ÁREA: Química Tecnológica

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE SOLUÇÕES DE GLUTARALDEÍDO E PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO PARA ASSEPSIA DE APARELHOS DENTÁRIOS

AUTORES: VIEIRA, C. A. (UNA,UNIFENAS) ; MOREIRA, D. G. (FADOM) ; ALVES, R. S. (UNIFENAS) ; BARBIERI, R. S. (UNINCOR,FAMI)

RESUMO: A ausência de métodos de desinfecção/esterilização que sejam eficazes e aplicáveis nos consultórios dentários, são responsáveis por contaminações e até doenças em pacientes. Na tentativa de propor uma solução para esse problema, buscou-se um método comprovadamente eficaz para tratamento microbiológico das moldagens, modelos em gesso e aparelhos ortodônticos, tendo como objetivo a garantia da qualidade dos mesmos. Testou-se a eficiência de soluções de glutaraldeído a 2 % e de peróxido de hidrogênio a 3 %.

PALAVRAS CHAVES: desinfecção, ortodontia, assepsia.

INTRODUÇÃO: Descontaminação pode ser definida como procedimento utilizado em artigos contaminados por matéria orgânica (sangue, pus, secreções corpóreas) para a destruição de microorganismos patogênicos na forma vegetativa (não esporulada), vírus, bactérias e fungos e tem por objetivo proteger as pessoas que irão proceder às manipulações dos artigos e as que vão utilizar os mesmos. Alguns agentes podem ser eficazes para proceder à descontaminação, tais como solução de peróxido de hidrogênio, glutaraldeído e álcool 70 %. Para que o método possa ser efetivamente aplicado, a solução deve ter um custo de mercado relativamente baixo e de amplo espectro microbiológico.

MATERIAL E MÉTODOS: Ao realizar a aquisição das soluções a serem testadas, solicitou-se ao fabricante o certificado de análise, que comprovasse a eficácia dos produtos e, de acordo com o certificado de análise, os produtos adquiridos (lacrados) apresentaram-se em conformidade. Ao receber as molduras (aparato que acondiciona o molde) do consultório dentário, procedeu-se à desinfecção de todas as moldagens e modelos com solução de glutaraldeído a 2% por um período de 15 minutos (moldagens por borrifação e modelos por imersão). Mergulhou-se todos os alicates e instrumentais usados na confecção dos aparelhos na solução de glutaraldeído a 2%, por 15 minutos. Após a imersão lavou-se todos esses materiais com água (PURA), tratada por osmose reversa. Lacrou-os em um plástico próprio para autoclave e esterilizou-se na mesma por 20 minutos, em uma temperatura de 134 graus Celsius. Seguiu-se a confecção dos aparelhos e, no final do processo, os mesmos foram acondicionados em solução de peróxido de hidrogênio a 3%, por 2 minutos, lavando-os com água purificada por osmose. Para avaliar a eficácia das soluções, um aparelho foi fabricado sem o tratamento com as soluções (para que se pudesse avaliar a possível contaminação). Para o ensaio microbiológico, passou-se o swab estéril por todo o aparelho e inoculou-se no meio tioglicolato (meio de enriquecimento bacteriano). Após 24horas de incubação a 37 graus Celsius, o tioglicolato juntamente com o swab foram “ semeados” nos meios macconkey, manitol e agar sangue, que ficaram incubados na estufa por mais 24 horas 37 graus Celsius. O mesmo ensaio foi realizado com os aparelhos sem imersão nas soluções desinfetantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com os ensaios microbiológicos, observou-se crescimento microbiológico nas placas referentes aos aparelhos não tratados com as soluções. Houve crescimento de bactéria Clostridium Tetani. As placas referentes aos aparelhos tratados com as soluções (glutaraldeído e peróxido de hidrogênio) não apresentaram qualquer crescimento microbiológico, comprovando a eficácia das mesmas.


CONCLUSÕES: De acordo com os ensaios microbiológicos, conclui-se que as soluções de glutaraldeído e peróxido de hidrogênio são eficazes para assepsia dos aparelhos móveis produzidos em laboratórios de próteses. O tratamento com as soluções apresenta custo reduzido e pode ser facilmente aplicado no processo. O método pode evitar contaminações dos técnicos e pacientes.

AGRADECIMENTOS: A UNA, UNIFENAS, Orto Prótese Ortodôntica e a ÉCOS (Eng. e Consultoria Ambiental LTDA).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: PINTO, T. J. Peróxido de hidrogênio como agente despirogenizante de componentes para produtos médico-hospitalares. Revista Saúde Pública. V.29. 1995.

SOARES, C. R. Influência de diferentes métodos de desinfecção química nas propriedades físicas de troquéis de gesso tipo IV e V. Pesqui Odontol Bras. v. 15, n. 4, p. 334-340. 2001.

ARTHUR, C.T., RICARDO, R.F., CHRISTINE, K. Estudo da Eficácia do Glutaraldeído a 2,4% na Desinfecção do Material Artroscópico. Rev Bras Ortop. v. 28, n. 8.1993.