ÁREA: Produtos Naturais
TÍTULO: ESTUDO ANTIMICROBIANO DE SUCOS DE FRUTAS E HORTALIÇAS FRENTE A ISOLADOS CLÍNICOS
AUTORES: ARAÚJO, P. R. L (UFPE) ; ALMEIDA, F. R. (UFPE) ; SENA, K. X. F. R (UFPE) ; CHIAPPETA, A. A. (UFPE) ; ALBUQUERQUE, J. F. C (UFPE)
RESUMO: As doenças infecciosas são causas significativas de morbidade e de mortalidade no mundo inteiro. Com o surgimento de bactérias resistentes a antibióticos, o desafio no tratamento de infecções aumentou. A pesquisa de novas substâncias com propriedades antimicrobianas para o combate a esses microrganismos tornaram-se indispensáveis. Tendo em vista o uso de frutas e hortaliças na alimentação humana, foi decidido realizar o estudo de algumas espécies de frutas e hortaliças com a finalidade de informar à população o valor destes no auxilio e combate às doenças. O teste foi realizado para germes Gram-positivos, Gram-negativos e leveduras. O material foi transformado em suco e testado contras isolados clínicos de diversos germes. Todos os alimentos testados apresentaram atividade antimicrobiana
PALAVRAS CHAVES: frutas, hortaliças, atvidade microbiológica
INTRODUÇÃO: As feiras livres usadas em diversos Países no mundo apresentam o maior número de frutas e hortaliças usadas na alimentação humana. Nessas feiras a população de modo geral, seja aquela mais abastarda ou a mais humilde têm acesso a adquirir alimentos de preços mais razoáveis. Assim, as diversas classes sociais têm acesso aos diversos alimentos frescos e desse modo suprem as necessidades do organismo, seja, em vitaminas, proteínas, carboidratos ou sais minerais em quantidades suficientes para a sobrevivência. O interesse da indústria farmacêutica pelos produtos naturais, principalmente em países com grande biodiversidade como o Brasil, vem aumentando ano a ano e gerando novas oportunidades para um estudo mais profundo de tais substâncias. A utilização de sumos de frutas, hortaliças e condimentos utilizados na dieta, como agentes antimicrobianos, poderão permitir o desenvolvimento de uma terapêutica simples no combate a doenças infecciosas repercutindo na qualidade de vida de milhões de pacientes além do impulso técnico, cientifico e financeiro. Entretanto a população não conhece o valor dos alimentos naturais na cura de doenças. Esse estudo visa mostrar a população que frutas e hortaliças são importantes também como remédios. As hortaliças são definidas como plantas suaves ou suculentas, e que não desenvolvem o tecido de madeira resistente. As hortaliças são usadas geralmente frescas, pois neste estado oferecem melhor sabor e seus componentes químicos, principalmente aqueles mais voláteis não são perdidos através de quebra das moléculas ou volatilização Como exemplo de hortaliças cita-se a cebola, o tomate e o pimentão. As frutas hoje estão entre os maiores agentes terapêuticos fornecidos pela natureza, uma vez que todas as frutas são dotadas de propriedades medicinais.
MATERIAL E MÉTODOS: Neste estudo foi utilizado o teste de difusão em disco de papel para a avaliação da atividade antimicrobiana dos sumos de cebola (Allium cepa), tomate (Solanum lycopersicum, L.), pimentão (Capsicum cordiforme), pimenta (Capsicum sp.), limão (Citrus limon), maracujá (Passiflora alata), melancia (Citrullus lanatus), laranja doce (Citrus sinensis), laranja azeda (Citrus aurantum Linn. e uva (Vitis vinifera) (BRAGA, 1960), frente a isolados clínicos de Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus saprophyticus, Micrococcus luteus, Enterococcus faecalis, Escherichia coli e Candida albicans, isoladas e identificadas no Setor de Bacteriologia da Unidade Laboratorial do Hospital das Clínicas da UFPE (HC) e no Setor de Bacteriologia do Laboratório Municipal de Saúde Pública do Recife (LMSP). A atividade antimicrobiana foi verificada pelo método de difusão em disco de papel (BAUER et al., KONEMAN 1997), frente aos microrganismos citados. Discos de papel (Whatman nº 2) de 6 mm foram impregnados com 10 L de uma solução a 30.000 g/mL da substância em estudo, dissolvida em dimetilsulfóxido (DMSO). As placas foram incubadas de acordo com a exigência do microrganismo em estudo. Como padrões foram utilizados Cetoconazol (25g) para levedura, Ampicilina (10g) para bactérias Gram-positivas e Canamicina (30g) para bactérias Gram-negativas. Os testes foram realizados em triplicata e os resultados expressos em mm pela média aritmética e o desvio padrão, dos diâmetros dos halos de inibição, formados ao redor dos discos nas 3 repetições. O teste controle foi realizado com discos embebidos em DMSO.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A leitura desse estudo foi realizada em discos de papel de 6 mm de diâmetro e seus halos de inibição foram medidos em centímetros. Foi considerada a melhor inibição para aqueles que apresentaram maior número na escala crescente. Os germes Gram-positivos apresentaram maior poder de inibição que os demais.Os testes foram realizados em triplicata e os resultados expressos pela média aritmética dos diâmetros dos halos de inibição em mm. O sumo do limão demonstrou maior atividade em relação aos demais sumos utilizados, apresentando halos que variaram de 17,333 (±0,5774) a 35,333 (±0,5774), seguido dos sumos de maracujá que apresentou halos de 13,667 (±0,5774) a 28,333(±0,5774) e do sumo da cebola, que exibiu halos entre 10,33 (±0,5774) e 17,333 (±0,5774). Nenhum dos sumos testados apresentou atividade frente ao Enterococcus faecalis, Escherichia coli e Candida albicans. A literatura não reportou nenhuma referência sobre esse assunto, por isso esse estudo foi considerado como incentivo para outros experimentos na mesma linha de pesquisa.
CONCLUSÕES: Para determinação do caráter de sensibilidade ou resistência das cepas empregadas frente aos sumos testados, foram utilizados os critérios de interpretação do antibiograma preconizados pelo NCCLS. Micrococcus luteus pode ser considerado sensível aos sumos de maracujá, limão e pimenta, enquanto que aos demais sumos apresentou-se com sensibilidade intermediária ou mesmo resistente. Os resultados foram para germes Gram-positivos
AGRADECIMENTOS: Ao CNPq pela bolsa PIBIC
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BAUER, A. W.; KIRBY, W.M.M.; SHEVIS, J.C.; TURCK, M. 1966. Antibiotic susceptibily
testing by a standardized single disc method. Amer. J. Clin. Pathol., v. 45, p. 493-496.
BRAGA, R. Plantas do nordeste, especialmente do Ceará, 1960, 2ª edição, Fortaleza, 538p.
KO NEMAN, E. W. et al. Diagnóstico microbiológico.3. ed. Cidade do México: Editorial Medica Panamericana, 1997. 909 p.