ÁREA: Iniciação Científica
TÍTULO: Obtenção do óleo e ésteres do bussú(Manicaria saccifera)para o uso deste como fonte abundante de matéria-prima para Química fina.
AUTORES: CARVALHO, A.S (UFPA) ; CAMPOS, C. T (UFPA) ; SILVA, F.M.O (UFPA) ; VALE, J.K.L (UFPA) ; SANTOS, A.S (UFPA)
RESUMO: Este trabalho visa um estudo químico preliminar do potencial o óleo fruto do Bussú (Manicaria saccifera), como matéria-prima para Química fina. A extração foi feita utilizando n-hexano. Os resultados mostraram um rendimento de óleo de 15,22%(m/m), o índice de acidez obtido foi 1,76. A presença de triglicerídeos de cadeia média como os ácidos cápricos, caprílico e cáprico, torna este óleo uma abundante fonte natural utilizada pelas indústrias de alimentos, farmacêutica e cosmético.
PALAVRAS CHAVES: manicaria saccifera var , bussú e óleo
INTRODUÇÃO: A Manicaria saccifera var é uma palmeira monocaule,com 0,5 a 10m de altura e caule geralmente coberto com folhas velhas,persistentes,medindo de 15 a 20cm de diâmetro.Folhas inteiras eretas,acentuadamente pregueadas variando de 5 a 25;bainha com 60 a 100cm de comprimento;pecíolo 0,2 a 1,3m de comprimento;tamanho da folha varia de 5 a 7m de comprimento.Inflorescência interfoliar,frutos globosos,ou bi e trialobados,cobertos de pequenas saliências pontiagudas de forma piramidal, medindo 5,0 x 4,4cm de diâmetro,de coloração castanho na maturidade.Espécie amplamente distribuída nos países do norte da América do Sul,em baixas elevações,nos terrenos arenosos e úmidos.A maior abundância do bussú está nas áreas próximas aos rios de água preta e solos arenosos ácidos.No Brasil ela ocorre nos estado do Amazonas e Pará (MIRANDA ET AL, 2001).Dados da Emater-Pará coletados in locu mostraram a produção de Bussú nos municípios de Curralinho,Oeiras do Pará,Melgaço e Portel,somente no período de 2007,atingiu a marca acima de 583.465,68 toneladas,com média de fruto por planta variando em torno de 40 a 60 kg/planta.O fruto tem época de frutificação nos meses de março a maio,possui como nomes vernaculares:buçú,bussú,geruá,ubuçú.O fruto contém um líquido que tem uso medicinal no combate da febre alta e uma massa não-comestível.As folhas são excelentes para a cobertura de construções devido sua impermeabilidade e durabilidade.As espatas formam um tecido flexível,empregado em artesanatos para confecção de chapéus e bolsas.Tem grande potencial para uso em jardins(MIRANDA ET AL,2001).O objetivo deste trabalho é investigar,através do estudo químico,os potenciais,qualitativo e quantitativo,que mostre a viabilidade de usar o óleo do fruto como fonte de matéria-prima para uso em Química fina.
MATERIAL E MÉTODOS: Os frutos utilizados foram coletados em uma plantação no município de Portel, no Pará. O material foi debulhado manualmente e colocado em uma estufa com circulação de ar em temperatura média de 50º C, por 48 h. Após, este material foi triturado e foi realizado as extrações a frio com reagente orgânico n-hexano. Após a concentração do material extraído foi feita a caracterização físico-química preliminar através do índice de acidez determinadas por métodos padrão AOCS e ASTM (A.O.C.S, 1988).Foi realizada a precipitação de ácidos graxos livres após a saponificação pela adição de HCl em um sistema a 18º C para a completa precipitação. Foi feito o estudo dos ésteres etílicos, conforme a metodologia descrita por Moretto 1989.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O material a ser extraído apresentou uma massa de 811,94g, tendo como rendimento 15,22%(m/m),em óleo. O índice de acidez (IA) e obtidos foram de 1,76. Os óleos brutos comercialmente encontrados possuem um índice de acidez entre 0,5 – 3% (KUSDIANA,2001). A precipitação de ácidos graxos livres mostrou uma conversão em torno de 47,7% (m/v). Estes valores estão relacionados a qualidade do óleo. A presença de trigricerídeos de cadeia média como os ácidos cápricos, caprílico , torna este óleo uma abundante fonte natural da região, com elevado nível de produção e fácil plantil e beneficiamento, para ser utilizada pelas industrias de alimentos, farmacêutica e cosmético para geração de produtos com menor custo de produção.
CONCLUSÕES: Com base nos resultados obtidos, a presença de triglicerídeos de cadeia média como os ácidos cápricos, caprílico, torna este óleo uma abundante fonte natural a ser utilizada pelas indústrias de alimentos, farmacêutica e cosméticos. Isso se deve pela conversão em torno de 47,7% (m/v) para a precipitação de ácidos graxos livres. Estes valores estão relacionados à qualidade do óleo. O índice de acidez foi considerado bom por que a oleaginosa apresenta-se na faixa dos valores de óleos brutos comercializáveis.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: A. O. C. S. (1988). Official Methods and Recommended Practices of the American Oil
Chemists Society. 5. ed., v.1-2, 1997.
Emater-Pará. Relatório Técnico da produção de Bussú no Estado do Pará. 2007
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, 1985.
KUSDIANA, D.; SAKA, S.; J. Chem. Eng. Jpn. 2001, 34, 383.
MIRANDA, IRES. P.A et al; Frutos de Palmeiras da Amazônia, Manaus: MCT INPA, 2001.
Moretto, E.; Fett, R.; Óleos e Gorduras Vegetais (Processamento e Análises), Editora da UFSC: Florianópolis, 1989, p. 142