ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: DETERMINAÇÃO DE CINZAS E CONSTITUINTES MINERAIS EM AMOSTRAS DE PÓLEN APÍCOLA DO CEARÁ

AUTORES: LIBERATO, M. C. T. C. (UECE) ; MORAIS, S. M. (UECE) ; SALUSTIANO, G. L. (UECE) ; MAGALHÃES, C. E. C. (UECE)

RESUMO: Pólen apícola é o resultado da aglutinação do pólen das flores com néctar e substâncias salivares das abelhas. Seu estudo desperta bastante interesse uma vez que sua composição química apresenta grande quantidade de aminoácidos essenciais, ácidos graxos, oligoelementos, proteínas, minerais e vitaminas, estando relacionada com a vegetação das cercanias da colméia. O objetivo desse trabalho é determinar os teores de cinzas e minerais em diferentes amostras de pólen apícola obtidas em um apiário de Trairi, cidade do litoral Norte do Ceará.


PALAVRAS CHAVES: palavras-chave: pólen apícola, minerais, cinzas

INTRODUÇÃO: O pólen é formado por minúsculos grãos, localizados nas anteras dos estames da flor de onde é coletado pelas abelhas e levados para a colônia para ser utilizado no preparo do alimento das larvas jovens em decorrência do alto valor nutritivo já que é rico em proteínas, minerais e vitaminas (WIESE, 1995). O pólen de abelhas é o resultado da aglutinação do pólen das flores com néctar e substâncias salivares das abelhas, o que o torna diferente do pólen colhido diretamente das plantas. Este pólen é acumulado em cargas polínicas nas corbículas (estruturas semelhantes a pequenas bolsas) e pode ser utilizado pelo homem. Há séculos, o pólen apícola vem sendo utilizado na medicina popular para aliviar e curar constipações, gripes, úlceras, envelhecimento precoce e outros problemas. Atualmente existem diversos estudos sobre as potencialidades e interesse terapêutico do pólen de abelhas do gênero Apis, que vão desde o tratamento de rinites alérgicas, ao uso como hepatoprotetor e antiteratogênico. O pólen apícola é utilizado na alimentação humana como suplemento alimentar por conter substâncias essenciais como carboidratos, proteínas, aminoácidos, lipídios, vitaminas, minerais e traços de outras substâncias que podem compor a dieta da abelha melífera, em função da vegetação presente na região, já que sua composição química e bioquímica é determinada pela origem vegetal. O conhecimento de sua composição físico-química é importante, no sentido de tipificar o produto obtido em diferentes regiões (MARCHINI, 2006). O objetivo desse trabalho foi identificar e quantificar os minerais presentes em três amostras diferentes de pólen apícola da cidade de Trairi, no Ceará.



MATERIAL E MÉTODOS: Três diferentes amostras desidratadas foram obtidas em um apiário localizado na cidade de Trairi, no Ceará, entre 2007 e 2009. A amostra AAM é monofloral, originária do pólen de coqueiro, enquanto as amostras AAH1 e AAH2 são amostras heteroflorais. As amostras foram levadas ao Laboratório de Química de Produtos Naturais, da Universidade Estadual do Ceará, e mantidas sob refrigeração. Um grama, de cada amostra de pólen, foi pulverizada e acondicionada em cadinho de porcelana, previamente aquecido em mufla a 600°C por 2 h, resfriado em dessecador e pesado. O conjunto foi posto sobre placa de aquecimento a 350°C, em capela de exaustão, por 1 h (até cessar a emissão de fumaça). Em seguida, o conjunto foi resfriado em dessecador e pesado com intervalos de 1 h, até massa constante. A análise foi realizada em triplicata. As cinzas foram solubilizadas em meio ácido (HCl 0,1M) e o volume aferido em balão de 10 mL. A partir da solução das cinzas, determinou-se o teor de constituintes minerais (Na, K, Fe, Ca, Mg, Zn e Se) por espectrofotometria de absorção atômica com chama (VARIAN, modelo SpectrAA55).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados estão na Tabela 1. Oteor de cinzas encontra-se dentro dos parâmetros da Legislação Vigente para polens apícolas (BRASIL, . Os minerais predominantes nas amostras foram o potássio com valores entre 133,0 μg/g e 186,3 μg/g, seguido pelo cálcio com valores entre 34,1 μg/g e 46,2 μg/g. Carpes (2008) encontrou valores bem mais elevados de minerais em pólens da Região Sul do Brasil. Segundo Marchini, (2006) a composição química e bioquímica do pólen está relacionada com a vegetação do entorno da colméia, sendo possível justificar a grande variação entre os valores da Região Sul brasileira e os da região de Trairi, cidade litorânea do Norte do Ceará, rica em coqueirais e outros pequenos arbustos.



CONCLUSÕES: As amostras de pólen produzidas em Trairi, na zona litorânea da região Norte do estado do Ceará, apresentaram os minerais Ca, Na, K, Zn, Mg, Se, Fe, porém em pequenas quantidades.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL(2001a). Ministério de Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa no 3, de 19 de janeiro de 2001. Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Pólen Apícola. Diário Oficial da União [da] Republica Federativa do Brasil, Brasília, D.F. 23 de jan 2001, Seção 16-I, 18-23.

CARPES, S. T. 2008. Estudo das Características Físico-Químicas e Biológicas do Pólen Apícola de Apis mellifera L. da Região Sul do Brasil. Tese de Doutorado UFPR. 248p. Curitiba-PR.

MARCHINI, L. C.; REIS, V. D. A. dos; MORETI, A. C. de C. C. 2006. Composição físico-química de amostras de pólen coletado por abelhas africanizadas Apis mellifera (Hymenoptera: Apidae) em Piracicaba, Estado de São Paulo. Ciência Rural, v. 36, n. 3, mai/jun.
WIESE, H. 1995. Novo Manual de Apicultura. Livraria e Editora Agropecuária, Guaíba, RS, 292 p.