ÁREA: Ambiental

TÍTULO: Avaliação sazonal da qualidade da água para irrigação em áreas próximas em reservatórios de água em duas regiões distintas no sudoeste da Bahia

AUTORES: ALEXANDRINO, D.M. (UESB) ; SANTOS, J.S. (UESB) ; SANTOS, M.L.P. (UESB)

RESUMO: A proposta deste trabalho foi avaliar a influência do regime de chuvas na qualidade da água para irrigação em áreas próximas aos reservatórios de água localizados em duas regiões distintas no sudoeste do Estado da Bahia. Foram realizadas duas coletas no início e final da estação chuvosa nos dois resevatórios, analisou as concentrações de Na, Ca e Mg, a condutividade elétrica e calculou-se a razão de adsorção de sódio (RAS) da água para avaliar os níveis de salizanização e risco de sódio. Com base nos resultados pode-se concluir que o regime de chuva pode influenciar decisivamente no processo de salinização dos reservatórios construídos nessas regiões.



PALAVRAS CHAVES: semi-árido, ras

INTRODUÇÃO: Na região Nordeste do Brasil, a irrigação foi introduzida pelo Governo Federal ao final da década de 60, com a utilização do Programa Plurianual de Irrigação - PPI, tendo como meta a implantação de estudos, projetos e obras de irrigação e drenagem vinculadas ao abastecimento de água no Semi-Árido[1].
No sudoeste do estado da Bahia, nos cursos de água tem sido praticado ao longo dos tempos o represamento para estocar os recursos hídricos da época chuvosa, propiciando seu aproveitamento na época seca[2].
Para avaliar a qualidade da água destes reservatórios, com a finalidade de sua aplicação para irrigação foram escolhidos dois reservatórios artificiais: o reservatório Anagé, localizado na zona semi-árida com média pluviométricas anuais inferiores a 700 mm e o reservatório Água Fria, localizado na zona de transição de mata atlântica com médias pluviométricas anuais acima de 1000 mm.


MATERIAL E MÉTODOS: Foram avaliados os constituintes físico-químicos das águas dos reservatórios tendo em vista a ocorrência de áreas agricultáveis nas proximidades dos núcleos municipais locais, com base nos valores de condutividade elétrica e de RAS (razão de adsorção de sódio).
As amostras de água foram coletadas no reservatório de Água Fria correspondente aos pontos P1, P2, P3, P4 e P5.
O reservatório de Anagé correspondente aos pontos A1, A2, A3 e A4, no período de início da estação chuvosa (novembro e dezembro) de 2007.
As concentrações dos elementos foram obtidas através da técnica de FASS, equipamento modelo Analyst AA200 Perkin Elmer.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: O risco de salinização do solo ocasionado por água de irrigação é recomendado pelo laboratório de Salinidade (United States Salinity Laboratory-USSL), utilizando-se o valor da condutividade e do RAS. Os resultados obtidos são expressos na Figura 1. Através da relação entre a RAS e CE (Figura 2)podemos observar que todos os pontos do reservatório Água Fria é classificado como C1-S1: risco baixo de salinização.
No reservatório de Anagé, no ponto A1 e A3 são classificados como C2-S3: risco médio de salinidade e forte de Na; ponto A2: C2-S4: risco médio de salinidade e muito forte de Na e o ponto A4: C5-S4: excepcionalmente alto de salinidade e de Na. Devido ao intemperismo ser incipiente, a alta evaporação muitas vezes faz com que haja ascensão de água subsuperficial por um processo chamado capilaridade. Esta água é rica em sais e, quando evapora deixa o excesso de sal na superfície dos solos. Quando se irrigam as culturas com água de alta salinidade, ou seja, com altos valores de RAS, a evaporação seguida de precipitação dos sais no solo causa salinização[3].






CONCLUSÕES: Com base nos resultados pode-se concluir que o regime de chuva pode influenciar decisivamente no processo de salinização dos reservatórios construídos nessas regiões.


AGRADECIMENTOS: PGQUI UESB

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] Lucena, L. R. F. de; Filho E. F. R.; Bittencourt, A. V. L., Rev. Águas Subterrâneas 2004 nº 18.
[2] Santos, J. S.: Oliveira, E.; Massaro. S.; Química Nova, 2000, (23) 4.
[3]Alexandrino, D.M.; Dissertação de Mestrado. UESB, 2008.