ÁREA: Química Tecnológica

TÍTULO: FARMACOTÉCNICA DE PREPARAÇÕES SACAROLÍTICAS DE PRÓPOLIS VERMELHA

AUTORES: ALVES, T. C. (UFAL) ; ALENCAR, L. P. (UFAL) ; SOARES-BISPO, J. R. (UFAL) ; NASCIMENTO, T. G. (UFAL) ; PORFIRIO, Z. (UFAL)

RESUMO: RESUMO:O presente trabalho tem como objetivo a padronização de formulações sacarolíticas a base de própolis vermelha como forma alternativa para desenvolvimento de medicamento natural. A própolis in natura foi coletada no apiário Ilha do Porto no município de Marechal Deodoro-AL. Uma amostra de 50g de própolis foi macerada com 3L de EtOH 92ºGL. O Extrato foi concentrado em rotaevaporador e preparou-se tintura própolis à 10%. A incorporação da tintura de própolis às formas sacarolíticas causaram incompatibilidade. Na solubilização da substância ativa, testou-se 2 emulsificantes A e B. A tintura e as preparações de própolis foram caracterizadas pela espectrofotometria de UV. O estudo da ordem de incorporação dos componentes foi uma etapa decisiva para a padronização das formas sacarolíticas.

PALAVRAS CHAVES: própolis vermelha, preparações sacarolíticas, padronização de formulações.

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: A própolis é uma resina produzida por abelhas Apis melifera após coleta de mistura de exsudatos de diferentes plantas. A composição química da própolis varia de acordo com a flora em que é coletada a resina (PARK et al., 1998). A própolis utilizada nos testes foi a da variedade vermelha, que é exclusiva do litoral nordestino. Esta tem como base para a sua atividade farmacólogica, os flavonóides, que atuam como antioxidante (MARCUCCI et al.,1999) e como antimicrobiano (PARK et al.,1998) principalmente sobre os gêneros Streptoccocus e Staphyloccocus, sendo esta função de interesse para a produção destas formas farmacêuticas pois vão atuar principalmente sobre bactérias que estão presentes no trato respiratório superior. Avaliação da ação antibacteriana da própolis foi realizada em 161 isolados bacterianos, tanto gram positivos (Staphylococcus sp., Streptococcus sp., Nocardia asteroides e Rhodococcus equi), como gram negativos (Escherichia coli, Salmonella sp., Proteus mirabilis e Pseudomonas aeruginosa) (VARGAS et al., 2004). Nesta pesquisa, o extrato de própolis demonstrou atividade antibacteriana por inibir o crescimento de 67,7% das bactérias testadas; 92,6% dos isolados Gram positivos e 42,5% dos Gram negativos foram sensíveis ao extrato. As formas farmacêuticas sacarolíticas (xarope e elixir) são amplamente conhecidas e usadas pela indústria farmacêutica por ser de fácil administração e baixo custo. Essas preparações aquosas límpidas contêm sacarose com concentrações próximas da saturação com função edulcorante e para alcançar dissolução de certos fármacos(PRISTA e col., 1992). O presente trabalho tem como objetivo a padronização de formulações sacarolíticas a base de própolis vermelha como forma alternativa para desenvolvimento de medicamento natural.

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: A própolis vermelha in natura foi coletada no apiário Ilha do Porto no município de Marechal Deodoro-AL. Uma amostra de 50g de própolis foi macerada com 3 L de EtOH 92º GL. O Extrato foi concentrado em rotaevaporador obtendo-se 35g de Extrato de Própolis. Preparou-se a tintura própolis vermelha à 10%, usando EtOH:H2O 1:1 (v/v). O xarope de própolis foi preparado pelos métodos a frio e a quente. Realizou-se a preparação do xarope base usando 63g de sacarose para 37g de água. Realizou-se incorporação de própolis vermelha através do método de solubilização dos componentes. Após intervalo entre 1 a 24 horas pesquisou-se por incompatibilidades físico-químicas nas preparações.Para a solubilização da substância ativa testou-se 2 emulsificantes A e B. A tintura de própolis e as preparações sacarolíticas foram avaliadas por espectrofotometria do UV na região entre 200 a 500 nm.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: O xarope base obtido pelo método a frio demonstrou-se viável para a preparação do produto intermediário na preparação de própolis vermelha, visto que obtemos xarope base sem redução da sacarose. A figura 1A mostra a limpidez do xarope base se presença de cor amarelada. Outras variações foram testadas diferentes do método a frio para reduzir o tempo da preparação. A incorporação da tintura de própolis vermelha às formas sacarolíticas causam incompatibilidade, devido a presença de componentes apolares do extrato de própolis em contato com sistemas polares (xarope base). Algumas precipitações foram observadas durante a preparação das formas sacarolíticas (Figura 1A). Para a solubilização da substância ativa testou-se 2 emulsificantes A e B, sendo o emulsificante A o mais adequado a preparação (Figura 1B).O xarope de própolis vermelha foi padronizado como segue: xarope base: emulsificante A: EtOH :Tintura de própolis à 10% (23:0,5:0,5:1) para cada 25 mL do xarope. Apesar da presença de EtOH em maior proporção no elixir não reduziu o processo de precipitação da própolis, sendo necessário o uso do emulsificante A. A tintura e as preparações de própolis foram caracterizadas pela espectrofotometria de UV no comprimento de onda máximo de 230nm, 292nm e 480nm, sugerindo presença de flavonóides e outros compostos fenólicos(Figura 2). Presença de bandas de absorção nas regiões de 292 nm e 480nm demonstra a presença de substância polifenólicas no extrato de própolis e suas preparações farmacêuticas. A espectrofotometria do UV revela ainda que as substâncias ativas conservaram o mesmo comprimento de onda máximo apesar da incorporadas em matrizes sacarolíticas. A redução da absorbância foi proporcional ao fator diluição das preparações.





CONCLUSÕES: CONCLUSÃO: O estudo da ordem de incorporação dos componentes foi uma etapa decisiva para a padronização das formas sacarolíticas de própolis vermelha. As técnicas de UV podem ser uma alternativa na detecção de metabólitos secundários ativos presentes na própolis vermelha.

AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS:Ao CNPq pela bolsa concedida; aos Laboratórios de Farmácia e Laboratório de Eletroquímica da UFAL; Jose Rui M, Reys e Marília Oliveira Goulart

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIAS: MARCUCCI, M. C. 1996. Propriedades biológicas e terapêuticas dos constituintes químicos da própolis. Química Nova, 19: 529-536.

PARK, Y. K.; IKEGAKI, M.; ABREU J. A. S.; ALCICI N. M. F. 1998. Estudo da preparação dos extratos de própolis e suas aplicações, Ciência e Tecnologia Alimentar, 18: 313-318.

VARGAS, A . C.; LOUGERCIO, A . P.; WITT, N. M.; COSTA, M. M.; SILVA, M. S.; VIANA, L. R. 2004. Atividade antimicrobiana “in vitro” de extrato alcóolico de própolis,Ciência Rural, 34: 159-163.

PRISTA, L. N.; ALVES, A . C.; MORGADO, R. 1992. Tecnologia Farmacêutica, Vol. II, 4ª Edição, p. 1013, Editora Caoluste-Gulbenkian, Lisboa.