ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: A UTILIZAÇÃO DE MAPAS CONCEITUAIS NA DISCIPLINA DE METODOLOGIA DO ENSINO DE QUÍMICA
AUTORES: BARRETO, S.R.G. (UEL) ; BROIETTI, F.C.D. (UEL)
RESUMO: RESUMO: Este estudo foi realizado com alunos da disciplina de metodologia do último ano do curso de licenciatura em química. Foram analisados mapas conceituais elaborados pelos alunos-formando, sobre um tema livre, com o objetivo de detectar como os conceitos de determinado tema estão organizados na estrutura cognitiva do indivíduo. Os resultados mostraram organizações distintas de conceitos, dificuldades encontradas pelos alunos-formandos em relacionar os conceitos químicos de forma coerente e a ausência de contextos na própria elaboração dos mapas.
PALAVRAS CHAVES: mapas conceituais, química, licenciatura.
INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: Os mapas conceituais são diagramas que indicam relações entre conceitos, podem também serem interpretados como diagramas hierárquicos que refletem a organização conceitual de um corpo de conhecimento. Os mapas podem ser utilizados como instrumentos de ensino e aprendizagem, não havendo “o mapa conceitual”, mas sim “um mapa conceitual” (MOREIRA, 2006). Por meio de mapas conceituais é possível detectar como os conceitos de determinado tema estão organizados na estrutura cognitiva do indivíduo. Estas organizações sendo distintas acabam por gerar mapas conceituais diferentes embora sejam construídos a partir de um mesmo tema. Percebe-se também que podemos utilizar os mapas como instrumentos que sinalizam erros conceituais, facilitando desta forma a visualização dos mesmos. Outra utilidade dos mapas consiste em evidenciar a dificuldade dos indivíduos em interligar conceitos de um determinado tema, reforçando a idéia de uma ciência fragmentada, atualmente muito contestada. Por último, os mapas permitem a utilização de contextos, uma vez que os conceitos específicos vão sendo ancorados pouco a pouco em conceitos mais gerais. O objetivo deste estudo foi analisar, por meio de mapas conceituais, como conceitos químicos estão organizados na estrutura cognitiva de alunos do último ano do curso de licenciatura em química.
MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: Este estudo foi realizado com 24 alunos do último ano do curso de licenciatura em química do período noturno. Na disciplina de metodologia do ensino de química, ofertada no primeiro semestre, foram ministradas aulas teóricas sobre mapas conceituais. Após estas aulas, foi solicitado aos alunos que individualmente e partindo de um tema livre elaborassem mapas conceituais. Os mesmos foram entregues de forma escrita e também apresentados na forma de seminários.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: Como o tema foi livre, tivemos como resultado alguns temas comuns: petróleo, funções orgânicas, água e substâncias e misturas. Os temas oxidação- redução, soluções, equilíbrio químico, alimento, funções inorgânicas, efeito estufa e gases foram explorados uma única vez. Os resultados mostram que 21% dos alunos abordaram como tema gerador petróleo e água, construindo um mapa conceitual partindo de um conceito mais geral e contextualizado, ancorando nestes, conceitos mais específicos. Embora estes alunos tenham utilizado o mesmo tema, a distribuição dos conceitos se apresentou diferente, mas de forma organizada e hierárquica. Outra observação se deu em relação à visualização de erros conceituais. O mapa sobre o tema efeito estufa ao mesmo tempo em que relaciona a queima de combustíveis, desmatamento e aumento de temperatura ressalta também o conceito da chuva ácida. No mapa que trata do tema substâncias e misturas constatou-se que o aluno não possui claramente o conceito de substância como pura, classificando-as em três categorias: pura, molecular e iônica. O tema funções orgânicas foi abordado por 21% dos alunos, embora tenham partido de conceitos distintos: funções oxigenadas, alcanos, benzeno, química orgânica e carbono. Estes mapas nos possibilitaram verificar que, embora a química orgânica seja rica em contextos todos organizaram seus mapas embasados em conceitos químicos com uma preocupação excessiva em grupo funcional e nomenclatura. Vários alunos construíram seus mapas sem a utilização dos conectivos, produzindo mapas mais parecidos com organogramas conceituais. Estes alunos quando questionados, justificaram a deficiência do conhecimento de palavras que tornassem a relação entre os conceitos significativa.
CONCLUSÕES: CONCLUSÃO: Por meio do trabalho realizado, com a utilização de mapas conceituais, verificou-se que de fato há diferentes possibilidades na elaboração de mapas sobre um tema. Outra importante observação foi a dificuldade encontrada pelos alunos-formandos em relacionar os conceitos químicos de forma coerente. Este resultado gerou também uma preocupação em relação à futura propagação destes conceitos, por parte dos alunos-formandos dando-nos um ensejo para que repensemos como os conteúdos são aprendidos e organizados na estrutura cognitiva destes alunos.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: MOREIRA, M. A. 2006. Mapas Conceituais, Ed do autor, Porto Alegre.