ÁREA: Alimentos

TÍTULO: PLANTAS MEDICINAIS: FONTES NÃO-CONVENCIONAIS DE FIBRAS

AUTORES: LOPES, M. F. G. (UFC) ; ALMEIDA, M. M. B. (UFC) ; FERRO, E. S. (UFC) ; ABREU, M. R. T. (UFC) ; MELO, G. A. (UFC) ; MORAIS, S.M. (UECE)

RESUMO: Existem no mercado e tem sido estudadas fontes alternativas de fibras, como as de beterraba, laranja, maracujá e quitosana. O propósito deste estudo foi determinar o teor de fibra bruta em espécies vegetais Ocimum basilicum L., Sena alata Irw. Et Barn, Mentha pulegium L., Sambucus australis Chem. & Schelecht, Alpinia speciosa Schum, objetivando buscar novas fontes de fibra. Na amostra dessecada e desengordurada foi analisado o teor de fibra bruta, mediante digestão ácida com H2SO4 1,25%, seguida de digestão alcalina com NaOH 1,25% e calcinação a 550°C. Os teores de fibra encontrados nas folhas das plantas estudadas variaram entre 8,08 a 26,63%. Podemos concluir que as folhas dos vegetais estudados podem ser consideradas boas fontes de fibra, quando comparadas com outras fontes alimentares.

PALAVRAS CHAVES: fibra, fonte alternativa, plantas medicinais

INTRODUÇÃO: A evolução do conhecimento científico permitiu concluir que a normalidade digestiva, bem como, a prevenção e o tratamento de doenças como a constipação, hiperglicemia, obesidade, câncer do intestino grosso e da mama, estão relacionados, em parte, à ingestão de fibra (REYES-CAUDILLO et al., 2008). Percebe-se também que nas dietas contemporâneas em geral existe um "déficit nutricional" de fibras. Este fato tem motivado as autoridades de saúde de diversos países a estimular um maior consumo de fibras por parte da população adulta, sejam estimulando o consumo de alimentos como frutas, verduras, leguminosas, raízes, tubérculos e cereais integrais, ou através de produtos comerciais de consumo habitual que tenham sido enriquecidos com fibras (CERQUEIRA et al.,2009). Já existem no mercado ou têm sido estudadas algumas fontes alternativas de fibras, como as fibras de beterraba, de caule de trigo, de laranja, de maracujá e a quitosana. O propósito deste estudo foi determinar o teor de fibra bruta em cinco espécies vegetais: Ocimum basilicum L., Sena alata Irw. Et Barn, Mentha pulegium L., Sambucus australis Chem. & Schelecht, Alpinia speciosa Schum, objetivando buscar novas fontes de fibra.

MATERIAL E MÉTODOS: Para a determinação do teor de fibra bruta, foi necessário, inicialmente, retirar a umidade e a gordura das amostras das folhas das plantas selecionadas. Para quantificar a umidade, as amostras foram pesadas e aquecidas em estufa (Fanem) a 105-110 oC até obtenção de massa constante (precisão de 0,1 mg) (AOAC, 1990). Na análise de gordura, a amostra previamente dessecada foi submetida à extração com hexano por cerca de 8 horas, passando em seguida por processo de evaporação. O resíduo resultante foi aquecido a 105-110°C até obtenção de massa constante (precisão de 0,1 mg) (AOAC, 1990). Na amostra dessecada e desengordurada foi então analisado o teor de fibra bruta, mediante digestão ácida com H2SO4 1,25%, seguida de digestão alcalina com NaOH 1,25%. Após as digestões, o resíduo foi submetido a aquecimento a 105-110°C e pesado até massa constante. Posteriormente, foi calcinado a 550°C até massa constante. Nessa determinação foi utilizado o método de Henneberg, citado por WINTON e WINTON (1958). Todas as análises foram realizadas em triplicata.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos encontram-se na tabela 1. Os teores de fibra bruta encontrados nas folhas das plantas estudadas variaram entre 8,08 a 26,63%. Portanto, esses vegetais podem ser considerados uma boa fonte de fibra, quando comparados com alguns alimentos, tais como cenoura 6,0%; repolho 8,0%; farelo de trigo integral 11,0%; aveia integral e farelo de arroz 13,0% (Tabela de Composição de Alimentos,TBCA-USP, 1998). Vale salientar o elevado teor encontrado na Alpinia speciosa Schum. (colônia) (26,63%), sendo maior do que o valor encontrado no Phaseolus vulgaris L.(feijão cru 21,58%) que é considerado uma excelente fonte de fibra alimentar. As amostras analisadas apresentaram teor médio de umidade de 79,40%. Com relação aos teores de gordura, foi observada uma sensível variação dos resultados (1,02 a 6,26%), podendo-se destacar novamente a colônia por sua baixa concentração desse constituinte. O chá desta planta é largamente utilizado pela população para controlar a pressão arterial (Lorenzi & Matos, 2002), portanto o seu consumo seria possível devido à ausência de efeitos colaterais registrados.





CONCLUSÕES: Podemos concluir que as folhas dos vegetais estudados podem ser consideradas boas fontes de fibra, quando comparadas com outras fontes alimentares, podendo apresentar-se como uma alternativa de suplemento em preparações alimentícias a serem utilizadas pela população.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem o Horto de Plantas Medicinais Prof. Francisco de Abreu Matos, pelas amostras cedidas, e ao CNPq pela ajuda financeira.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS (AOAC). Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemists, 1990. 15th ed. Arlington, Virginia, USA: Association of Official Analytical Chemists, 1141 p.

CERQUEIRA, P. M.; FREITAS, M. C. J.; PUMAR, M.; SANTANGELO, S. B. 2008. Efeito da farinha de semente de abóbora (Cucurbita maxima, L.) sobre o metabolismo glicídico e lipídico em ratos. Rev. Nutr. [online], 21.

LORENZI, H.; MATOS, J.A. 2002. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora., 512p.

REYES-CAUDILLO, E.; TECANTE, A.; VALDIVIA-LÓPEZ, M.A. 2008. Food Chemistry, 107: 656-663.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP). Tabela Brasileira de Composição de Alimentos - USP. Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental, Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Coordenação: Menezes, E.W.; Lajolo, F.M.; 1998, disponível em http://www.fcf.usp.br/tabela.- acesso em 26/06/2009.

WINTON, A.L.; WINTON, K.B. 1958. Analisis de alimentos. 2. ed. Barcelona: Hasa, 1205.