ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: Avaliação da atividade antibacteriana do fungo Pisolithus tinctorius e sua incorporação em uma formulação farmacêutica

AUTORES: PEREIRA, É.C.B. (UNILAVRAS) ; NASCIMENTO,A.P. (UNILAVRAS) ; SILVEIRA, I.A. (UNILAVRAS) ; CARVALHO, D. T. (UNILAVRAS)

RESUMO: Pisolithus tinctorius é um fungo micorrízico,que tem função de proteger e ajudar espécies de eucaliptus . O objetivo foi avaliar a atividade antibacteriana do fungo P. tinctorius e o desenvolver formulações farmacêuticas contendo o fungo como agente terapêutico. Amostras do P. tinctorius coletadas em Nazareno-M.G., foram realizados testes de solubilidade, extração pela técnica de maceração com solventes em ordem crescente de polaridade nas concentrações de 10 e 25% (m/v). O solvente foi evaporado e o metabólito foi ressuspendido em álcool de cereais. O extrato obtido foi testado contra diferentes bactérias para avaliação do seu potencial inibitório. A fração metanólica a 25% (m/v) foi eficaz contra as bactérias: S.aureus, M. lutteus e P.mirabilis.


PALAVRAS CHAVES: pisolithus; mastite; metabólitos

INTRODUÇÃO: Segundo Arshad e Frankenberger (1991) citado por Zamuner et al. (2005) Pisolithus tinctorius é um fungo micorrízico da classe Basidiomycetes, pertencente à família Sclerodermataceae,
Tsantrizos e Kope (1991) citado por Zamuner et al. (2005), demonstraram que culturas de P. tinctorius exibiram forte atividade antifúngica e suas pesquisas permitiram o isolamento e a identificação de dois compostos antibióticos denominados pisolitina A e B. Extratos obtidos a partir do fungo apresentaram uma forte atividade, tanto bacteriostática como bactericida frente ao Bacillus subtilis.(ZAMUNER,2005)
A mastite é um processo inflamatório causado por microrganismos nas glândulas mamárias de bovinos que causa uma grande perda econômica para produtores rurais devido ao aumento na permeabilidade vascular, componentes do plasma se misturam com o leite alterando sua aparência e forma. Um dos microrganismos envolvidos neste processo inflamatório é o Staphylococcus aureus.(CARLTON e McGAVIN, 1998).
Antibióticos são uma classe de fármacos utilizada contra microrganismos, sendo extraídos de seres vivos e na maioria das vezes de fungos (CORRÊA , 2001).
O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a atividade antibacteriana do fungo Pisolithus tinctorius e desenvolver uma formulação farmacêutica contendo o fungo como agente terapêutico.



MATERIAL E MÉTODOS: As amostras do fungo P. tinctorius foram coletadas na zona rural do município de Nazareno – M.G. , Foram coletados em épocas distintas para avaliar possíveis interferências na função metabólica.Realizou-se testes com a finalidade de caracterizar o fungo P. tinctorius quanto à sua solubilidade. Os solventes foram: água destilada, álcool e glicerina, nas concentrações de 1;10; 25 e 50% (m/v).
Preparou-se macerados do fungo P. tinctorius utilizando os solvente: hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol nas concentrações de 10 e 25 % (m/v), tanto do fungo colhido em agosto de 2007(FV) como do fungo colhido em abril de 2008 (FN). Dos macerados evaporou-se todo o solvente, restando assim as frações metabólicas.
As bactérias Escherichia coli (A), Staphylococcus aureus (B), Staphylococcus epidermitis (C), Proteus mirabilis (D), Micrococcus lutteus (E), Salmonella tiphy (F) pertencentes à Bacterioteca do Laboratório de Microbiologia foram inoculadas em caldo BHI para ativação e crescimento, após todas as bactérias se apresentarem viáveis foram inoculadas juntamente com as frações metabólicas (que foram ressuspendidas em álcool de cereais), através da técnica da macrodiluição. Na qual foram feitas 6 baterias de tubos nos quais continham: 1) BHI; 2) BHI + bactéria; 3) BHI+ metabólito; 4) BHI + bactéria + metabólito; 5) BHI + álcool de cereais; 6) BHI+ álcool+Bactéria. O crescimento ou a inibição bacteriana foram avaliados de acordo com a turvação do meio ou crescimento em placa.



RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com relação à solubilidade os esporos fúngicos somente o ácool a 1% e a glicerina 1% apresentaram resultado significativo, sendo portanto os indicados no preparo das formulações, os demais se apresentaram de forma insolúvel.
A grande maioria dos extratos apresentaram microbiota endógena, ou seja própria deles. O álcool de cereais utilizado para ressuspender o extrato livre de solvente apresentou atividade inibitória frente a todas as bactérias testadas, bem como inibição da microbiota dos extratos a 10% em acetato de etila e 25% em metanol. Percebeu-se ter ocorrido uma atividade sinérgica entre álcool, microbiota endógena e extrato na inibição das bactérias: Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermitis e Proteus mirabilis. Os extratos a 10% em acetato de etila e 25% em metanol não apresentaram microbiota endógena, porém apresentaram atividade inibitória frente a Micrococcus lutteus,Proteus mirabilis e Staphylococcus aureus, fato esse que pode ser atribuído a atividade do metabólito. Por outro lado os microrganismos que apresentaram crescimento,Escherichia coli e Salmonella tiphy demostraram resistência ao metabólito/álcool testado. Essa resistência pode ser atribuída ao sinergismo da microbiota endógena com o microrganismo testado. Sugere-se a purificação e esterilização dos extratos. A formulação farmacêutica para uso veterinário está em fase experimental, devendo ser concluída no mês de julho 2008.



CONCLUSÕES: Contudo pode-se observar através dos resultados parciais obtidos que o fungo Pisolithus tinctorius apresentou uma inibição frente a determinadas bactérias, justificando o seu uso popular, e o preparo de formulações farmacêuticas contendo o fungo como agente terapêutico.

AGRADECIMENTOS: Ao CNPq pela concessão da bolsa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL.Departamento de Farmácia e Farmacologia da Universidade Estadual de Maringá.Identificação de dois triterpenos do fungo Pisolithus tinctorius. Maringá. Disponível em: < http//www.sbq.org.br/ranteriores/23/resumos/index.html> Acesso em 12 fev.2007
CARLTON, W.W.; McGAVIN, M. D. Patologia veterinária especial: de Thomson. 2. ed. Porto Alegre : Artmed,1998. 672 p.
CORRÊA, J. C.; CORRÊA, V. L. F. Antibióticos: no dia-a-dia. 2. ed. Rio de Janeiro: Livraria Rubio, 2001. p. 17