ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: DESENVOLVIMENTO DE ANALOGIA PARA A APRENDIZAGEM DO CONCEITO DE SOLUÇÃO ELETROLÍTICA

AUTORES: RIBEIRO, P.R. DA S. (UEL) ; BARRETO, S.R.G. (UEL)

RESUMO: RESUMO:A característica abstrata dos conceitos dificulta a sua representação no nível macroscópico. Um desafio aos professores é desenvolver métodos que possibilitem a aprendizagem significativa dos conteúdos. O conteúdo escolhido para aplicação da analogia foi Eletrólito. O material utilizado para a analogia foram canetas com tinta azul, vermelha e preta, caixas de papelão e sacos plásticos transparentes e para o experimento foram circuito elétrico com lâmpada e soluções de açúcar, sal de cozinha e hidróxido de cálcio. Ao comparar os resultados dos alunos das séries 1ªB e 1ªH observou-se aproveitamento similar quanto à aquisição do conceito e ambas superiores aos resultados dos alunos da 1ªA. A construção do conceito proposto foi facilitada com as realizações da analogia e do experimento.

PALAVRAS CHAVES: palavras chaves: analogia, canetas, eletrólitos

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: É notório a aversão que os alunos apresentam, por desinteresse ou por dificuldade, em assimilar conceitos abstratos. Isto pode ser decorrente da característica abstrata dos conceitos, dificultando a visão macroscópica. Um desafio aos professores é desenvolver métodos e modelos que possibilitem a aprendizagem significativa dos conteúdos durante o processo de formação dos alunos. A aprendizagem se torna significativa quando o conteúdo a ser ensinado faz sentido para o aluno, e isso é possível quando a nova informação encontra um ponto de ancoragem na sua estrutura cognitiva. Professores podem utilizar modelos de ensino como materiais instrucionais que auxiliam os alunos a entender algum aspecto que se deseja ensinar, sem alterar a estrutura conceitual do modelo científico e considerando as idéias prévias dos alunos (Souza,2006). O processo analógico ocorre de forma espontânea na cognição humana, a fim de expressar os conceitos mais difíceis e complexos quanto os mais fáceis. Mesmo sendo utilizado de forma espontânea e freqüente, pode-se considerar rara sua aplicação de forma consciente ou, pelo menos, intencional enquanto recurso didático-mediador do processo ensino-aprendizagem veiculado pelo discurso docente. O desenvolvimento satisfatório da linguagem analógica pode contribuir para aprendizagem significativa dentro da visão construtivista. Um conceito discutido nos programas de química é o de solução eletrolítica e eletrólito, bem como a classificação de eletrólitos fortes e fracos. A nossa experiência mostra que estes conceitos são colocados partindo-se do nível microscópico, do conceito de Arrhenius. O objetivo do trabalho foi desenvolver uma analogia a partir de objetos concretos e observáveis, para a aprendizagem do conceito de dissociação iônica.

MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAIS E MÉTODOS: Os conteúdos escolhidos para aplicação da analogia foram: Eletrólitos e Soluções Eletrolíticas. A analogia desenvolvida foi uma adaptação da de Fortman, 1994. O estudo foi realizado nas 1ª séries da E.E. Fernando Costa, de Presidente Prudente, SP. Na 1a B foram aplicadas a analogia, aula expositiva e experimento. Na 1a A, o conteúdo foi ministrado em aula expositiva. Na 1ª H o conteúdo foi ministrado em aula expositiva e experimento. O material utilizado para a nova analogia foi: 30 canetas esferográficas, 10 com tinta azul, 10 vermelhas, 10 pretas, 3 caixas de papelão e 3 sacos plásticos transparentes (embalagem). A 1ª B foi dividida em 3 grupos e sobre a mesa foram dispostas caixas numeradas de 1 a 3 e as embalagem com canetas de cores iguais. Na embalagem 1 estava as canetas vermelhas, conectadas com a tampa; as canetas azuis estavam abertas na embalagem 2, não conectadas com a tampa e a embalagem 3 com as canetas pretas, 2 conectadas com a tampa e 8 desconectadas. Os alunos observaram o procedimento do professor, que abriu a embalagem 1 e transferiu as canetas para o interior da caixa 1, o procedimento foi repetido com as embalagens 2 e 3 nas caixas 2 e 3. Os alunos fizeram o rodízio das caixas e anotaram o que observaram. O professor dividiu o quadro de giz em três partes denominadas caixa 1, 2 e 3 e os grupos descreveram em voz alta as observações do interior das caixas. O professor solicitou aos alunos que reproduzissem no caderno o cálculo da porcentagem de canetas abertas no interior das caixas. Para o experimento foram utilizados: circuito elétrico com lâmpada, soluções aquosas de açúcar, sal de cozinha e hidróxido de cálcio, 3 béqueres e 3 palitos de sorvete. Foi solicitado aos alunos o desenho representando cada uma das soluções.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na 1ªB, ao terminar o procedimento com as canetas, na aula expositiva o professor trabalhou o conceitos de eletrólito, realizou experimentos de condutividade elétrica, escreveu no quadro as equações para as dissoluções do C12H22O11, NaCl e Ca(OH)2, e perguntou aos alunos: Qual caixa representa a solução de água e açúcar? Com resposta verbal, o professor constatou que a maioria dos alunos respondeu “A solução é representada pela caixa 1”. Por que? “Todas as canetas permaneceram conectadas com a tampa, ocorrendo somente espalhamento entre elas”. Os alunos identificaram as caixas 2 e 3 com os béqueres que contêm as soluções de NaCl e Ca(OH)2. Os alunos associaram o número de canetas desconectas com a luminosidade da lâmpada. Os desenhos feitos pelos alunos mostram que 88 e 62% dos alunos da turma representaram corretamente os béqueres com as soluções de NaCl e Ca(OH)2, todas as partículas dissociadas e parte delas dissociadas, e 20% desenharam corretamente a solução com açúcar. Na 1ªH, não foi usada a analogia, somente a aula expositiva e experimento, os resultados mostram que 37, 66 e 62% dos alunos representaram corretamente as soluções de C12H22O11, NaCl e Ca(OH)2. Na 1ªA, somente com aula expositiva, os resultados mostram que 37, 46 e 54% dos alunos representaram corretamente as soluções de C12H22O11, NaCl e Ca(OH)2. O uso de um modelo de ensino que prioriza a visão macroscópica do conceito facilita a visão microscópica. Em 2006 os alunos da 1aA obtiveram melhores notas que os alunos das séries B e H. Porém, quando a eles foi solicitada a representação microscópica do conceito de solução eletrolítica, o rendimento deles foi inferior ao dos demais, este resultado foi atribuído à ausência da analogia e do experimento como estratégias de ensino.

CONCLUSÕES: CONCLUSÃO: Ao comparar os resultados dos alunos da 1ª série B com os da 1ª série H observou-se um aproveitamento similar quanto à aquisição do conceito de eletrólito e para estas duas turmas foram superiores aos resultados dos alunos da série 1ªA. Isto significa que para a construção do conceito de eletrólito e solução eletrolítica, o experimento que utiliza o circuito elétrico e que mostra as diferentes intensidades de luminosidade da lâmpada é eficiente, bem como a utilização da analogia com as canetas.

AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao Curso de Especialização em Química do Cotidiano na Escola, do depto de Química da Universidade Estadual de Londrina.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FORTMAN, J.J.1994.Pictorial analogies X Solutions of electrolytes. J. Chem Edu, 71: 27-28.

SOUZA, V.C.de A.; JUSTI, R.S; FERREIRA, P.F.M. Analogias Utilizadas no Ensino dos Modelos Atômicos de Thomson e Bohr: uma análise crítica sobre o que os alunos pensam a partir delas. Disponível em :http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/vol11/n1. Acesso em 29 ago.2006.