ÁREA: Iniciação Científica
TÍTULO: ANÁLISE DAS PROPRIEDADES FLUIDO DINÂMICAS DO ÓLEO DE MORINGA OLEIFERA
AUTORES: BATALHA, R.R.M. (UERN) ; FONSECA, D.S.X. (UERN) ; PINTO, C.H.C. (UERN) ; SOUZA, L.D. (UERN)
RESUMO: Um grande problema que existe na produção dos biocumbustíveis e a busca por novas matérias primas, que possam suprir todas as necessidades ecológicas, econômicas e sociais, desde a plantação até a geração de energia via queima do combustível nos motores diesel. Foi realizada uma caracterização físico-química do óleo de moringa oleífera e os resultados foram comparados com os valores padrões dessas propriedades estabelecidos nas normas européias para biodiesel.
PALAVRAS CHAVES: propriedades fluidodinâmicas, ponto de fulgor e ponto de combustão.
INTRODUÇÃO: No cenário mundial os combustíveis renováveis vêm se apresentando como alternativas para diminuir as emissões de gases poluentes na atmosfera. No Brasil há uma grande diversidade de oleaginosas que são estudadas para a produção de biodiesel, dentre essas oleaginosas algumas se adaptam muito bem ao nordeste brasileiro, como é o caso da moringa oleifera. A moringa oleifera pode ser considerada uma boa opção agrícola para a região nordeste por apresentar condições extremamente favoráveis devido ser uma planta endafoclimatica (resistente a seca), possui sua copa aberta e espaçada podendo proporcionar uma rotação de outras culturas como feijão etc.. Pode ser uma grande candidata para a produção de biodiesel já que produz no mínimo 1,2 toneladas de óleo por hectare plantado levando de seis meses a um ano para atingir a idade produtiva. Sua torta restante da extração pode ser empregada no tratamento de águas brutas pelo fato de não perder suas propriedades aglutinantes capaz de eliminar turvação, micro-partículas, fungos, bactérias e vírus existentes na água, podendo ser usada também como alimentação para animais devido ao seu alto valor nutritivo.
Com a possibilidade do uso do óleo de moringa oleifera para a produção do biodiesel, abrem-se amplas perspectivas para o crescimento das áreas de plantio com esta cultura no semi-árido nordestino.
MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente foram coletadas sementes de Moringa oleifera em árvores do Campus Central da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). A extração do óleo foi feita no laboratório utilizando um sistema do tipo soxlhet durante 6h em refluxo com refrigeração feita pela passagem constante de água fria e recuperação do solvente (hexano) no rotavapor para obtenção do óleo puro. Antes da extração as sementes foram trituradas em um liquidificador comum e o material moído colocado em saches feito com papel de filtro tipo Mellita que foram colocados no interior do extrator.
As medidas de densidade e tensão superficial foram realizadas em um tensiômetro TD1 LAUDA seguindo as recomendações do fabricante.
As medidas de viscosidade foram feitas em um viscosímetro sayboult na temperatura de 40 °C, conforme as normas padrões estabelecidas. Repetiu-se a medida do tempo de escoamento de 70 mL da amostra três vezes no furo universal usando um cronômetro manual. Com os valores encontrados aplicou-se a fórmula apropriada (equação 1) para obterem-se os resultados da viscosidade.
Vcc = 0,223.(SSU) – 1,55 equação 1
Onde :
Vcc = viscosidade cinemática (mm2 s-1)
SSU = tempo de escoamento do óleo no furo universal do viscosímetro (s)
Todas as medidas foram feitas em triplicatas considerando-se a media aritmética como resultado final.
O Ponto de Fulgor e o Ponto de Combustão foram determinados em equipamento adequado da marca Quimis, modelo Q-292-2, usando a quantidade e procedimentos recomendados pelo fabricante do aparelho.
Fez-se a leitura do Ponto de Fulgor no termômetro, no momento em que houve o primeiro lampejo de chama saída do combustível. A seguir prosseguiu-se o aquecimento e fez-se a leitura do Ponto de Combustão no momento em que esse lampejo se espalhou para toda a amostra mantendo-a em chama contínua. Os experimentos foram feitos em duplicata, adotando-se a média aritmética como resultado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos nas analises estão expostos na tabela 1. Observou-se que apesar de não existir um padrão normalizado para a tensão superficial como os que existem para as outras propriedades físico-químicas, o seu valor é considerado alto, gerando uma desvantagem na utilização desse óleo para a produção de biodiesel, tendo em vista que, provavelmente esta qualidade será transferida para o combustível.
Uma menor tensão superficial facilita a volatilização do combustível proporcionando uma queima mais completa e evitando a formação de resíduos sólidos que podem prejudicar a injeção do combustível no sistema de queima do motor.
A viscosidade apresentou um valor alto cerca de 10 vezes acima do permitido estabelecido para biodiesel. A alta viscosidade é útil na lubricidade, mas, por outro lado valores muito altos podem causar entupimento nos bicos injetores e assim gerar prejuízos com relação à manutenção e ao rendimento do motor, além de aumentar a quantidade de resíduos poluentes na atmosfera. A densidade mostrou valores dentro do permitido.
As medidas para o ponto de fulgor e ponto de combustão do óleo de Moringa oleifera estão dentro dos valores especificados nas normas, o que nos informa que o transporte e armazenamento destes são seguros.
CONCLUSÕES: Baseados os dados para a viscosidade conclui-se que o óleo de Moringa Oleifera utilizado nas analises não condiz com os parâmetros estabelecidos pelas normas.
Com relação aos valores apresentados para a densidade, os resultados do óleo de Moringa Oleifera estão dentro dos valores permitidos na legislação.
Os resultados dos pontos de fulgor e combustão para todas as amostras verificadas estão dentro das especificações exigidas pela norma da ANP, o que permite que o óleo seja armazenado e transportado com segurança.
AGRADECIMENTOS: Ao Dq pelo uso dos laboratórios.
Aos nossos Orientadores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Parente, S. J. E. Biodiesel: Uma Aventura Tecnológica num País Engraçado, ed. Unigráfica, 2003. Dissertação de Mestrado.
Moringa Oleífera, presente no site http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/A10moringa.htm.
AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEOPORTARIA Nº 255, DE 15 DE SETEMBRO DE 2003, presente no site http://www.perkinelmer.com.br/downloads/biodisel/ANP%20Portaria%20255_2003.pdf.
AS ESPECIFICAÇÕES E AQUALIDADE DO BIODIESEL presente no site http://tecpar.br/cerbio/biodiesel/Ed_007.pdf.