodologia de ensino não é entendida, por muitos professores, como um processo aberto e flexível, mas como um conjunto rígido de normas e pautas a seguir.
Alguns educadores afirmam que a falta de recursos, tempo e envolvimento dos alunos atrapalham o acontecimento de aulas práticas. E a maioria deles pensa que aulas práticas são apenas as desenvolvidas em laboratório, com isso criam uma barreira de dificuldades para realizar encontros interessantes e produtivos.
A cada momento o mundo se desenvolve mais. As tecnologias aumentam e com isso cresce também a necessidade de aprender para saber aplicar em situações diárias e criar estratégias para a resolução de problemas. Para tanto, não basta apenas decorar fórmulas, nomes de elementos, precisa-se saber a utilidade e aplicabilidade de cada conteúdo.
É necessário despertar o aluno para um aprendizado significativo e o uso das atividades lúdicas é uma ótima opção para busca desse interesse em aprender Química. A utilização de jogos pode ser um diferencial na tentativa de buscar a atenção destes estudantes, pois se a atividade não despertar o interesse e por conseqüência a motivação ele simplesmente estará fingindo que aprende.



MATERIAL E MÉTODOS: O projeto foi realizado em duas escolas públicas estaduais, da cidade de Itumbiara, que oferecem o primeiro ano do ensino médio. O início do projeto consistiu em pesquisas bibliográficas sobre a utilização de jogos didáticos em Química, visitas às escolas escolhidas, para conhecer a metodologia desenvolvida nas aulas, seguindo com questionários e entrevistas com professores e alunos com intuito de avaliar a participação dos alunos nas aulas “tradicionais” e com o uso dos jogos. Os questionários também foram usados para verificar as dificuldades que os professores apresentavam para realizar aulas com metodologias diferenciadas. Realizou-se reuniões com os professores, para escolha dos conteúdos e os possíveis jogos a serem usados respeitando a duração de cada aula e a disponibilidade de cada educador.
Com isso iniciou-se a elaboração e confecção de alguns jogos, como dominó, bingo, trilha e práticas lúdicas com uso de bolas de isopor. Estes foram apresentados aos professores, que os testaram analisando as possíveis dificuldades que seriam encontradas pelos alunos, e deram sugestões de como poderiam ser melhorados. Após isso foram marcados os dias para aplicação de cada um dos jogos, que foram realizados no segundo semestre letivo de 2009 e no primeiro semestre letivo de 2010.
Após a aplicação de cada jogo, os alunos eram submetidos a responder questionários ou relatar em frases, o entendimento do conteúdo com uso das brincadeiras e a satisfação com o brinquedo ou jogo.
No desenvolvimento final do projeto os professores avaliaram o mesmo, deram sugestões e falaram da possível continuidade do trabalho nas escolas. Os alunos fizeram um simulado com as matérias estudadas através dos jogos e os resultados foram apresentados a todos os participantes do projeto.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: O desenvolvimento do projeto permitiu visualizar as dificuldades dos professores e alunos de escolas públicas e ajudar a melhorar a metodologia nas aulas de Química. Na primeira reunião os professores mostraram interesse em conhecer e aplicar os jogos, dando sugestões e conhecendo os que já estavam prontos.
Na primeira aula lúdica, através da aplicação de um vídeo seguido de um caça-palavras sobre o atomismo foi possível perceber que os alunos ficaram muito entusiasmados, e com espírito de competição aguçado. A atividade fez toda a sala participar, o que não acontecia há muito tempo, segundo a professora. Os relatos dos professores e alunos no término da atividade eram muito favoráveis em relação aos jogos.
A participação efetiva da sala pode ser explicada através das idéias de Soares (2008), ao dizer que o interesse é algo pessoal, mas um mesmo assunto ou objeto desperta o interesse em diferentes pessoas. O autor acredita que atividades que apresentam obstáculos e desafios envolvem o individuo e desperta a curiosidade e o interesse para uma aprendizagem significativa.
Posteriormente foram aplicados os jogos trilha química e amarelinha como fixação do conteúdo sobre a tabela periódica, nestes os alunos se mostraram um pouco tímidos no princípio, mas com o tempo se descontraíram.
O grau de satisfação de toda comunidade escolar foi muito elevado. Como pode-se observar, na Figura 1, a maioria dos professores pretendem continuar o trabalho, adaptando os jogos, apresentados, a todas as séries do ensino médio, dos demais professores, 25% aplicará os jogos apenas na 1ª série do ensino médio, visto que utilizarão os jogos do projeto, argumentando falta de tempo para elaborar ou adaptá-los às outras séries, e 10% não os usaram, pois preferem as aulas tradicionais.



CONCLUSÕES: A utilização de uma metodologia diferente realmente é muito interessante, é possível perceber que o aluno se interage muito com o conteúdo e o assimila melhor. Isso porque o jogo é uma atividade prazerosa, tanto para alunos como para professores. Segundo CHATEUAU (1984), quase todas as pessoas gostam de brincar e conservam tal desejo a vida toda. Esse prazer que sente-se ao brincar é refletido durante atividades, como as que foram realizadas no decorrer do trabalho.Foi possivel perceber que a educação não está de toda perdida, que nos resta, ainda, lutar por melhores condições de ensino.

AGRADECIMENTOS: Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás.




Aos Colégios Contemplados com o projeto de pesquisa.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1997

PIAGÉT, J. Adaptation and intelligence: organic selection and phenocopy. Chicago: University of Chicago Press, 1980 (Original work published in 1974).

PRATA, Carmen Lúcia. NASCIMENTO, Christina Aun de Azevedo. Objetos de aprendizagem: uma proposta de recurso pedagógico. Brasília: MEC, SEED, 2007.

SOARES, Márlon. Jogos para o ensino de Química: Teorias, métodos e aplicações. Guarapari-ES. Ed: Libris, 2008.

TAVARES, Romero. Aprendizagem significativa e o ensino de ciências. 28ª Reunião Anual da ANPEd – Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação – Caxambu/MG, 2005 b.133