ÁREA: Química Tecnológica
TÍTULO: OBTENÇÃO DO BIODIESEL UTILIZANDO A SEMENTE DA MONGUBA. (Pachira aquática)
AUTORES: SILVA, M.N. (UEG) ; SOARES, F.A. (UFSCAR)
RESUMO: RESUMO: O biodiesel produzido a partir de óleos vegetais, gorduras animais ou óleos residuais destaca-se entre as fontes renováveis de energia O Brasil é visto como um dos países com maior potencialidade em matéria-prima para a produção de biodiesel.O presente trabalho teve por objetivo o estudo da viabilidade de se produzir biodiesel a partir das sementes de monguba. Utilizou-se na produção do biodiesel sementes de monguba maduras. Fez-se a extração do óleo através do extrator de Soxhlet e utilizando como solvente o hexano. Determinou-se a acidez, a densidade, saponificação, viscosidade, índice de refração e índice de iodo do óleo obtido. Obteve-se o biodiesel através da reação de transesterificação. A produção do biodiesel de monguba ocorreu de forma bastante eficiente.
PALAVRAS CHAVES: biodiesel; transesterificação; monguba
INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: O óleo diesel como combustível surgiu com o advento dos motores diesel de injeção direta, sem pré-câmara. No ano de 1953 foi criada a Petrobrás, empresa que alavancou a exploração do petróleo no Brasil. O aumento do consumo de combustíveis fósseis durante a década de 50 deu-se devido ao desenvolvimento industrial e a construção de rodovias que interligavam as principais cidades brasileiras. Porém, por volta de 1973, sofreu uma grave crise, o preço do barril de petróleo elevou-se em mais de 300%, com a descoberta de que ele não é um bem renovável. Essa crise representou um marco na história mundial, pois a partir daí começaram a surgir novas alternativas energéticas. No Brasil, entre as principais soluções que apareceram, destacam-se a utilização de etanol em misturas e o aproveitamento de óleos vegetais. Atualmente a matéria-prima mais utilizada no Brasil para produção de biodiesel é a soja, porém pesquisadores têm buscado constantemente novas fontes para produção de biodiesel e entre essas novas fontes aparece a monguba. A Pachira aquatica Aubl pertence à família Bombaceae, originária da região amazônica, também conhecida como munguba, monguba, mamorana, castanha do maranhão. É uma árvore frondosa, de tronco grosso, copa densa, cujas folhas pecioladas e digitadas apresentam de 5 a 9 folíolos verde-escuros. As flores apresentam 5 pétalas estreitas e compridas, de coloração castanho-avermelhada. Por meio de estudos realizados sobre a semente da monguba e sua composição, observou-se que ela possui um elevado teor de óleo, uma média de 44,1%, sendo seu principal componente o ácido palmítico. O objetivo desse trabalho é inserir a monguba na lista das oleaginosas com potencial para produção de biodiesel.
MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAIS E MÉTODOS: As sementes de monguba após serem retiradas das cápsulas, foram descascadas e trituradas, em seguida a massa obtida foi seca na estufa a uma temperatura de 104ºC por 3 horas, para retirar o excesso de água. Obteve-se a porcentagem de água perdida, pela diferença da massa da semente antes e após a secagem. O óleo foi extraído da massa da semente de monguba já seca, no extrator Soxhlet, utilizando como solvente o hexano, deixando em refluxo por 6 horas, obtendo-se o óleo de monguba. Caracterizou-se o óleo de monguba por meio de algumas características físico-quimicas: densidade, índice de acidez, índice de refração, índice de saponificação,índice de iodo, percentual de ácidos graxos livres, viscosidade. Obteve-se o biodiesel pelo processo de transesterificação em meio alcalino. Adicionou-se o óleo de monguba em um erlenmeyer, juntamente com Metóxido de sódio. A mistura foi agitada vigorosamente em uma chapa de aquecimento com agitação, durante 2 horas. A temperatura foi mantida entre 48°C e 70°C (62°C). Após esse período a mistura foi transferida para um funil de decantação, em repouso, a fim de separar o biodiesel da glicerina. Retirou-se a glicerina do funil e lavou-se o biodiesel com água destilada para retirar algumas gomas e impurezas formadas. Finalmente fez-se o aquecimento a 100 °C, durante 15 minutos, com o objetivo de evaporar toda a água e o álcool residual.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: A semente de monguba apresenta uma média acima de 50% de água em sua composição. Os teores de óleo de monguba obtidos confirmam os valores encontrados na literatura (45-50%). Então foi possível dizer, que a extração do óleo ocorreu com eficiência de quase 100%. A variação da secagem do óleo resulta da quantidade de solvente que ele absorveu durante a extração. A transesterificação é influenciada pelas propriedades do óleo utilizado. Na Tabela 1 são apresentados os resultados dos parâmetros analisados do óleo de monguba. O percentual de ácidos graxos foi de 91,5 %, conforme literatura se assemelha a diversos óleos que é aproximadamente 100%. O índice de iodo um valor de 86,21g I2/100g, que reflete a composição em ácidos graxos, indica que o óleo de monguba é adequado para a obtenção de biodiesel com maior estabilidade à oxidação, se comparado, por exemplo, a um biodiesel de soja, cujo óleo exibe índice de iodo na faixa de 120-141g I2/100g. A acidez resultou num valor de 7,45 mg.KOH/g, esse valor é um tanto elevado e é sabido que o emprego de óleos vegetais com acidez superior a 3% dificulta o processo reacional, no que tange a rendimentos e purificação do biodiesel formado, devido à ocorrência de reações de saponificação. Obteve-se um resultado dentro das normas utilizadas, houve um rendimento de 72% de biodiesel e o restante percentual ficou entre a glicerina, as gomas e impurezas do óleo. Fez-se o teste do biodiesel combustível com lamparina de vidro e verificou-se que as chamas não desprendiam fuligem.
CONCLUSÕES: CONCLUSÃO: O óleo de monguba pode ser inserido na lista das oleaginosas com potencial para produção de biodiesel, uma vez que a sua semente apresenta um alto teor de óleo. A produção do biodiesel de monguba ocorreu de forma bastante eficiente, através de um processo simples e rápido. O óleo de monguba é uma alternativa promissora para obtenção de biodiesel e pode ser utilizado como aditivo do diesel, de acordo com as normas do governo federal entre 2 e 5%, pelas características físico-químicas do óleo que se assemelha a diversas oleaginosas já pesquisadas.
AGRADECIMENTOS:
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