ÁREA: Química Analítica
TÍTULO: ESTUDO TERMOANALÍTICO DO PÓ DE Manilkara huberi (Massaranduba) utilizada como adsorvente na remoção de Cr 3+ de Efluentes Líquidos Laboratóriais.
AUTORES: SILVA, M. L (UFRN) ; ARAÚJO, E. G (UFRN) ; SANTOS. E.V (UFRN) ; FERNANDES. N.S (UFRN)
RESUMO: Neste trabalho foi verificado a potencialidade dos adsorventes naturais (pó de serragem) como material alternativo na remoção de metais provenientes de efluentes laboratoriais. Nele foi realizado o estudo do comportamento termoanalítico da serragem de Manilkara huberi (Massaranduba) adquirida em uma serraria no município de Natal/RN com resíduos líquidos contendo o íon cromo. Para a obtenção dos dados experimentais fez - se uso da Termogravimetria-Termogravimetria Derivada (TG/DTG) e foi possível observar que a curva TG obtida para a serragem tratada com cromo apresentou duas perdas de massa, em consonância com a curva DTG, na qual o primeiro pico corresponde à etapa de desidratação e o segundo pico à decomposição térmica.
PALAVRAS CHAVES: resíduos, serragem de manilkara huberi, estabilidade térmica
INTRODUÇÃO: A contaminação por metais pesados é um dos maiores problemas ambientais enfrentados na atualidade. Diante do caráter tóxico por parte de alguns metais, fez-se necessário o estabelecimento de normas para o descarte de efluentes. Os valores máximos permitidos desses metais que podem estar em determinados efluentes são estabele¬cidos por entidades ambientais de âmbito nacional como o CONAMA, (Conselho Nacional do Meio Ambiente), sob a resolução n° 357 de 17 de março de 2005. O presente trabalho tem como principal objetivo avaliar a adsorção de metais pesados a partir do uso de serragem de Manilkara huberi, realizando um estudo termoanalítico mostrando através desta técnica o comportamento térmico desse pó na remoção de metais provenientes dos efluentes líquidos laboratoriais. Existem na literatura trabalhos que utilizam as técnicas termoanalíticas, especificamente a Termogravimetria (TG/DTG), na determinação da estabilidade térmica de várias substâncias, observando-se ótimos resultados como também procedimentos versáteis, eficazes e rápidos. A Análise Térmica é um termo usado para descrever um conjunto de técnicas analíticas que medem as propriedades físicas e químicas de uma amostra como função da temperatura ou tempo. O uso dessas técnicas vem crescendo rapidamente nos últimos anos devido o desenvolvimento na sua instrumentação. Entre elas, encontra-se a Termogravimetria (TG) – Termogravimetria Derivada (DTG) que mede a perda ou ganho de massa de uma substância quando esta é submetida a uma programação de temperatura, possibilitando principalmente estudos de desidratação e estabilidade térmica.
MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente foi selecionado o pó da serragem Manilkara huber, adquirido em uma serraria localizada no município de Natal. O pó da serragem foi peneirado para obtenção de uma granulometria uniforme e em seguida foi tratada com uma solução de hidróxido de sódio 0,1 mol/L sob agitação durante 24 horas. Na seqüência foi realizada uma filtração e o pó de serragem retido foi colocado na estufa de esterilização e secagem a 55°C por 24 horas. Após secagem, foi adicionada uma solução 1,2 mol/L de ácido cítrico para permitir a inclusão de grupos carboxílicos. A amostra foi armazenada em frascos de vidros previamente lavados e rotulados. Posteriormente 1g de serragem de Manilkara huberi tratada foi colocada em contato com 100 mL do resíduo líquido obtido do laboratório de ensino de Química Analítica Qualitativa da UFRN, contendo principalmente os íons Cr3+ por um período de 24 horas para possibilitar o processo de adsorção. Para a obtenção das curvas termogravimétricas (TG) utilizou-se uma termobalança acoplada a um analisador térmico diferencial modelo Shimadzu DTG -60, utilizando-se cadinho de  - alumina, massa da ordem de 5,0 mg, razão de aquecimento de 20 oC min-1, fluxo de 50 mL min-1 atmosfera de ar sintético.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: As curvas TG/DTG (Figura 1) apresentaram duas perdas de massa, uma de 29,42 a 151°C referente à etapa de desidratação, e outra de 180 a 404°C referente à etapa de decomposição do pó de serragem. Após essa decomposição pode-se observar a formação de um resíduo final de 15% da amostra inicial, provavelmente caracterizado como como óxido de cromo, uma vez que a atmosfera utilizada para a análise era oxidante e o metal estava adsorvido na amostra de serragem.
CONCLUSÕES: Pelos resultados obtidos nas curvas TG/DTG, é possível verificar que o pó de serragem é uma alternativa viável para adsorção de metais uma vez que de acordo com as curvas obtidas e o percentual do resíduo final, é possível indicar a adsorção do íon metálico.
AGRADECIMENTOS: a PETROBRÁS, Laboratório de Química Analítica e Meio Ambiente, e ao Núcleo de Estudos em Petróleo e Gás Natural – NEPGN, Propesq-UFRN.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: • CONAMA. Resolução nº 357, de 17 de março de 2005.
• HARRIS, D.C. Análise Química Quantitativa. Editora LTC, 5ª edição. Rio de Janeiro, 2001.
• RODRIGUES, R. F et al. Adsorção de metais pesados em serragem de madeira tratada com Ácido Cítrico. Eng. sanit. ambient. vol.11 - Nº 1 - jan/mar 2006, 21-26.
• SKOOG, Douglas A; HOLLER, James A; NIEMAN, Timothy A. Princípios de Análise Instrumental. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
• VOGEL, A. Química Analítica Qualitativa, São Paulo; Editora Mestre Jou, 1981.