ÁREA: Produtos Naturais

TÍTULO: ATIVIDADE POTENCIALMENTE ALELOPÁTICA DE ÓLEO DE SEMENTES DE AMARGOSA (AZADIRACHTA INDICA)

AUTORES: PQ (UFPA) ; PQ (UFPA) ; PQ (UFPA) ; PQ (UFPA) ; PQ (UFPA) ; PQ (UFPA) ; PQ (UFPA)

RESUMO: Este trabalho teve como objetivo caracterizar o potencial alelopático do extrato do óleo da semente de Amargosa. Os bioensaios da elelopatia foram realizados com o extrato do óleo da semente da Amargosa frente a duas plantas invasoras de pastagens malícia e mata-pasto utilizando a metodologia de Germinação e desenvolvimento da radícula e do hipocólito. Os resultados dos bioensaios da radícula frente à espécie malícia os extratos do óleo da semente de Amargosa inibiram o desenvolvimento em (10, 23, 29 e 38)%, enquanto frente à espécie mata-pasto esses mesmos extratos inibiram o desenvolvimento da radícula em (5,0, 15, 27 e 40)%.

PALAVRAS CHAVES: amargosa, azadirachta indica, alelopatia.

INTRODUÇÃO: A espécie Azadirachta indica, também conhecida como Neem ou Amargosa, é uma árvore originária da Índia, e é considerado uma planta medicinal de relevante importância pelos seus efeitos positivos junto à saúde das plantações, animais e do próprio homem. As plantas invasoras de pastagens são prejudiciais ao gado e ao pasto, tornando-se o seu controle um dos fatores que mais limita uma pecuária sadia, devido ao uso indiscriminado de herbicidas sintéticos que agridem o meio ambiente. Assim, dentro de nosso programa de seleção de plantas produtoras de aleloquímicos para uso como bioerbicidas, avaliamos o potencial alelopático da A. indica. Os bioensaios de alelopatia foram realizados com o extrato do óleo da semente de neem, nas concentrações 0,5 ppm, 1,0 ppm, 1,5 ppm e 3,0 ppm, frente a duas plantas invasoras de pastagens malícia (Mimosa pudica) e mata-pasto (Senna obtusifolia), nos ensaios de germinação e desenvolvimento da radícula e do hipocótilo.

MATERIAL E MÉTODOS: O óleo de neem foi obtido a partir de 600 g de sementes trituradas e homogeneizadas, que foram colocadas em cartuchos dentro do extrator Soxhlet (arraste por vapor utilizando como solvente éter). A extração durou 6 horas, o solvente foi eliminado sob vácuo. Os bioensaios foram realizados no laboratório de agroindústria da EMBRAPA-PA. Os extratos obtidos do óleo de neem foram submetidos aos bioensaios de alelopatia nas concentrações 0,5 ppm, 1,0 ppm, 1,5 ppm e 3,0 ppm, frente às espécies invasoras de pastagens mata-pasto e malícia, utilizando como tratamento testemunha água destilada. 3 mL de solução foi aplicada sobre discos de papel de filtro no interior de seis placas de petri (três placas para cada espécie de plantas daninhas) , após a evaporação do solvente, adicionou-se água destilada, mantendo-se assim a concentração original. Para o teste de germinação cada placai recebeu 10 sementes das plantas invasoras. Nos testes de radícula e hipocótilo utilizou-se duas sementes pré-germinadas por placa de petri. Os bioensaios foram desenvolvidos durante 4 dias em câmaras de germinação em condições controladas de 25 ºC e fotoperíodo de 12 horas, com contagens diárias e eliminação das sementes germinadas e no final totalizaram-se essas sementes em cada placa e calculou-se a média aritmética das sementes germinadas de cada espécie, que após, juntamente com a média das sementes germinadas no tratamento testemunha, calculou-se o percentual de inibição de cada substância na germinação das sementes das plantas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Nos bioensaios de germinação de sementes frente à espécie malícia, os efeitos do extrato do óleo da semente de neem nas concentrações de 0,5 ppm, 1,0 ppm, 1,5 ppm e 3,0 ppm, inibiram a germinação em 3,0%, 5,0%, 10% e 18%, respectivamente. Frente à espécie, mata-pasto houve um percentual de inibição de 5,0%, 14%, 23% e 37%, respectivamente. Nos bioensaios de desenvolvimento da radícula frente à espécie malícia os extratos do óleo da semente de neem nas concentrações de 0,5 ppm, 1,0 ppm, 1,5 ppm e 3,0 ppm, inibiram o desenvolvimento em 10%, 23%, 29% e 38%, respectivamente, enquanto frente à espécie mata-pasto esses mesmos extratos inibiram o desenvolvimento da radícula em 5,0%, 15%, 27% e 40%, respectivamente. Nos bioensaios de desenvolvimento do hipocótilo frente à espécie malícia os extratos do óleo da semente de neem nas concentrações de 0,5 ppm, 1,0 ppm, 1,5 ppm e 3,0 ppm, inibiram o desenvolvimento em 2,0%, 3,0%, 3,0% e 4,0%, respectivamente, enquanto a espécie mata-pasto teve um percentual de inibição de 8,0%, 12%, 19% e 21%, respectivamente.

CONCLUSÕES: Os resultados apresentados nos bioensaios de alelopatia realizados com o extrato do óleo de neem mostraram-se bastante significativos, sendo que a espécie mostrou baixa potencialidade na inibição do desenvolvimento da radícula.

AGRADECIMENTOS: Ao CNPq pelo apoio financeiro e a UFPA e a EMBRAPA pela infra-estrutura para realização do trabalho.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Itakowa,H., Matsumoto K., Morita H. Phytochemistry 1992, 31, 1061.
Berg, M. E. van den. Plantas Medicinais na Amazônia. Contribuição ao seu conhecimento sistemático. PR/MCT/CNPq. Museu Paraense Emílio Goeldi. Coleção Adolpho Ducke, Belém, 1993.
Freixa, B.; Vilal, R.; Vargas L. Phytotherapy Research, 1998, 12, A27.
Mahato, S. B.; Kundu, A. P.; Phytochemistry 1994, 37, 1517.
Pinheiro, G. B. V., Terpenóides de Cecropia palmate (Moraceae). Dissertação de Mestrado -UFPA, 1999."Práticas Alternativas de Controle de Pragas e Doenças na Agricultura", Hélio de A. Jr.; Campinas-SP: EMOPI, 1998.