ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: ENSINO DE QUÍMICA, EXPERIMENTAÇÃO, INFORMÁTICA: INTERAÇÕES POSSÍVEIS NA ESCOLA PÚBLICA

AUTORES: ROGADO, J. (UNIMEP) ; ROSALEN, M.A.S. (UNIMEP) ; CAMBA, L.A.F. (UNIMEP) ; AVILLA FILHO, A. (UNIMEP)

RESUMO: Possibilitar aos alunos a construção e reconstrução de conceitos científicos é preciso. Dominar a tecnologia em informática e comunicações também. Os alunos precisam conhecer os equipamentos, programas e conceitos, integrando-os ao trabalho e ao desenvolvimento individual e interpessoal. Este trabalho busca investigar as possibilidades de utilização da experimentação - real e virtual - para o enriquecimento das aulas de Química na escola pública, contribuindo para a uma formação discente de melhor qualidade. Os resultados apontam à possibilidade do uso desses ambientes como facilitadores na busca do conhecimento pelo alunado e, também, pelos docentes integrados nas ações, melhorando a qualidade do trabalho desenvolvido na Unidade Escolar.

PALAVRAS CHAVES: ensino de química, informática, experimentação.

INTRODUÇÃO: A partir dos anos 80, a análise do processo educacional passou a ter como tônica o processo de construção do conhecimento científico pelo aluno, visando à formação intelectual básica do aluno de modo a contribuir para que compreenda o seu meio físico, social e dele participe. Desta forma, entende-se que seja possível fazer com que os alunos construam e reconstruam seus próprios conceitos, a partir de uma exploração intelectual constante de seu meio. (SÃO PAULO, 1992; SÃO PAULO, 1994).
O domínio da tecnologia em informática e comunicações tornou-se indispensável. Acompanhando esses avanços tecnológicos, as diretrizes básicas do ProInfo/MEC, programa de educação voltado para a introdução da tecnologia no processo de ensino-aprendizagem, objetivam oferecer aos jovens uma educação de qualidade. Através desse programa, a escola pública pode dispor de laboratórios de informática, juntamente com softwares específicos. (TAVARES, 2006; WEISS, 2004).
Segundo os PCN (1997) e PCNEM (2000), a informática deve ser incluída como componente curricular, preparando os estudantes para o mundo tecnológico e científico, contextualizando e aproximando a escola cada vez mais do mundo real em que vivemos. Os estudantes devem ser vistos como quem usa a informática enquanto instrumento de aprendizagem, que conhece os equipamentos, programas e conceitos que lhe permitam a integração ao trabalho e o desenvolvimento individual e interpessoal: cabe aos docentes, utilizando-se da tecnologia disponível, o enriquecimento das aulas.
Os objetivos do trabalho referem-se à investigação das possibilidades de utilização da experimentação - real e virtual - para o enriquecimento das aulas de Química na escola pública.

MATERIAL E MÉTODOS: O trabalho iniciou-se com o reconhecimento do espaço físico e equipamentos e materiais disponíveis na escola pública (campo de pesquisa). Seguiu-se rigorosa revisão bibliográfica buscando maior fundamentação para, adiante, possibilitar a investigação de materiais e equipamentos mais adequados para uso nas ações, bem como acompanhamento da preparação e execução das atividades experimentais nos Laboratórios de Informática e Ciências, integrando a “realidade e a virtualidade”.
As aulas práticas possibilitam a geração de (pré)ocupação no trato de temas pertinentes, investigação e ampliação de entendimentos. As atividades de informática compreendem capacitar os alunos no uso de equipamentos, programas e conceitos que permitam aperfeiçoar o trabalho nesse espaço. Concomitante faz-se uso de softwares educacionais e simulações para maior esclarecimento dos conceitos tratados nas aulas teóricas e práticas. Também, faz-se uso dos computadores para a pesquisa de conceitos químicos na Internet e desenvolvimento de relatórios desses experimentos para edição e publicação na Internet, em site gratuito e homepages desenvolvidas pelos discentes envolvidos no projeto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A preparação dos espaços físicos foi realizada pelos estagiários, coordenadora e alunos da escola pública, em horário diferente daquele das aulas. O entusiasmo e interesse dos alunos para colocar em funcionamento aqueles ambientes foi perceptível. Alias, segundo Fertonani (2003), a propostas de uso de laboratórios de química e de informática proporciona oportunidade para os alunos desenvolverem suas habilidades em outras ciências e tecnologias praticando efetivamente a interdisciplinaridade: o desenvolvimento de aulas práticas instiga o aluno às discussões facilitando a compreensão de novos conceitos, o desenvolvimento do trabalho coletivo e facilitando o diálogo entre professor e aluno.
Como a experimentação no ensino tem função pedagógica, as atividades experimentais respeitaram a necessidade de períodos pré e pós-atividade, integrando “teoria” e “laboratório”. A ampliação do trabalho vem se dando com as atividades no Laboratório de Informática, com suporte dos estagiários.
Quando propomos a experimentação, não pretendemos apenas que os alunos utilizem materiais do laboratório, tampouco redescubram os conceitos criados pelos cientistas, mas adquiram habilidades, técnicas, entrando em contato com fenômenos químicos e possibilitando o uso de modelos explicativos por meio de suas observações, de seu sistema lógico, de sua linguagem, integrando ao conhecimento tratado em sala de aula.
Apesar do interesse ainda tímido de alguns docentes, os resultados apontam à possibilidade de uso de ambientes para atividades experimentais “reais e virtuais” como facilitadores da geração de interesse à busca do conhecimento pelo alunado e, também, daqueles docentes integrados nas ações, melhorando a qualidade do trabalho desenvolvido na Unidade Escolar.

CONCLUSÕES: As ações têm proporcionando aos professores, alunos e estagiários condições singulares que permitem integrar o ensino de sala de aula às atividades no Laboratório de Ciências/Química e ao Laboratório de Informática, contribuindo para o desenvolvimento das habilidades e capacidades necessárias na competência de cada um. Aponta-se como bastante viável e preciosa a utilização da experimentação - real e virtual - no enriquecimento das aulas de Química na escola pública.

AGRADECIMENTOS: À Diretoria Regional de Ensino de Piracicaba e ao Núcleo de Educação em Ciências da UNIMEP.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BRASIL. Secretária de Educação de Ensino Fundamental. 1997. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino de Ciências no curso fundamental – Ciências Naturais, MEC/SEF, Brasília – DF.
BRASIL. Secretaria de Educação de Ensino Médio. 2000. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino de Química no curso médio – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. MEC/SEF, Brasília – DF.
FERTONANI, I.A.P.; TIERA, V.A.O.; PLICAS, L. L.M.A. 2003. Trabalhando a Química e a Interdisciplinaridade da Questão Ambiental nas Escolas da Rede Pública de São José do Rio Preto. 08 (11): 17-18. Disponível em <http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2003/Trabalhando%20a%20quimica.pdf> Acesso em, 07/06/2007.
SÃO PAULO. Secretária de Estado da Educação. 1992. Proposta Curricular para o Ensino de Ciências e Programa de Saúde – 1º Grau. São Paulo – SP.
SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Educação. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. 1994. Proposta Curricular para o Ensino de Química – 2º Grau, 3ª edição, São Paulo – SP.
TAVARES, N. R. B. 2006. História da informática Educacional no Brasil observada a partir de três projetos públicos. Disponível em: <http://www.proinfo.gov.br/> Acesso em: 09/12/2006.
WEISS, A. M. L. 2004. Reflexões sobre a Informática Educativa. Visão Educacional, Rio de Janeiro, Disponível em: <http://www.visaoeducacional.com.br/visao_educacional/artigo3.htm> Acesso em: 09/12/2006.