ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DE FERRO POR TÉCNICAS DISTINTAS DE ANÁLISE EM PLANTAS MEDICINAIS TÍPICAS DO NORDESTE DO BRASIL
AUTORES: LOPES, M. F. G. (UFC) ; ALMEIDA, M.M.B. (UFC) ; FONSECA, M. L. (UFC) ; ABREU, M. R. T. (UFC) ; SOUSA, P. H. M. (UFC) ; MORAIS, S.M. (UECE)
RESUMO: Objetivando um estudo comparativo, foi quantificado Fe em 5 plantas medicinais típicas do Nordeste Brasileiro, Acmella uliginosa (Sw.) Cass., Eucalipitus tereticornis Smith, Nerium oleander L., Ocimum basilicum L. e Plectranthus barbatus Andr., usando espectrometria de absorção molecular e absorção atômica com chama (FAAS). As folhas dos vegetais foram lavadas, dessecadas (105°C), calcinadas (550°C) e tratadas com HCl 1:1 v/v. As soluções clorídricas das cinzas foram analisadas pelas referidas técnicas. De modo geral, os resultados obtidos pelas duas se mostraram próximos, com algumas discrepâncias que podem estar associadas aos interferentes próprios de cada técnica. Podemos concluir que, neste caso, não houve vantagem em usar uma técnica mais cara como a FAAS, na determinação de Fe.
PALAVRAS CHAVES: ferro, absorção atômica, absorção molecular.
INTRODUÇÃO: O uso de plantas medicinais é decorrente de milhares de anos, onde as civilizações antigas, já utilizavam plantas como fonte de alimento e na cura de doenças. Assim o conhecimento das suas propriedades terapêuticas foi sendo passado de geração em geração. Sabe-se que as plantas absorvem íons do solo, pelas raízes, e essa quantidade varia para cada tipo de planta, devido às condições do ambiente (RAZIC, 2005). Dentre os íons absorvidos pelos vegetais está o ferro que é um nutriente indispensável ao organismo humano. Uma de suas funções está relacionada ao transporte de oxigênio no sangue, e sua deficiência é uma das causas de anemia. A determinação do conteúdo mineral em plantas é importante, tanto pelo conhecimento de sua toxicidade, como também por sua influência em processos biológicos, de que depende nosso organismo. As referidas determinações podem ser feitas por diversas técnicas. Dessa forma, esse trabalho busca quantificar os teores de ferro (Fe), em cinco plantas medicinais típicas do Nordeste Brasileiro: Acmella uliginosa (Sw.) Cass. (agrião-bravo), Eucalipitus tereticornis Smith (eucalipto), Nerium oleander L. (espirradeira), Ocimum basilicum L. (mangericão branco) e Plectranthus barbatus Andr. (malva santa), utilizando-se as técnicas de espectrometria de absorção molecular e de absorção atômica, objetivando um estudo comparativo.
MATERIAL E MÉTODOS: As plantas selecionadas foram coletadas no Horto de Plantas Medicinais da UFC e foram empregados métodos oficiais para decomposição e análise das amostras (AOAC, 1990). Inicialmente as folhas dos vegetais foram lavadas, dessecadas em estufa a 110ºC até peso constante, calcinadas a 550ºC por 12 horas, tratadas com HCl 1:11 (v/v) e filtradas. As soluções clorídricas das cinzas foram então analisadas por espectrometria de absorção molecular a 510 nm, pelo método da ortofenantrolina. O aparelho utilizado foi o CARY 1E – UV-VISIBLE da Varian. As amostras foram também analisadas por absorção atômica com chama (FAAS), utilizando equipamento Varian, modelo SpectrAA 55, com correção de fundo por lâmpada de deutério. Todas as análises foram realizadas em triplicatas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O nível de ferro no presente estudo variou de 19,097 ± 0,41 (agrião bravo) a 0,763 ± 0,02 mg/100g (espirradeira), quando utilizada a técnica de absorção atômica com chama, e de 16,649 ± 0,45 (agrião bravo) a 0,960 ± 0,02 mg/100g (espirradeira) para o método colorimétrico com ortofenantrolina. Os resultados obtidos, de modo geral, não apresentaram significantes diferenças para as duas técnicas avaliadas. Esses resultados apresentaram-se concordantes com outros estudos já realizados em folhas de plantas medicinais (ALMEIDA et al.,2002; AJASA et al. 2004; BASGEL, ERDEMOGLU,2006), constatando-se que os valores indicados pelos dois métodos foram satisfatórios. As pequenas discrepâncias verificadas podem estar associadas aos interferentes próprios de cada técnica. No caso da FAAS as principais interferências são causadas por produtos de combustão na chama.
CONCLUSÕES: O método de espectrometria de absorção molecular se mostrou eficiente na determinação de ferro para as amostras de plantas medicinais investigadas, quando comparado a uma técnica sensível como absorção atômica. Portanto, podemos concluir que, neste caso, não houve vantagem em utilizar uma técnica mais cara como a absorção atômica, na determinação de ferro. No entanto, ambos os métodos podem ser usados satisfatoriamente para determinação deste mineral.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem aos órgãos de formento, CNPq, CAPES e FUNCAP, pelo apoio financeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AJASA, A.M. O. BELLO, M. O.; IBRAHIM, A. O.; OGUNWANDE, I. A.; OLAWORE, N. O. 2004. Heavy trace metals and macronutrients status in herbal plants. Food Chemistry, 85: 67–71.
ALMEIDA, M. M. B.; LOPES, M. F. G.; NOGUEIRA, C. M. D.; MAGALHÃES, C. E. C.; MORAIS, N. M. T. 2002. Determinação de nutrientes minerais em plantas medicinais. Ciência e Tecnologia de Alimentos, 22: 94-97.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS (AOAC). Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 15th ed. Arlington, Virginia, USA: Association of Official Analytical Chemists, 1990. 1141 p.
BASGEL, S.; ERDEMOG˘LU, S.B. 2006. Determination of mineral and trace elements in some medicinal herbs and their infusions consumed in Turkey. Science of the Total Environment, 359: 82–89.
RAZIC, S.; DOGO, S.; LATINKA, S.; POPOVIC, A. 2005. Inorganic analysis of herbal drugs. J. Serb. Chem. Soc. 70 (11) 1347–1355.
