ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE PÓLEN APÍCOLA PRODUZIDO POR ABELHAS APIS MELLIFERA NO CEARÁ

AUTORES: AZEVEDO, J. J. C. (UECE) ; LIBERATO, M. C. T. C. (UECE) ; MORAIS, S. M. (UECE) ; SALUSTIANO, G. L. (UECE) ; MACHADO, L. K. A. (UECE)

RESUMO: Pólen apícola é o resultado da aglutinação do pólen das flores, efetuada pelas abelhas operárias misturados com néctar e secreções das glândulas hipofaringeanas como as enzimas alfa-glicosidase e beta-glicosidase, o qual é recolhido no ingresso da colméia. Pólen Apícola Desidratado é o produto submetido ao processo de desidratação em temperatura não superior a 42ºC, e com teor de umidade não superior a 4%. O Pólen Apícola compõe-se basicamente de proteínas, lipídios, açúcares, fibras, sais minerais, aminoácidos e vitaminas. O pólen apresenta aroma e e cor de acordo com a sua origem floral; Apresentando-se como grãos heterogêneos, de forma e tamanhos variados, tendendo a esféricos. O objetivo desse trabalho é caracterizar amostras de pólen produzidas por Apis mellifera em Trairi no Ceará.


PALAVRAS CHAVES: pólen,glândulas hipofaringeanas

INTRODUÇÃO: Biologicamente, o pólen é o elemento floral masculino utilizado para a polinização das mais variadas espécies vegetais. É coletado pelas abelhas e transportado para a colméia, onde é armazenado nos alvéolos para posterior utilização no preparo de alimento para larvas jovens (WIESE, 1995). O pólen apícola é coletado por uma grade de retenção, caindo em um recipiente coletor, conjunto este denominado de coletor de pólen. No final da coleta encontram-se reunidas as bolotas de grãos de coloração variável, indicando que existem diversas tipos botânicos reunidos pelas abelhas, formando uma mistura polínica, sendo esse material removido pelo apicultor para o beneficiamento, comercialização e consumo animal e humano. Ao serem transportados, os grãos de pólen são umedecidos com saliva e aglomerados formando uma pelota, sendo armazenados nas corbículas que se encontram em número de duas, nas patas posteriores, onde mais de 20.000 grãos de pólen podem ser armazenados chegando a pesar de 14 a 26 mg. O pólen serve de alimento para as larvas das abelhas, passando a ser chamados de “pão de abelhas”, os quais são armazenados nos alvéolos, próximos dos ovos e das larvas, no qual é misturado com o mel e com o ácido 10-hidróxi-2-decenóico, secretado pelas glândulas salivares, possuindo função conservante (SILVA, 1998). O pólen in natura é um material altamente higroscópico, sendo fortemente afetado pelas condições climáticas. O pólen desidratado por sua vez é a forma mais encontrada comercialmente. O objetivo desse trabalho é determinar as características físico-químicas de amostras de pólen produzidas por Apis mellifera, desidratado, de Trairi – Ceará.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras foram obtidas de um apiário localizado em Trairi no Ceará, sendo uma monofloral proveniente do pólen de coccus nuccifera (AAM) e as outras duas, heteroflorais. O método usado para determinação da umidade foi o da AOAC (1995). A determinação do pH do pólen desidratado, foi realizada usando-se um pHmetro. As cinzas foram determinadas pelo método da AOAC (1995). Pelo teor de cinzas é possível determinar a presença de resíduos que não sejam partículas do pólen, como por exemplo, pequenas rochas obtidas durante a retirada e procedimento de secagem e embalagem feitos pelo apicultor. O teor de proteínas foi determinado pelo método de Bradford.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com relação à umidade, a amostra do pólen desidratado atingiu o limite máximo permitido pela legislação brasileira, que é de 4% para o pólen desidratado. Os valores obtidos para as cinzas estão abaixo dos limites indicados pela legislação brasileira, que estipula um máximo de cinzas permitido em 4%. Observa-se que as amostras não ultrapassaram o limite podendo-se afirmar que estão dentro dos parâmetros de qualidade em relação às cinzas. O teste de pH teve como finalidade medir o grau de acidez da amostra do pólen desidratado. Foi usado um phmetro, instrumento que permite obter uma maior precisão nos resultados. As amostras apresentaram resultados dentro dos limites da legislação brasileira.



CONCLUSÕES: As amostras analisadas apresentaram-se dentro dos padrões exigidos pela Instrução Normativa nº 3 (BRASIL, 2001). Os teores de proteínas ratificam a literatura que afirma ter o pólen apícola de 15 a 30% de proteínas sendo que grande parte da composição protéica, cerca de 10 a 13%, se apresenta na forma de aminoácidos livres (CARPES, 2008).

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AOAC. 1995.Official Methods of Analysis of the Association of Analitical Chemists, 16 th Edition,cap4.1.03.
BRASIL(2001a). Ministério de Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa no 3, de 19 de janeiro de 2001. Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Pólen Apícola. Diário Oficial da União [da] Republica Federativa do Brasil, Brasília, D.F. 23 de jan 2001, Seção 16-I, 18-23.
CARPES, S. T. 2008. Estudo das Características Físico-Químicas e Biológicas do Pólen Apícola de Apis mellifera L. da Região Sul do Brasil. Tese de Doutorado UFPR. 248p. Curitiba-PR.
SILVA, C. H. M. 1998. Pólen. IN: Seminário Estadual de Apiterapia e Apiprofilaxia, Santa Maria, RS. Anais, 23p. p.5.