ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: Composição química e atividade biológica do óleo essencial de três espécies de Leptospermum
AUTORES: MAGALHÃES, C. G. (UFV) ; BARBOSA, L. C. A. (UFV) ; MALTHA, C. R. A. (UFV) ; PINHEIRO, A. L. (UFV) ; DEMUNER, A. J. (UFV)
RESUMO: Avaliou-se a composição química do óleo essencial das folhas de Leptospermum madidum ssp sativum,L. flavescens L. petersonii, além da composição dos voláteis e óleo essencial das flores de L. petersonii. A identificação dos compostos foi feita por GC-MS e e GC-FID.Os voláteis foram determinados por HS-MEFS. As espécies de Leptospermum apresentaram composição diferenciada. Avaliou-se a atividade dos óleos essenciais das folhas de Leptospermum contra Escherichia coli, Bacillus cereus e Staphylococcus aureus. Os óleos essenciais foram mais eficazes contra as bactérias gram-positivas, porém L. personii exibiu atividade contra os três microorganismos.Os resultados mostram que os óleos essenciais de Leptospermum podem ser uma alternativa no controle de bactériam que causam danos aos alimentos.
PALAVRAS CHAVES: óleo essencial, leptospermum, atividade biológica
INTRODUÇÃO: Espécies do gênero Leptospermum desempenham um importante papel em ambientes de baixa fertilidade e pouco drenados. Além disso, podem ocorrer como arbustos em sucessões ecológicas onde também poderiam ser consideradas tanto como plantas invasoras ou como espécies úteis para o controle de erosão, seqüestro de carbono e restauração da vegetação. Os principais produtos econômicos derivados de espécies de Leptospermum são arbustos ornamentais, óleos essenciais e mel(STEPHENS et al, 2005). A utilização de extratos naturais de plantas está em crescente expansão na fabricação de alimentos, cosméticos e fármacos (SACHETTI et al,2005). Muitos voláteis de flores tem aplicações em formulações de diversos perfumes. Por isso, muitos estudos têm sido feitos com o objetivo de identificar as substâncias responsáveis por aromas e, dessa forma, realizar a síntese e caracterização de novos compostos odoríficos (LI et al., 2006). O perfume das flores é responsável por interações múltiplas entre plantas e outros organismos. Além disso, pode ser crucial na garantia de fertilização, tendo assim um relevante impacto sobre o rendimento de colheitas economicamente importantes (CUSTÓDIO et al., 2006). Sendo assim, este trabalho teve como objetivo avaliar o teor e a constituição química do óleo essencial das folhas de Leptospermum flavescens, Leptospermum madidum ssp sativum e Leptospermum petersonii, além da atividade antimicrobiana desses óleos contra as bactérias Escherichia coli, Staphylococcus aureus ATCC 6538 e Bacillus cereus A16. Considerando-se também a importância da investigação do perfume das flores, propõe-se o estudo também dos voláteis liberados pelas flores de L. petersonii cultivadas no Brasil.
MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de folhas frescas de Leptospermum flavescens, Leptospermum madidum subespécie sativum e Leptospermum petersonii foram coletadas no mês de dezembro de 2007. L. petersonii estava em período de floração. Suas flores também foram coletadas para extração do óleo essencial e análise dos voláteis. Na extração do óleo essencial, foi utilizada a hidrodestilação, realizada por três horas e em triplicata, utilizando-se um aparelho do tipo Clevenger. O hidrolato foi extraído com pentano, sendo o solvente removido sob baixa pressão.O óleo essencial obtido foi armazenado em frascos de vidro âmbar e mantido sob refrigeração até o momento das análises qualitativa e quantitativa. Nas análises qualitativa e quantitativa do óleo utilizou-se a Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrômetro de Massas (CG-EM) e Cromatografia Gasosa (GC-FID). Na avaliação da atividade antimicrobiana foram utilizadas culturas de Escherichia coli, Staphylococcus aureus ATCC 6538, Bacillus cereus A16, empregando-se o método de difusão em disco de papel. Os experimentos foram conduzidos com três repetições, em triplicata.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observou-se que o rendimento do óleo essencial de L. madidum ssp sativum (0,71%)foi menor que o rendimento do óleo de L. flavescens (1,60%) e L. petersonii (3,7%). Os teor encontrado para o óleo essencial das flores de L. petersonii foi de 1,3%. O maior teor de óleo encontrado nas folhas de L. petersonii que nas flores (Figura 1) provavelmente pode estar relacionado ao fato deste órgão estar mais propenso ao ataque de herbívoros e patógenos(SILVA, 2001). Demonstrou-se que na extração do óleo de gerânio (Pelargonium graveolens), o volume de óleo tende aumentar no pico da floração (SANGWAN et al., 2001). Também no presente trabalho, o aumento no rendimento do óleo essencial de L. petersonii foi constatado quando a planta estava no período de floração. Os principais constituintes do óleo essencial de L. madidum ssp sativum foram alfa-humuleno (30,8 %) e trans-cariofileno(11,9 %).Alfa-humuleno desempenha atividade citotóxica frente a células tumorais humanas, incluindo o adenocarcinoma mamário (COLE et al., 2007). O principal constituinte de L. flavescens foi o nerolidol (65,6%), que tem a propriedade de aumentar a permeabilidade de drogas de uso tópico (LEE et al., 2007). Os compostos citronelal (26%;35%), neral (23,5%; 16,5) e geranial (32,8%; 26,1%) se apresentam como principais constituintes do óleo essencial das folhas e flores de L. petersonii cultivada em Viçosa. Os principais componentes encontrados nos voláteis liberados pelas flores de L. petersonii foram citronelal (27,4%) e beta-citronelol (22,1%). Os óleos essenciais das espécies de Leptospermum estudadas foram mais eficazes contra as bactérias gram-positivas B. cereus e S. aureus que contra a bactéria gram-negativa E. coli, sendo que apenas L. petersonii foi ativo para as três bactérias (Tabela 1) .
CONCLUSÕES: Foi possível verificar que existe uma variação entre os compostos majoritários presentes no óleo essencial das espécies estudadas. Os estudos de atividade antimicrobiana revelaram que atividade está relacionada à sensibilidade de cada microorganismo aos óleos, pois os óleos essenciais de L. flavescens e L. madidum subespécie sativum inibiram o crescimento apenas de B. cereus e S. aureus, mas foram ineficazes para E. coli. L. petersonii, foi o mais ativo dos óleos estudados, exibindo atividade para os três microorganismos estudados.
AGRADECIMENTOS: CNPQ, FAPEMIG.
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