ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: Utilização de Rejeitos Oriundos do Corte de Rochas Ornamentais na Correção da Acidez e Adubação de Solos Tropicais

AUTORES: MACHADO, R.V. (CETEM) ; RIBEIRO, R.C.C. (CETEM) ; ANDRADE, F.V. (UFES) ; CORREIA, J.C.G. (CETEM) ; SANTOS, J.V.M. (UFES) ; PASSOS, R.R. (UFES)

RESUMO: O presente trabalho visa avaliar a possibilidade do emprego de rejeitos de rochas ornamentais na correção do pH do solo, corrigindo assim sua acidez, e na disponibilidade de outros nutrientes aumentando sua fertilidade, para isso foram feitos experimentos de incubação em laboratório e em casa de vegetação, que por meio de análises mostrou um potencial de ser utilizado na correção da acidez, e aumento do teor de cálcio e magnésio do solo, e também da possibilidade de se trabalhar as quantidades de silício apresentadas nas analises dos rejeitos de mármore e de rochas no aumento da disponibilidade de fósforo para o solo.

PALAVRAS CHAVES: 1. rejeitos de rocha, 2. acidez do solo, 3. rochas ornamentais.

INTRODUÇÃO: A grande maioria dos solos tropicais brasileiros são Latossolos que mesmo dotados de boas características físicas, apresentam em forma quase generalizada características químicas inadequadas, tais como elevada acidez, altos teores de alumínio trocável e deficiência de nutrientes, especialmente de cálcio, de magnésio e de fósforo. Solos dessa natureza, uma vez corrigidos quimicamente, apresentam grande potencial agrícola, possibilitando melhorias na nutrição da planta, resultando em boas produtividades (Malavolta, 1989). O presente trabalho objetiva estudar a aplicação de rejeitos oriundos do corte de rochas ornamentais de serrarias como corretivos e, ou como fontes de nutrientes no solo, avaliando seu efeito na elevação dos valores de pH do solo, contribuindo para a valorização econômica da indústria de rochas ornamentais, transformando rejeitos em subprodutos.

MATERIAL E MÉTODOS: O experimento seguiu um esquema fatorial 2 x 3 x 5 em que os fatores em estudo foram: dois Latossolos (Latossolo Vermelho - LV e Latossolo Vermelho- Amarelo - LVA). três tipos de corretivos (calcário, rejeito de mármore e rejeito de rocha) e cinco doses dos corretivos (0; 30; 60; 90; 100; 120% da necessidade de calagem) com três repetições. O trabalho foi realizado com amostras sub-superficiais (20 - 40 cm) de dois solos (LV e LVA). Em Relação aos rejeitos de Rochas ornamentais, trabalhou-se com uma lama abrasiva oriunda do corte de mármores e granitos que será denominado de Rejeito de Rocha e com uma lama exclusiva do corte de mármores que será denominada como Rejeito de Mármore. Foram executadas as caracterizações químicas e físicas (EMBRAPA, 1997) dos solos e dos rejeitos por analises laboratoriais, os solos foram incubados com diferentes doses dos corretivos para posteriormente ser feitas as analises de pH.. Amostras de 0,5 dm³ de TFSA do solo foram acondicionadas e homogeneizadas em sacos plásticos onde se realizou a aplicação dos corretivos, sendo as amostras de solo umedecidas até atingir 60% do Volume Total de Poros (VTP). Freire et al., (1980), e incubados durante 30 dias.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados das análises de incubação mostram uma tendência no aumento do pH com o aumento da dose do corretivo aplicado, já a partir da primeira coleta, independentemente do corretivo utilizado. Percebe-se também que não houve grandes variações do pH em função do tempo de incubação, e que de uma maneira geral não houve diferença entre os corretivos.
Figura 01 - Valores médios de pH em função da aplicação de corretivos nos solos estudados, em diferentes tempos de coleta. Médias seguidas da mesma letra, na coluna, para cada coleta, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.




CONCLUSÕES: O rejeito de mármore e o rejeito de rocha demonstraram potencial de utilização como corretivos da acidez do solo; Não se observaram diferenças entre os corretivos para os solos estudados; Não se observaram diferenças no tempo de reação entre os rejeitos e o calcário.

AGRADECIMENTOS: Ao CNPQ, pela bolsa concedida e ao CETEM e a UFES, pelo acolhimento e pela estrutura

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análise de solo. Ministério da Agricultura e do abastecimento: Rio de Janeiro, 1997. 212p.
FREIRE, J.C.; RIBEIRO, M.A.V.; BAHIA, V.G.; LOPES, A.S.; AQUINO, L.H. de. Resposta do milho cultivado em casa de vegetação a níveis de água em solos da região de Lavras, MG. Rev. Bras. Ci. Solo, Campinas, v.4, n.1, p.5-8, jan./abr. 1980.
MALAVOLTA, E. ABC da adubação. São Paulo, SP. Editora Agronômica Ceres, 5a edição, 1989. 292p.