ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: Remoção de íons Zn(II) de efluentes derivados de processos de galvanoplastia utilizando bagaço de cana modificado

AUTORES: MONTEIRO, P.F. (UFOP) ; PEREIRA, F.V. (UFOP) ; GIL, L.F. (UFOP)

RESUMO: RESUMO: O trabalho tem como objetivo a utilização de materiais preparados a partir do bagaço de cana e do anidrido succínico a fim de tratar efluentes derivados de processos da linha de zincagem de uma indústria de galvanoplastia. Para esse estudo, foi feita a introdução química de funções ácido carboxílico na estrutura do bagaço. Tal material foi avaliado em relação ao seu poder de adsorção dos íons Zn (II) presentes no efluente e obteve-se uma capacidade máxima de adsorção de 55 mg/g.


PALAVRAS CHAVES: efluente, bagaço modificado, adsorção

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: Os metais pesados constituem um sério problema ambiental. A poluição relacionada com a contaminação de águas e solo por tais metais é uma das formas de poluição do meio ambiente que mais tem despertado preocupação e interesse dos órgãos ambientais e governamentais em todo o mundo. As técnicas de galvanização (BRAILE et al., 1979) objetivam o revestimento, por processos químicos e eletrolíticos, de superfícies metálicas com a finalidade de proteger certos metais da ação da corrosão, para aumentar a espessura e dureza de certas peças ou para o simples embelezamento de uma peça metálica.
O bagaço de cana é um importante rejeito, da indústria brasileira agrícola, da produção de açúcar e combustível. Ele possui moléculas como a lignina (XIAO et al., 2001) ou a celulose (NAVARRO et al., 1996) que podem, através das suas funções hidroxilas reagir quimicamente e produzir novos materiais com novas propriedades. Neste trabalho, propõe-se a preparação do bagaço de cana modificado a partir do bagaço de cana e do anidrido succínico usando a metodologia desenvolvida no nosso laboratório (GURGEL et al., 2008) (KARNITZ JR et al., 2007) (GURGEL et al., 2008).
Esse material foi avaliado em relação ao seu poder para a adsorção de íons Zn (II) presentes em efluentes derivados de processos da linha de zincagem de uma indústria de galvanoplastia.


MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: O bagaço modificado foi sintetizado após tratamento com anidrido succínico sob refluxo de piridina anidra e tratamento com uma solução saturada de NaHCO3. O número de funções ácido carboxílico introduzidas foi de 6,4x10-6 mol/mg. Com esse material modificado foram realizados testes para avaliar o seu poder de complexação dos íons Zn2+ no efluente. Os experimentos foram conduzidos utilizando-se 50 mL do efluente de concentração inicial de 43 mg/L. Os tempos e os valores de pH dos experimentos realizados foram de 50 min e 6,5, respectivamente. As concentrações do bagaço modificado no efluente foram na faixa de 0,4 a 1,2 g/L. A concentração do metal presente no filtrado foi determinada por ICP-OES.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Resultados e Discussão: Usando o modelo de Langmuir foi determinada a capacidade máxima de adsorção do bagaço modificado para os íons Zn (II) no efluente. Os resultados estão apresentados na Tabela 1 e na Figura 1. Os resultados do estudo com soluções aquosas contendo somente o íon Zn (II) também estão presentes na Tabela 1. A capacidade máxima de adsorção do bagaço modificado para os íons Zn (II) no efluente foi inferior à aquela calculada na solução aquosa de Zn (II), isso por causa da presença de outros íons presentes no efluente. Mesmo assim a remoção dos íons Zn (II) foi de 95% no efluente.





CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: O bagaço de cana mostrou uma capacidade máxima de adsorção dos íons Zn (II), segundo o modelo de Langmuir, de 55mg/g no efluente correspondendo a 95% de remoção desse contaminante no efluente.

AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS: UFOP, FAPEMIG

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1-BRAILE, P. M. E CAVALCANTI, J. E. W. A. (1979) Manual de tratamento de águas residuárias industriais. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, São Paulo, 1979, 764.
2-GURGEL, L. V. A., JUNIOR, O. K., GIL, R. P. D. F., AND GIL, L. F. Bioresource Technology, 2008, 99, 3077.
3-GURGEL, L. V. A., GIL, R. P. D. F., AND GIL, L. F. Carbohydrate Polymers, 2008.
4-KARNITZ JR., O., GURGEL, L. V. A., MELO, J. C. P. D., BOTARO, V. R., MELO, T. M. S., GIL, R. P. D. F., AND GIL, L. F. Bioresour. Technol., 2007, 98, 1291.
5-XIAO, B.; SUN, X. F., SUN, R. Polymer Degradation and Stability, 2001, 223.
NAVARRO, R. R.; SUMI, K.; FUJII, N.; MATSUMURA, M. Wat. Res. 1996, 30, 2488