ÁREA: Química Inorgânica

TÍTULO: REMOÇÃO DE METAIS PESADOS EM ÁGUAS DE PRODUÇÃO ATRAVÉS DE ARGILA NATURAL

AUTORES: VIEIRA, M.R. (IFPB) ; HORA, P.H.A. (IFPB) ; SILVA, M.F.H. (IFPB) ; TAVARES, M.R.S. (IFPB)

RESUMO: Com o aumento crescente dos metais “pesados” lançados nas áreas próximas aos mananciais, o número de contaminações também cresceu. E temos como objetivo o desenvolvimento de um material adsorvente (argilomineral) de alta eficiência, a fim de minimizar os impactos causados por cátions metálicos em superfícies aquáticas, contribuindo assim para uma melhor qualidade dos recursos hídricos.
O tratamento aplicado ao material adsorvente pretende através de trocas iônicas a retirada dos contaminantes presentes em efluentes orgânicos. Os ensaios de adsorção foram realizados em intervalos de tempo de 10 a 200 minutos, em colunas de massa fixa.


PALAVRAS CHAVES: argilomineral, metais pesados, troca iônica

INTRODUÇÃO: Os argilominerais são alumino-silicato hidratado de magnésio e ferro, que apresenta uma estrutura lamelar, contendo cátions trocáveis nas posições interlamelares. A célula unitária desta argila é constituída por duas folhas tetraédricas separadas por uma octaédrica, unidas entre si por átomos de oxigênio. Estas folhas são unidas por ligações covalentes, que a torna estável (Grin, 1962). De acordo com Martins e Fernandes (1992), esse argilomineral (mineral não-metálico) pode ser encontrado na forma de micro e macro cristais.
Este material pode ser utilizado em diversos setores como, por exemplo: Na construção civil, nas indústrias, agricultura, meio ambiente.
A remoção dos íons presentes nos metais pesados estudados (Níquel (Ni) e Cobalto (Co)) depende diretamente da capacidade da troca catiônica do material adsorvente.
O cobalto é utilizado também no preparo de ferramentas de corte e furação e o Níquel em baterias, aramados, fundição e niquelagem de metais, refinarias, entre outros, que em excesso causam grandes problemas pulmonares como, por exemplo, Fibrose pulmonar (endurecimento do pulmão) e também câncer.


MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de argilomineral inicialmente foram submetidas a um processo de cominuição mecânica, esta etapa se faz necessária para a obtenção de um material de maior área superficial. Após a moagem, as partículas foram classificadas de acordo com seu tamanho, de acordo com a lei de granulometria de Stokes (Vogel, 2002), em escala mesh por peneiras Tyler, as amostras utilizadas nesse estudo foram classificadas em mesh 100.
Os testes de remoção dos íons de níquel e cobalto foram feitos em intervalos de tempo de 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90, 100, 110, 120, 130, 140, 150, 160, 170, 180, 190, 200 minutos e as análises foram realizadas por espectroscopia UV-Vís. Os dados obtidos foram expressos em curvas cinéticas de troca iônica.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nos ensaios de remoção de Co2+ observou-se que no intervalo de 0 a 10 minutos não houve uma remoção considerada se comparada com o tempo de 20 minutos na qual houve uma grande diferença que se manteve praticamente constante até os 40 minutos. No período de 120 a 200 minutos não foram observadas mais trocas apontando a saturação do argilomineral.
Nos testes de remoção de Ni2+ observou-se uma rápida transferência dos íons contaminantes, logo o argilomineral atingiu rapidamente a saturação.
Os metais pesados presentes nos efluentes industriais reduzem a capacidade autodepurativa das águas, devido à ação tóxica que eles exercem sobre os microorganismos, sendo utilizado então esse material adsorvente que mostrou uma grande capacidade de recuperação das águas e também minimizou a ação destes contaminantes no meio ambiente.






CONCLUSÕES: A aplicação de argilas na remoção de metais pesados vêm sendo muito estudada devido ao baixo custo e também a facilidade de obtenção, sendo comprovada a elevada eficiência na remoção desses contaminantes mostrando assim a sua grande potencialidade

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao CNPq.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: GRIN, R.E. Applied clay mineralogy. London: McGraw-Hill Book Company, 1962.

MARTINS, J. e FERNANDES, R. Hydrophobic expanded vermiculite as a cleaning agent for
contaminated Waters. Great Britain, Wat. Sci. Tech., v. 26, n° 9-11, 1992.

VOGEL, A.I.Química Analítica Qualitativa. São Paulo: Mestre Jou, 2002.