ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: ADITIVOS LIPOSSOMAIS NA FOTOINATIVAÇÃO DE MACRÓFAGOS UTILIZANDO FTALOCIANINA DE ZINCO E DIODOS EMISSORES DE LUZ

AUTORES: GARCÊS, B. P. (UFU) ; FRANÇA, E. G. (UFU) ; DE PAULA, L. F. (UFU) ; OLIVEIRA, C. A. (UFU)

RESUMO: Terapia fotodinâmica (PDT) é uma nova modalidade no tratamento de diversas moléstias
sendo a principal delas o Câncer. A PDT parte de uma combinação entre luz de um
comprimento de onda específico, um composto atóxico, também chamado de
fotossensibilizador e oxigênio molecular, resultando na formação de espécies reativas
de oxigênio capazes de induzirem a inviabilização das células. In vitro, a PDT é
chamada de Inativação Fotodinâmica (PDI) e utiliza o mesmo princípio da PDT. Neste
trabalho analisamos a interação de lipossomas com PEG e Ácido Araquidônico contendo a
Ftalocianina de Zinco PDI de macrófagos. Como fonte de irradiação foram utilizados
diodos emissores de luz (LED). Vimos que o PEG não interage bem com as células e o
Ácido Araquidônico aumenta levemente a morte celular.

PALAVRAS CHAVES: terapia fotodinâmica, led, inativação fotodinâmica

INTRODUÇÃO: A terapia fotodinâmica (PDT) é uma nova modalidade clínica para o tratamento do
câncer e diversas moléstias. A terapia parte de uma combinação simples: corante,
oxigênio e luz. O princípio está na interação da luz do comprimento de onda adequado
com um composto atóxico (fotossensibilizador) e oxigênio molecular, resultando em
espécies reativas de oxigênio capazes de promoverem a inviabilização de células. Além
de aplicação para o tratamento do câncer a PDT é bastante utilizada na dermatologia
onde este procedimento é aplicado com sucesso em algumas regiões do território
nacional, bem como no exterior. Esta técnica também é bastante utilizada para a
inativação de patógenos resistentes a determinadas drogas. Em aplicações tópicas a
PDT mostra-se muito promissora no caso da remissão de melanomas, no tratamento de
onicomicose, minimização de surtos do vírus do herpes simplex, e diversas outras
moléstias cujo tratamento convencional mostra-se ainda pouco eficiente. Buscando
diminuir os custos e aumentar a eficiência da PDT, procuramos inicialmente alterar a
formulação lipossomal para a entrega da droga fotossensível e também criar uma fonte
de irradiação que seja de baixo custo e alta eficiência neste processo. A PDT pode
ser uma modalidade terapêutica mais barata e acessível à toda a população não só no
tratamento do câncer mas também de várias outras doenças. Este trabalho foi realizado
por Bruno Pereira Garcês aluno de Iniciação Científica da Universidade Federal de
Uberlândia.


MATERIAL E MÉTODOS: A ftalocianina de zinco foi utilizada sem purificação adicional. Uma solução estoque
1 mmol/L foi feita em dimetilformamida e conservada sob refrigeração até o momento de
uso. Lipossomas unilamelares foram produzidos pelo método de injeção etanólica, como
descrito por OLIVEIRA et al (2005). Os animais foram sacrificados pelo método de
deslocamento cervical, posteriormente à morte e exposição do peritônio, abriu-se a
pele do animal, inoculou-se 4mL de solução de Alsever`s e 1 mL de ar para facilitar a
retirada da solução, realizando-se leve massagem manual no mesmo. As células foram
colhidas do peritônio com a mesma seringa e dispensadas em tubo cônico estéril para
utilização na PDI. Foi colocada sobre as lamínulas a suspensão de macrófagos para se
aderirem durante 20 minutos. Em seguida as lamínulas foram lavadas por imersão em
salina para retirada de outros modelos celulares. Foi colocado 20#956;L da solução de
cada formulação lipossomal do fotossensibilizador sobre cada lamínula para interagir
com os macrófagos por 20 minutos. A irradiação luminosa foi feita em um sistema com
600 diodos emissores de luz (LED) de alto brilho que emitem luz em um comprimento de
onda com pico específico em 650 nm por 15 minutos. Para quantificação da morte
celular foi utilizado o teste de exclusão por azul de tripano, que age como um
corante vital corando apenas as células mortas sendo eficiente na contagem das
células. Para lipossomas contendo PEG, foram feitas contagens 30 min, 1h, 2h e 4h
após o experimento. Controles foram realizados na ausência da luz e ausência da
droga.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os lipossomas revestidos por PEG inativaram menos de 5% das células, acreditamos que
isto ocorre, pois o polietilenoglicol forma uma camada extensa na parte externa
(hidrofílica) do lipossoma. Esta camada aumenta o tempo de circulação dos lipossomas
prevenindo o reconhecimento e conseqüente associação com os macrófagos, desse mo-do,
inibindo o processo de reconhecimento molecular. Com a passagem do tempo a
mortalidade celular aumenta o que mostra que os lipossomas se interagem com os ma-
crófagos, porém esta interação leva um tempo maior.
É uma formulação lipossomal eficiente na terapia fotodinâmica, pois não interage fa-
cilmente com macrófagos, portanto entra no organismo não destruindo o sistema imu-
nológico do paciente, podendo interagir com células tumorais que possuem uma menor
aderência umas com as outras, então os lipossomas podem ser absorvidos pelas células
tumorais que tem uma grande afinidade com lipídeos.
Já nos lipossomas contendo ácido araquidônico a mortalidade celular aumenta em cerca
de 20%, esta mortalidade pode ser devido a uma facilidade de liberação do fármaco ou
até mesmo uma reação sobre o ácido araquidônico. Estudos posteriores serão feitos
para analisar a real causa deste aumento de mortalidade celular.





CONCLUSÕES: Concluímos que a inativação fotodinâmica utilizando ftalocianina de zinco e diodos
emissores de luz é eficiente. Lipossomas contendo PEG tem menor interação com
macrófagos o que pode ser uma formulação lipossomal ideal para a entrega de drogas para
a terapia fotodinâmica. Lipossomas com ácido araquidônico aumentam a mortalidade
celular provavelmente por uma facilidade na entrega da droga ou pela liberação de mais
espécies reativas de oxigênio, inativando mais células.

AGRADECIMENTOS: Agradecemos à FAPEMIG pelo apoio financeiro, ao Prof. Wellington de Oliveira Cruz e a
todos os membros do LABIOFOT.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Oliveira, C. A. et al (2005) Chem. Phys. Lipids, 133, (1): 69-78.