ÁREA: Alimentos
TÍTULO: Determinação da concentração de alfa-tocoferol em óleos de amendoim, soja e babaçu comerciais
AUTORES: LUZ, D.A. (UFPB) ; PINHEIRO, R.S. (UFMA) ; SOUSA, G. A. (UFPB) ; SILVA, F. C. (UFMA) ; MACIEL. A.P. (UFMA)
RESUMO: Este trabalho teve como objetivo a determinação da concentração de alfa-tocoferol em óleos comerciais de amendoim, soja e babaçu, devido esta substância se tratar de um poderoso oxidante natural, encontrado na maioria dos óleos e sua importância para a indústria alimentícia. Com relação aos teores de alfa-tocoferol, por CLAE (Cromatografia Liquida de Alta Eficiência), o óleo de amendoim apresentou um conteúdo significantemente maior que o encontrado em óleos de soja e babaçu. No entanto, considerando a utilização desses óleos, pode-se apontar o óleo de soja como uma das principais fontes de vitamina E para as populações ocidentais, uma vez que é o óleo comestível mais difundido e utilizado para preparação de alimentos.
PALAVRAS CHAVES: óleos comerciais, alfa-tocoferol, clae
INTRODUÇÃO: O Brasil se encontra dentro dos principais produtores de óleos e gorduras, destacando-se na produção de óleos: soja, milho, amendoim, algodão, babaçu e palma. Utilizados na industria alimentícia, cosmética e atualmente devido o avanço na produção de biodiesel, já que consisti como sua matéria-prima(LUZIA, 2008).
A reação de oxidação é uma das principais causas de deterioração de óleos vegetais e, possui como conseqüência, o desenvolvimento da rancidez oxidativa, caracterizada por modificações na cor, flavor e aroma do óleo o que acarreta na rejeição deste produto. A utilização de antioxidantes vêem se popularizando na indústria, estes retardam o início ou diminuem as taxas de reações oxidativas. Eles podem ser de natureza sintética ou natural. Os tocoferóis despertam grande interesse por apresentar a função de antioxidante e por se tratar de uma substância natural, encontrada na maioria dos óleos (GUINAZI, 2004). A atividade antioxidante real dos tocoferóis em óleos comestíveis é evidente quando os tocoferóis são adicionados aos triglicerídios puros dos óleos vegetais, cujos tocoferóis naturais foram removidos através da destilação com vapor de água durante o processo de refino (CARVALHO,2007).
Neste trabalho fez-se a determinação e comparação entre as concentrações de alfa-tocoferol presentes em óleos refinados comerciais de amendoim, soja e babaçu.
MATERIAL E MÉTODOS: As amostras dos óleos refinados de amendoim, soja e babaçu foram adquiridos no Comércio de São Luís – MA. Foram mantidas a temperatura ambiente e submetidas aos ensaios físico-químicos, seguindo as normas do Instituto Adolfo Lutz(2005). Todos os reagentes utilizados eram de grau cromatografico.
Identificação e Quantificação do alfa-tocoferol
Preparo da solução padrão de alfa-tocoferol
Para a preparação da solução padrão de alfa-tocoferol(100 ppm), retirou-se uma alíquota de 5 mL de uma solução de alfa-tocoferol(1000 ppm) e transferiu-se para um balão de 50 mL. Dissolveu-se em metanol grau HPLC.
Preparo das amostras dos óleos para as injeções no cromatografo
Pesou-se 0,1g de cada óleo e diluiu-se em 2 mL de 2-propanol, filtrou-se com filtros de PTFE 0,45 um, e injetou-se cada amostra em triplicata.
Equipamento e Condições Operacionais – CLAE
As análises de tocoferóis foram realizadas num equipamento modular de cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), modelo Schimadzu, com detector (UV-SPD20A) Schimadzu. Com software LC-Solution, utilizando-se uma coluna C-18 (CLC-ODS (M)), 15 X 4,6 mm (LC Column Schimadzu), à temperatura ambiente, tendo como fases móveis: metanol (50%) e acetonitrila (50%). A detecção do tocoferol foi realizada num comprimento de onda igual a 292 nm. As injeções foram realizadas em um loop de 20 μl e o fluxo da fase móvel foi de 1,5 mL/min.
A construção da curva de calibração para tocoferóis foi realizada com concentrações entre 0,1; 0,5; 1,5; 2,5; 5,0 e 10 ppm, partindo-se de uma solução-mãe de 1000ppm. Uma larga faixa de concentração foi utilizada na construção da curva de calibração seguindo o que a literatura propõem para os diferentes graus de separação. Cada ponto da curva de calibração corresponde à média de três injeções.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Das análises físico-químicas realizadas nos óleos refinados, constatou-se que os resultados estavam dentro dos níveis de referências utilizados a comercialização de óleos e gorduras (ANVISA, 1999).
A Figura 1 mostra a curva de calibração obtida para a identificação e quantificação do alfa-tocoferol.
Analisando o coeficiente de correlação(R2= 0,9997) derivado da construção da curva de calibração, percebe que a partir desta é possível quantificar satisfatoriamente tocoferóis nas amostras estudadas.
A Figura 2 ilustra os cromatogramas obtidos das analises de tocoferóis dos óleos estudados.
De acordo com (CARVALHO,2007), o pico relacionado com a presença de alfa-tocoferol em uma amostra, se estabelece entre 8 a 10 min. Variação esta que pode está relacionada com o ambiente de trabalho, já que quanto maior for a temperatura da amostra analisada, a mesma torna-se menos viscosa, interagindo mais rapidamente com as fases móvel e estacionaria, acarretando assim, um possivel deslocamento dos picos visto nos cromatogramas acima, haja vista que, o equipamento utilizado não comportava um forno para que a temperatura da coluna fosse regulada, ficando a variação de temperatura suscetível.
Interpolando os valores da área do pico da substância estudada na curva de calibração obtida, percebe-se que o óleo de amendoim apresentou uma maior concentração de alfa-tocoferol (5,04 ppm), seguido do óleo de soja (4,23ppm) e do óleo de babaçu(0,45ppm). No entanto, considerando a utilização desses óleos, pode-se apontar o óleo de soja como uma das principais fontes de vitamina E para as populações ocidentais, uma vez que é o óleo comestível mais difundido e utilizado para preparação de alimentos.
CONCLUSÕES: Quanto aos resultados das análises físico-químicas dos óleos comerciais, estes ficaram dentro do que é imposto para a sua comercialização, segundo normas estabelecidas. Em relação as análises cromatográficas dos óleos, conclui-se que todas amostras apresentaram uma certa quantidade de alfa-tocoferol, o que é obrigatório devido a sua perda durante o processo de refino do óleo.Considerando a utilização desses óleos estudados, pode-se apontar o óleo de soja como uma das principais fontes de vitamina E para as populações ocidentais, uma vez que é o óleo comestível mais difundido e utilizado.
AGRADECIMENTOS: FAPEMA/CNPq/ BNB/ PIBIC
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANVISA-Agência Nacional de Vigilância Sanitária Resolução RDC nº482, de 23 de setembro de 1999. Aprova o Regulamento Técnico.
CARVALHO. S. M. Efeito da Adição de Tocoferóis sobre a qualidade de óleo de soja embalado em PET. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Eletricidade, Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2007.
GUINAZI, M. Tocoferóis e tocotrienóis em hortaliças, ovos e óleos vegetais utilizados em restaurantes comerciais – Dissertação de Mestrado, Viçosa: Universidade Federal de Viçosa; 2004.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ.Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1: Métodos químicos e físicos para Análise de alimentos, 3ª ed. São Paulo:IMESP, 2005.
LUZIA,D.M.M.Estabilidade Oxidativa do óleo de soja adicionado de extrato de sementes de limão(Citrus limon).Dissertação de Mestrado – UNESP- Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências de Alimentos. São José do Rio Preto: UNESP, 2008.