ÁREA: Ambiental
TÍTULO: SEPARAÇÃO DE SISTEMAS EMULSIONADOS POR ADSORÇÃO ATRAVÉS DE ARGILA MODIFICADA
AUTORES: HORA, P.H.A. (IFPB) ; TAVARES, M.R.S. (IFPB) ; SILVA JR., U.G. (IFPB)
RESUMO: O acentuado desenvolvimento do setor industrial acaba por gerar resíduos que sempre possuem como destino final o meio ambiente, uma vez que o trata-se de um bem pouco relevado pela sociedade capitalista, tendo como conseqüência a destruição de diversos ecossistemas, além de acabar com as áreas de mananciais, acarretando assim a escassez de água. Este trabalho tem como objetivo realizar o tratamento de águas contaminadas por petróleo e/ou seus derivados através do processo de adsorção a partir de uma argila modificada.
PALAVRAS CHAVES: argila, meio ambiente, tratamento de efluentes
INTRODUÇÃO: O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) estabelece padrões para o descarte de petróleo por plataformas marítimas, de acordo com a resolução 393/2007 (BRASIL, 2007). Esta resolução estabelece que o lançamento de água produzida deva obedecer ao limite diário de 42,0 mg/L, com média aritmética mensal de 29,0 mg/L. Já a resolução 357/2005 (BRASIL, 2005), que trata sobre a classificação de corpos d’água e diretrizes para seu ajuste, assim como condições e padrões para lançamentos de efluentes, estabelece que para a classe I (consumo humano após desinfecção, locais com comunidades aquáticas, locais com proteção ambiental) e classe II (consumo humano, após tratamento convencional, recreação, irrigação de hortaliças e plantas frutíferas) o teor de óleo e graxas presente deve ser igual a zero. Para a classe III (abastecimento humano após tratamento avançado, pesca, irrigação de árvores e recreação) admite-se iridescências, entretanto nenhum valor é especificado. No que diz respeito ao descarte de efluentes, o CONAMA estabelece que a concentração máxima de óleos e graxas deve ser de 20,0 mg/L Apesar de tudo, a falta de fiscalizações e penalizações mais rigorosas, gera a impunidade dos infratores e acaba por causar danos severos ao meio ambiente.
MATERIAL E MÉTODOS: Modificações de natureza físico-química foram efetuadas na argila, para que fosse obtido um material adsorvente de alta eficiência. De forma inicial, um processo de cominuição mecânica foi realizado. Posteriormente a argila moída foi classificada de acordo com o tamanho das partículas, de acordo com a lei de granulometria de Stokes (Vogel, 2002). As partículas, após esta classificação, foram submetidas a um tratamento térmico de 800°C e em seguida as superfícies lamelares desta argila foram revestidas com uma substância apolar, tornado-se um material hidrofóbico. Os testes de adsorção foram realizados em intervalos de tempo de 10 a 200 minutos, em sistemas emulsionados água-óleo cuja concentração era de 40.000.000 mg/L. O contaminante utilizado foi o petróleo bruto oriundo de Sergipe. Os dados obtidos nestes experimentos foram expressos através de isotermas. Dois modelos teóricos foram escolhidos para tal: Langmuir e Freundlich.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os dados obtidos expressos através do modelo de Langmuir relatam que a capacidade adsorvente da argila modificada satisfaz a equação proposta. Em se tratando do modelo de Freundlich, praticamente houve o mesmo comportamento, contudo, observa-se que este modelo é ineficaz no que diz respeito a altas concentrações de adsorvato. Análises de natureza térmica e espectroscópica também foram realizadas, apontado a eficiência do material obtido no tratamento de efluentes industriais contaminados por petróleo e/ou seus derivados.
CONCLUSÕES: Este estudo evidencia a viabilidade técnica da utilização da vermiculita expandida hidrofobizada como um material de alta capacidade de adsorção de compostos orgânicos apolares, podendo ser empregada no tratamento de derramamentos de óleos derivados do petróleo, em ecossistemas aquáticos. Para a obtenção de um material adsorvente eficiente, é de grande importância o controle das variáveis do processo de expansão, para que se obtenha um material com a maior área superficial possível.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao CNPq.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Resolução CONAMA n°357, de 17 de Março de 2005. Diário Oficial da União, 2005.
BRASIL. Resolução CONAMA n° 393, de 08 de Agosto de 2007. Diário Oficial da União, 2007.
VOGEL, A.I.Química Analítica Qualitativa. São Paulo: Mestre Jou, 2002.