ÁREA: Materiais
TÍTULO: Avaliação Térmica de Não-tecido de Poliimida Aromática para Filtro Cartucho Plissado
AUTORES: CERON, L.P.; EINLOFT, S.; LIGABUE, R.A. (PUCRS)
RESUMO: Visando o desenvolvimento de um novo material têxtil para a confecção de cartucho plissado, para a aplicação em processos de filtração industriais na retenção de particulados,foi estudado o comportamento térmico em manta de poliimida aromática, conhecida comercialmente como P84.O têxtil foi produzido em lote experimental no parque fabril da Renner Têxtil e avaliado por meio de ensaios mecânicos de resistência a tração e alongamento.A exposição da poliimida aromática a sua temperatura máxima de operação,ocorreu pelo método de estufa a 240ºC,por um período contínuo de 4 meses.Os resultados confirmaram as boas características do material,pois não houve uma queda significativa nos valores de resistência,estando apto para ser usado no processo de filtração de particulados como filtro cartucho.
PALAVRAS CHAVES: poliimida aromática, filtro cartucho plissado, retenção de particulados.
INTRODUÇÃO: A cada dia que passa mais empresas se encontram na condição de controlar a emissão de particulados para a atmosfera, seja pelas exigências governamentais, seja pelo reaproveitamento da matéria-prima, ou mesmo, pela política de respeito ao meio ambiente. Neste contexto, o mercado de sistemas de controle ambiental tem crescido cerca de 20% ao ano, encorajando o desenvolvimento de novos materiais em filtros cartuchos para filtração.
Os elementos filtrantes separam sólidos particulados de gases e para isto ele deve estar preparado química e fisicamente. Deve estar integrado no conceito do separador como também de acordo com o gás e as partículas a serem retidas (SIGNORETTI, 2008). Os materiais atuais no mercado usados para a confecção de filtros cartuchos são de celulose e poliéster, respectivamente suportando as temperaturas máximas de 70ºC e 135ºC. Portanto, pesquisa-se a possibilidade de utilizar um material filtrante mais resistente termicamente, como à poliimida aromática.
MATERIAL E MÉTODOS: Preliminarmente após a produção de lote piloto, realizou-se os ensaios mecânicos de resistência à tração e alongamento na manta de poliimida aromática de 350 g/m2, no sentido longitudinal e transversal, em máquina universal de ensaios - dinamômetro Frank 81565 IV, conforme a NBR 13041.
As amostras foram acondicionadas em duas estufas distintas, uma a 240ºC e outra em 250ºC, para avaliar comparativamente os efeitos do excesso térmico no material. A avaliação pelo método de estufa seguiu a NBR 8428 (RENNER TÊXTIL, 2001).
Os testes de tração e alongamento foram realizados mensalmente, durante um período de 4 meses de ação térmica contínua sobre o têxtil, para avaliar os efeitos de resistência mecânica sobre o não-tecido.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Constatou-se que a temperatura máxima indicada pela literatura, em 240ºC, realmente é a indicada para ser utilizada para mantas de poliimida aromática, pois os valores de resistência a tração e alongamento, no sentido longitudinal e transversal, não sofreram variação significativa em 4 meses de exposição. A tração teve uma queda próxima a 5% mensais, já a redução no alongamento ficou próxima a 9% ao mês. Já para um excesso de 10ºC da temperatura máxima indicada, a 250ºC, ocorreu um efeito contrário, com uma redução drástica na tração de 60% ao mês e no alongamento diminui numa faixa de 52% a 64%, reprovando o material nesta condição térmica excessiva.
CONCLUSÕES: Conclui-se que a poliimida aromática é uma ótima opção de material têxtil para ser confeccionado em filtro cartucho plissado, em processos industriais que requerem uma aplicação em temperaturas mais elevadas, até 240ºC.
AGRADECIMENTOS: Agradeço as minhas orientadoras, Sandra e Rosane, pelo ajuda nos estudos para o desenvolvimento da tese de doutorado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: RENNER TÊXTIL. Manual Técnico de Fibras. 2. ed., Cachoeirinha: Renner Têxtil, 2001.
SIGNORETTI, V. T. Controle das Emissões de NOx, SOx e Metais Pesados Quando se Utilizam Combustíveis Alternativos e de Teor de Enxofre na Indústria do Cimento. 2008. 205 f. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) – Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, 2008.
