ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: Avaliação da atividade antifúngica dos óleos essenciais de Ocimum basilicum var. purpurascens e O. micranthum

AUTORES: VIEIRA, P.R.N. (UECE) ; BEZERRA, F.H.Q. (UECE) ; MOREIRA, L.E.L. (UECE) ; MORAIS, S.M. (UECE) ; SILVA, M.G.V. (UFC) ; OLIVEIRA, I.R. (UFC)

RESUMO: A atividade antifúngica dos óleos essenciais de O. micranthum e O. basilicum var. purpurasceans foi testada, in vitro, contra 7 cepas do fungo leveduriforme do gênero Candida. Pode-se constatar através do método de microdiluição em placa, que os dois óleos apresentam atividade antifúngica contra os patógenos testados, sendo essa atividade mais evidente no O. micranthum, que apresentou menores valores de CIM. O presente trabalho reforça a importância de estudos de bioprospecção de produtos naturais com propriedades antimicrobianas e potencial fitoterápico.

PALAVRAS CHAVES: fungo, óleos, microdiluição

INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, a crescente resistência dos patógenos aos antimicrobianos e o aumento da população de pacientes imunocomprometidos tem estimulado a busca de compostos terapêuticos alternativos (Amaral et al., 2005; Bertini et al., 2005). Diante desta realidade, as plantas medicinais se mostram como uma alternativa na busca de novos agentes, pois são fontes importantes de compostos biologicamente ativos, muitos dos quais se constituem em modelos para a síntese de um grande número de fármacos (Simões et al., 2004).
No Brasil, diversas plantas são utilizadas na medicina popular, com atividade farmacológica comprovada para vários compostos (Simões et al., 2004). O Ocimum basilicum L. é uma planta herbácea e perene. Segundo Lorenzi e Matos (2002), os principais compostos voláteis da espécie são: timol, metil-chavicol, linalol, eugenol, cineol e pireno. O estudo feito por Trevisan et al., (2006) corrobora com Silva et al., mostrando o linalol como principal constituinte das espécies O. basilicum e O. basilicum var purpurascens. Grayer et al. (1996) estudando vários acessos dessas duas variedades e de uma intermediária entre elas, encontraram como principais constituintes o linalol, estragol e eugenol.
A espécie O. micranthum é conhecida como alfavaca do campo e manjericão (MONTELES E PINHEIRO, 2007; DI STASIA et al., 2002), sendo popularmente usada no Brasil para tratar infecções em geral, tosses, bronquite (DI STASIA et al., 2002; MOREIRA et al., 2002), dismenorréia, infecções vaginais (MICHEL et al., 2007).
O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial antifúngico dos óleos essenciais de O. basilicum var. purpurascens e O. micranthum. frente a espécies do fungo leveduriforme do gênero Candida.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de Ocimum micranthum e O. basilicum var. purpurascens foram coletadas no Jardim de Plantas Medicinais e Aromáticas Francisco José de Abreu Matos da Universidade Federal do Ceará e identificados no herbário Prisco Bezerra (UFC). O óleo essencial foi extraído através do método de destilação por arraste com vapor d’água (Craveiro et al. 1976) e a composição química de seus constituintes foi determinada por cromatografia de gás acoplada a espectrometria de massa. Para a realização do experimento, foram testadas 1 cepa de Candida albicans, 1 cepa de C. glabrata, 1 cepa de C. tropicalis, 1 cepa de C. krusei e 1 cepa de C. parapsilosis. Adicionalmente, foram incluídas como controle de qualidade do experimento 1 cepa de C. parapsilosis ATCC (America Type Culture Collection) 22019 e 1 cepa de C. albicans ATCC 11006 as quais foram obtidas da Coleção de Cultura do Departamento de Micologia da Universidade Federal de Pernambuco, e a atividade antifúngica foi avaliada pelo método de microdiluição em placa de 96 poços, realizada segundo parâmetros do CLSI. Os óleos essenciais foram avaliados nas concentrações de 5000 a 4μg.ml-1, testadas em duplicata. Foram acrescentados os controles positivo, utilizando o antifúngico Anfotericina B, e negativo, com o fungo crescendo livre de drogas. As placas foram incubadas por 48 horas em estufa a 35°C e lidas visualmente. A concentração inibitória mínima (CIM), foi considerada como a menor concentração capaz de inibir 100% do crescimento fúngico.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A análise cromatográfica mostrou que os constituintes majoritários do óleo essencial de O. micranthum foram o eugenol (64,8%) e e-cariofileno (14,3%) e do O. basilicum var. purpurascens foram linalol (41,5%), α-murulol (11,8%).
As cepas que foram alvo deste estudo são: C. glabrata, C. tropicalis, C. krusei, C. parapsilosis, C. albicans, C. parapsilosis (ATCC 22019), C. albicans (ATCC 11006). O óleo essencial de O. micranthum foi ativo contra todas as espécies testadas, porém o O. basilicum var. purpuracens, inibiu somente as cepas de C. albicans e C. parapsilosis (Tabela 1).
Para a análise da concentração fungicida mínima (CFM) foram cultivados em placas de ágar batata o líquido dos poços onde não houve crescimento fúngico, sendo considera a CFM, a menor concentração onde não houve crescimento fúngico após 2 dias de incubação a temperatura ambiente (Tabela 1).
Este trabalho confirma que os óleos essenciais, obtidos de plantas do Nordeste brasileiro, são produtos biologicamente ativos com potencial exploração na busca de novos fármacos. Embora, seja necessário um estudo de toxicidade e posteriormente, obter resultados de testes in vivo.



CONCLUSÕES: De acordo com os dados do presente estudo pode-se perceber que o óleo essencial de O. micranthum pode ser considerada uma importante fonte de compostos com atividade in vitro contra fungos leveduriformes, podendo abrir perspectivas para o desenvolvimento de fitoterápicos eficazes e de baixo custo.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AMARAL, M. F. Z. J.; BARA, M. T. F. Avaliação da atividade antifúngica de extratos de plantas sobre o crescimento de fitopatógenos. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 2, n. 2, p. 5- 8, 2005.
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