ÁREA: Química Orgânica

TÍTULO: ÁCIDOS GRAXOS NO ÓLEO FIXO DA POLPA DO TUCUMÃ AÇÚ DO PARÁ (Astrocaryum macrocarpum)

AUTORES: FARIAS, F. A. (UFPA) ; DAMASCENO, G. T. (UFPA) ; SILVEIRA, A. J. A. (UFPA(NMT)) ; FONSECA, A. R. L. (UFPA) ; CONCEIÇÃO, L. R. V. (UFPA(LAPAC)) ; BITTENCOURT, R. M. (UFPA)

RESUMO: A falta de referencias na literatura sobre esta espécie de tucumã foi o que nos motivou a realização deste artigo, assim, o trabalho dará ênfase aos ácidos graxos analisados a partir da obtenção do óleo fixo da polpa da Jabarana, também chamada de tucumã Açú do Pará(Astrocaryum macrocarpum).O fruto foi colhido aos arredores da Rodovia Transcametá, pelos moradores da área.A analise do óleo fixo foi determinada por cromatografia gasosa no laboratório de pesquisa da UFPA – LAPAC(Laboratório de Pesquisas e Analises de Combustíveis).Entre os ácidos graxos determinados encontram-se os ômegas 3(Ácido Linolênico),6(Ácido Linoléico) e 9(Ácido Oléico), ácido Palmitoleico, Margarico e Araquidico, dos quais o ômega 9 foi o que apresentou maior quantidade. Essas quantidades serão expressas em um a tabela e um gráfico.

PALAVRAS CHAVES: jabarana, ácido graxo, ômegas

INTRODUÇÃO: O Tucumã Açu (Astrocaryum macrocarpum) é uma palmeira solitária com área de ocorrências nas Guianas, Amazonas e Pará. Estipe alcança cerca de 20-25m de altura e 10cm de diâmetro, folhas crepas com cerca de 6m de comprimento, pescíolos intumescidos e armados em espinhos. Fruto com 4-5cm de diâmetro de polpa que tem massa de 70-75g em media, de aspecto alaranjado, oleaginosa que está madura no período de fevereiro a maio de cada ano e tem sabor de damasco maduro. Contudo, se bem manejada, essa palmeira pode dar frutos o ano inteiro. Uma palmeira típica produz cerca de 50 quilos de frutos por ano, mesmo em solos pobres. Em geral, os tucumazeiros produzem de 2 a 3 cachos anualmente, mas podem chegar a mais de 5. Cada cacho pesa entre 10 a 30 quilos e contém de 200 a 400 ou mais frutos. A frutificação tem início entre 4 e 8 anos, quando as árvores medem de 1,5 metro até 5 metros de altura (CAVALCANTE, 1996). Do tucumã aproveita-se tudo, o óleo pode ser utilizado para produção de biodiesel que é obtido através do processo de transesterificação, o qual envolve a reação do óleo vegetal com um álcool, utilizando como catalisador o hidróxido de sódio. Da casca, pode-se produzir carvão ecológico, da amendoa (PLÁ, 2002). A gordura extraída das amêndoas é de excepcional qualidade, rica em ácido láurico, e utilizada como matéria-prima na fabricação de shortenings (um tipo especial de margarina) (BAHIA, 1982).

MATERIAL E MÉTODOS: O tucumã Açu foi colhido aos redores da Rodovia Transcametá, município de Cametá, no Estado do Pará no dia trinta de maio de dois mil e oito, pelos ribeiros da localidade. O fruto chegou a Belém uma semana depois da colheta e logo lhe foi retirado à polpa, com todo o cuidado para evitar contaminação. A massa total foi de 673,22g, que foi armazenado em um balão de fundo chato, o qual iniciaram-se as extrações a frio com acetona, as quais foram num total de oito com a finalidade de obter o óleo fixo. A primeira extração a frio foi realizada na mesma semana da retirada da polpa, o qual não foi obtido óleo, somente a partir da segunda extração em diante foi que obtivemos o óleo, porém em quantidades mínimas, por isso a necessidade de oito extrações. A composição em ácidos graxos do óleo do Tucumã Açú foi determinada por cromatografia gasosa, utilizando o método oficial AOCS Ce 1-62, Cromatográfo VARIAN CP 3800, com detector de ionização de chama FID, vale ressaltar que o óleo foi esterificado pelo método oficial AOCS Ce 2-66, pelo operador Leyvison Rafael Vieira da Conceição, no dia vinte e quatro de abril de dois mil e nove, as dez horas e vinte e oito minutos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A análise do óleo fixo da polpa do Tucumã Açu por cromatografia gasosa nos mostrou resultados de quais ácidos graxos estão presentes no fruto e da quantidade que estão presentes: O Ômega 3 ou Ácido Linolênico, apresentou 1,7368% em quantidade, o Ômega 6 (Ácido Linoléico), 8,9921%, e o 9 (Ácido Oléico), 80,163%, o Ácido Palmitoleico, 6,6202%, Margarico, 0,4334% e Araquidico, 0,3020%. A análise nos mostrou que essa espécie de tucumã (Astrocaryum macrocarpum) apresentou em grande quantidade o ácido graxo ômega 9 que é uma gordura saudavel para o homem, assim como o ômega 6 e 3, porém a quantidade muito elevada de ômega 9 direciona a atenção para essa oleaginosa. Segue abaixo uma tabela e um grafico mostrando essa análise.



CONCLUSÕES: O consumo de tucumã açú é benéfico a saúde por conter em sua composição os ácidos graxos,os ômegas 3,6 e principalmente o 9,que foi o mais considerável.É comprovado que alguns efeitos é a diminuição do triglicerídeo no sangue,prevenção de batimento cardíaco irregular,a diminuição da pressão sanguínea e o aumento dos níveis de HDL que se encarregam principalmente de retirar o excesso de LDL dos tecidos, equilibrando a alimentação.O tucumã Açu,assim como outras espécies são utilizadas para diversos fins,pois dele pode-se aproveitar tudo, como a alimento até a fabricação de biocombustível.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: - BAHIA, J. A importância atual dos óleos de Patauá, Dendê e Tucumã. 1982, Manaus. Anais do 3º Encontro de Profissionais da química da Amazônia. Manaus: Conselho Regional de Química da 6º Região. 1982. p.63-68.

- CAVALCANTE, P. B. Frutas Comestíveis da Amazônia. 6 ed.- Belém: CNPq/Museu Paraense Emílio Goeldi, 1996. Coleção Adolpho Ducke.

- PLÁ, J. A. Perspectivas do biodiesel no Brasil. Indicadores Econômicos FEE. Volume 30, n.2, p.179-190, 2002.