ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: Aprendizagem e Afetividade: estudo sobre a influência da afetividade na aprendizagem de Química no Ensino Médio

AUTORES: SILVA, AIRTON MARQUES (UECE) ; CRUZ, JOÃO GONÇALVES DA (UECE)

RESUMO: São muitas as dificuldades encontradas pelos alunos em aprender os conteúdos de química. Existem vários fatores que estão relacionados com essa problemática. Porém, esta investigação em seu objetivo geral, propõe-se a demonstrar a influência da afetividade como elemento facilitador do processo de ensino-aprendizagem de química. O desenvolvimento deste trabalho discorre sobre os seguintes temas: O ensino de química no ensino médio, a afetividade, a aprendizagem e a relação entre afetividade e aprendizagem. Efetuou-se a coleta de dados através da aplicação de questionários a alunos e professores de química do ensino médio de três escolas da rede pública e particular. Os resultados obtidos indicam que ainda persiste a dificuldade de muitos alunos em compreender os conteúdos de química.

PALAVRAS CHAVES: ensino, aprendizagem, afetividade

INTRODUÇÃO: Este trabalho é o estudo de parte de um tema amplo – a relação professor-aluno. Através dele procura-se compreender a influência da afetividade no processo de ensino - aprendizagem de química no ensino médio, especialmente a partir da ótica do educador, pois acreditamos que a afetividade do educador pode contribuir significativamente para aprendizagem dos alunos. Assim, nosso objetivo foi conhecer as concepções (opiniões, pensamentos e sentimentos) dos professores e dos alunos de química do ensino médio acerca da importância das relações afetivas entre educador - educando para a efetivação do processo de ensino-aprendizagem de química. Ultimamente, vários estudos têm sido realizados sobre a dimensão afetiva nas relações professor e aluno. São abordagens que dão destaque as contribuições dessas interações em sala de aula para a efetivação do ensino-aprendizagem. Com o objetivo de conhecer a influência da afetividade no processo de aquisição do conhecimento, mas especificamente de química, por alunos do ensino médio, este trabalho será desenvolvido com base teórico-conceitual respaldado em estudos de Vygotsky, Piaget, Wallon e outros estudiosos dos mesmos. Também, procurou-se discorrer sobre o ensino de química nas séries do nível médio com base em trabalhos que abordam a atual situação do ensino dessa ciência. Buscando elucidar a problemática abordada, a metodologia qualitativa será composta de questionários aplicados a professores e alunos de química do ensino médio de escolas da rede pública e particular de ensino. De posse dos resultados, espera-se conhecer qual o papel da afetividade na atividade de ensinar e em que condições esse sentimento é favorável à aprendizagem de química.




MATERIAL E MÉTODOS: Para a realização deste trabalho, inicialmente, efetuou-se uma revisão bibliográfica sobre os temas: ensino de química, afetividade, aprendizagem e sobre a relação entre eles, a partir de pesquisa exploratória que, conforme Leite (2004, p. 53) é: “Aquela que propõe o estudo de problemas novos a serem explorados, tendo como objetivo dar idéias novas, construir hipóteses, entre outras, possuído assim estrutura bastante flexível”. Com a intenção de enriquecer este estudo, efetuou-se uma pesquisa de campo que, para Cruz e Ribeiro (2003, p. 17), “[...] é aquela que envolve técnicas de coleta e apresentação de dados e uma discussão qualitativa dos resultados”. Em seguida, com a finalidade de coletar dados para análise, realizou-se a aplicação de um questionário a 5 professores de química e outro a 100 alunos do ensino médio das escolas públicas e particulares do município de Fortaleza. As escolas participantes da pesquisa foram as seguintes: Liceu do Ceará em Messejana, EEFM – Walter de Sá Cavalcante e o Colégio Ateneu. O questionário é formado por oito questões pré-elaboradas. São cinco perguntas fechadas, que são aquelas que alguém responde assinalando uma das alternativas, já anteriormente fixadas no formulário, e três perguntas abertas, que, para Lakatos e Marconi (2006, p. 206), é definida como sendo: “A forma aberta da questão, escolhida para proporcionar ao entrevistado responder livremente, usando sua linguagem própria, e emitir opiniões”.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Percebe-se que 60,22% dos respondentes consideram a química uma ciência interessante. Pois para esses alunos a química está presente no dia-a-dia, proporcionam novas descobertas e as experiências despertam curiosidades. A dificuldade em compreender os conteúdos de química, foi outro aspecto abordado nos questionamentos. Os dados obtidos revelam que 42% dos discentes questionados têm dificuldades em compreender os conceitos de química. Alguns alunos demonstram interesse pela química, porém, encontram dificuldades em assimilar os conteúdos. Os resultados revelam que 84% dos respondentes realizam atividades em grupos. Isso mostra que dentro de sala ainda perdura uma grande afinidade entre alunos. Percebe-se, com base nos 39% que declararam não dialogar com o docente, que existe certa dificuldade de relacionamento na vivência em sala de aula. Esses dados podem ser tratados como possíveis indícios do tipo de problema que dificulta a aprendizagem de química no ensino médio. Os professores também foram questionados sobre o tema em apreço. Desempenham atividades em grupos, com exceção de um que afirmou não ter tempo suficiente para realizar esse tipo de atividades. Eles também relataram que costumam dialogar com seus alunos durante as aulas. Após o término do período de obtenção de dados, foi possível constatar que os professores respondentes, tanto de escolas públicas quanto particulares, consideram a afetividade de suma importância no processo de ensino-aprendizagem, tendo em vista que professor que não envolve a afetividade em seu trabalho fica desmotivado e acaba passando isso para o aluno. Sobre esse assunto um dos professores pesquisados afirma que: “a boa relação com os alunos facilita muito a disciplina e abre caminhos para um maior interesse”.

CONCLUSÕES: As observações efetuadas nesse trabalho mostram que as práticas pedagógicas vinculadas à relação afetiva apresentam maior rendimento no processo ensino-apredizagem de química no ensino médio. Pelas análises das informações fornecidas através dos resultados da pesquisa, constata-se que na concepção de alunos do ensino médio, e principalmente na visão docente, o fator afetivo está relacionado com o cognitivo. O educador é o grande responsável neste processo de inter-relação afeto/cognição e deverá aprender a chegar até o seu educando. A entendê-lo e a estabelecer empatia.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ARANTES, V. A. Afetividade e Cognição: Rompendo a Dicotomia na Educação. São Paulo, Educação e Pesquisa, V.26, n.2, p.137-153, 2001. Disponível em: <http://www.hottopos.com/videtur23/valeria.htm > acesso em: 02 jan. 2009.
CARVALHO, H. W. P. de. BATISTA, A. P. de L. RIBEIRO, C. M. Ensino e Aprendizagem de Química na Perspectiva Dinâmico-Interativa. 2007. Disponível em:
< http://www.if.ufrgs.br/eenci/artigos/Artigo_ID45/v2_n3_a2007.pdf > Acesso em 03 de Jan. 2009.
CRUZ, C. e RIBEIRO, U. Metodologia Cientifica: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Axcel Books do Brasil Editora, 2003.
FERREIRA, C. VELTHUIS, C. L. A valorização da afetividade no processo ensino-aprendizagem.
Disponível em: < http://icpg.uniasselvi.com.br/hp/institucional/index.php?mn_auto_0=1 > Acesso em 25 de Jan. 2009.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de Metodologia Cientifica. São Paulo: Atlas, 2006.
LEITE, F. T. Metodologia Científica. Fortaleza: UNIFOR, 2004.
LEITE, S. A. da S. TASSONI, E. C. M. A afetividade em sala de aula: As condições de ensino e a mediação do professor. 2002. Disponível em: < http://www.fe.unicamp.br/alle/textos/SASL-AAfetividadeemSaladeAula.pdf. Acesso em: 07 Jan. 2009.
SILVA, J. B. C. SCHNEIDER, E. J. Aspectos socioafetivos do processo de ensino e aprendizagem. Revista de divulgação técnico-científica do ICPG. Vol. 3 n. 11 – jul. – dez./2007. Disponível em:
< http://www.miniweb.com.br/Ciencias/artigos/aspectos_socioafetivos.pdf. Acesso em 14 Jan. 2009.