ÁREA: Alimentos

TÍTULO: QUALIDADE DE POLPAS DE ACEROLA COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE MOSSORÓ/RN

AUTORES: MAIA, A. K. S. (UFERSA) ; OLIVEIRA, A. S. (UFERSA) ; FREITAS, C. D. M. (UFERSA) ; OLIVEIRA, T. A. (UFERSA) ; AROUCHA, E. M. M. (UFERSA) ; LEITE, R.H.L. (UFERSA)

RESUMO: A polpa de acerola é um produto rico em vitamina C que tem conquistado o mercado consumidor por sua praticidade e pelo fato da fruta in natura ser altamente perecível. O Ministério da Agricultura e do Abastecimento estabeleceu os Padrões de Identidade e Qualidade (PIQ) para polpas de acerola e outras frutas no ano de 1998. Nesse trabalho foram avaliadas sete marcas de polpa de acerola comercializadas na cidade de Mossoró/RN no mês de junho de 2010. Foram realizadas análises de pH, sólidos solúveis, acidez total titulável e vitamina C em amostras das polpas. Apenas duas marcas ficaram fora dos padrões de qualidade exigidos. Uma das marcas, no entanto, apresentou valores de vitamina C extremamente baixos e incompatíveis com o esperado para polpa de acerola.



PALAVRAS CHAVES: fruticultura, vitamina c, malpighia emarginata.

INTRODUÇÃO: A acerola (Malpighia emarginata D.C.) é uma fruta originada das Antilhas e que foi introduzida na região Nordeste do Brasil em 1955. Seu elevado conteúdo de vitamina C e seu potencial para a produção de sucos, polpas e outros derivados tornou-a economicamente importante para várias regiões do Brasil, em especial para a região Nordeste, a principal produtora. O fruto fresco é altamente perecível e seu mercado restrito. Porém, embalada em filmes de polietileno e refrigeradas, podem ser conservadas até oito dias após a colheita (EMBRAPA, 2001). A produção de polpa congelada de acerola é uma alternativa para o aproveitamento da fruta que permite uma conservação mais prolongada dos seus nutrientes. Além disso, devido à sua praticidade, as polpas de frutas vêm sendo bastante aceitas por donas de casa e estabelecimentos comerciais que a utilizam ao invés da fruta in natura. No entanto, durante o processamento e armazenamento ocorrem perdas de vitamina C que dependem dos equipamentos e processos utilizados na produção da polpa (FREITAS et al., 2006). Práticas inadequadas de processamento, transporte e armazenamento, além de fraudes podem comprometer a qualidade das polpas comercializadas e trazer prejuízos para os consumidores. No intuito de garantir a qualidade das polpas de frutas produzidas no Brasil, o Ministério da Agricultura estabeleceu os Padrões de Identidade e Qualidade para polpas de diversas frutas, inclusive de acerola (BRASIL, 1998). Esse trabalho buscou avaliar as marcas de polpa de acerola comercializadas na cidade de Mossoró, Rio Grande do Norte, sua procedência e qualidade quanto aos valores de pH, sólidos solúveis totais, acidez total titulável e vitamina C.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de polpas de acerola foram adquiridas de estabelecimentos comerciais localizados na região metropolitana de Mossoró/RN, no mês de junho de 2010. Foram transportadas sob refrigeração ao Laboratório de Pós-Colheita da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, e analisadas quanto ao seu conteúdo de sólidos solúveis, acidez titulável, pH e vitamina C. O teor de sólidos solúveis foi determinado por refratometria, de acordo com a A.O.A.C (1992), utilizando-se refratômetro digital, sendo os resultados expressos em °BRIX. A acidez titulável foi determinada segundo a técnica estabelecida pelo Instituto Adolfo Lutz (1985) e os resultados foram expressos em porcentagem de ácido cítrico. O teor de vitamina C foi determinado por titulometria e os resultados expressos em mg de ácido ascórbico/100g de polpa, conforme o método 43.064 descrito pela A.O.A.C. (1992). As análises foram feitas em triplicata. Foram observados também a data de fabricação e o local de fabricação das polpas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram encontradas sete marcas diferentes de polpas de acerola sendo comercializadas na cidade de Mossoró. Todas as polpas estavam dentro do prazo de validade e com menos de seis meses de fabricação, inclusive. Essas serão descritas por números de 1 a 7, daqui por diante. As polpas procedem de diversas partes do país, sendo duas fabricadas no RN, duas em PE, uma em PB, uma em BA e uma em SP. A figura 1 apresenta os resultados das análises das polpas de acerola quanto à acidez total titulável e ao pH. Os valores de acidez total titulável variaram entre 0,70 e 1,54 g de ácido cítrico/100g de polpa, apenas a marca 1 apresentou valores de acidez um pouco abaixo do estabelecido pelos PIQ’s. O pH de todas as marcas analisadas estavam dentro dos padrões, variando entre 3,13 e 3,53. A figura 2 mostra os resultados das análises para sólidos solúveis totais e vitamina C. Apenas uma repetição da marca 3 apresentou um teor de sólidos solúveis abaixo dos padrões exigidos, os resultados variaram entre 5,0 e 8,6 °BRIX. Os teores de vitamina C para as amostras variaram entre 362,7 e 1162,2 mg de ácido ascórbico/100g de polpa. A marca 1 apresentou valores para vitamina C inferiores aos estabelecidos pelos padrões porém dentro do reportado na literatura A marca 3, no entanto, apresentou valores de vitamina C muito abaixo dos exigidos e aos encontrados na literatura (FREITAS et al., 2006). As marcas 4 e 7 foram as que apresentaram maiores teores de vitamina C.





CONCLUSÕES: Apenas sete marcas de polpa de acerola são comercializadas na cidade de Mossoró/RN. Dentre essas, uma apresentou acidez total abaixo dos padrões do Ministério da Agricultura. Duas marcas apresentaram teores de vitamina C abaixo dos padrões exigidos, sendo que uma delas bem abaixo do esperado para polpa de acerola. Os baixo valores de vitamina C para essa polpa não podem ser explicados pela variabilidade genética da espécie. Provavelmente, tal resultado deve-se a um processamento inadequado do produto.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: A. O. A. C. Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemistry. 11 ed. Washington: AOAC, 1992.1115p.

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Portaria n. 78, 17 de março de 1998. Aprova os Padrões de Identidade e Qualidade para polpas de frutas de açaí, de acerola, de graviola, de cupuaçu e de cacau. Diário Oficial, Brasília, 18 de março de 1998. Seção 1, p. 39-40.

EMBRAPA. Acerola – A cereja tropical. Folheto explicativo. Novembro/2001.

FREITAS, C.A.S.; MAIA, G.A.; COSTA, J.M.C.; FIGUEIREDO, R.W. SOUSA, P.H.M. (2006). Acerola: produção, composição, aspectos nutricionais e produtos. Revista Brasileira de Agrociências, Pelotas. 12(4): 395-400.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas, métodos químicos e físicos para análise de alimentos. 3. ed. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, v. 1, 533 p. 1985.