ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: UMA MANEIRA ALTERNATIVA DE MINISTRAR ESTEQUIOMETRIA
AUTORES: FERREIRA, O. L. S. (UESPI) ; LUZ JÚNIOR, G. E. (UESPI)
RESUMO: Foi aplicada, a alunos da primeira série do ensino médio, uma metodologia alternativa para o ensino de cálculo estequiométrico baseada em aulas demonstrativas com experiências simples e receitas culinárias. Essa metodologia alternativa foi comparada com a metodologia tradicional. Os alunos demonstraram maior assimilação do referido conteúdo com a metodologia proposta.
PALAVRAS CHAVES: estequiometria, aula demonstrativa, metodologia.
INTRODUÇÃO: No estudo da Química, é necessário destacar uma importante tarefa no dia-a-dia dos químicos: calcular a quantidade de reagentes a serem consumidos numa determinada reação química (processo pelo qual uma ou mais substâncias dão origem a formação de outras, diferentes das primeiras), e dos produtos que serão obtidos por meio dessa reação.
Quando uma reação química envolve quantidades conhecidas de reagentes, é possível prever a quantidade de produto(s) formado(s), ou vice-versa. Partindo das massas molares de cada participante, obtidas com auxílio da tabela periódica, e da equação química do processo, é possível estabelecer relações entre as quantidades de reagentes e de produtos e, baseando-se nelas, fazer previsões. E isto é o que se denomina cálculo estequiométrico. (PERUZZO; CANTO, 2003).
Mas, como muitos outros conteúdos de Química, a estequiometria não é muito compreendida pelos alunos do ensino médio. Estes não conseguem absorver com facilidade a relação entre as quantidades de reagentes e produtos.
Por esse motivo, este trabalho tem como objetivo geral propor uma metodologia que facilite a compreensão do assunto cálculo estequiométrico por parte dos alunos da 1ª série do ensino médio.
MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente foram elaboradas várias aulas sobre o conteúdo de cálculos químicos, partindo-se desde as Leis Ponderais até o caso de rendimento de reações, em cálculo estequiométrico.
Foram organizadas duas turmas para a realização de dois mini-cursos, cada um com carga-horária de 10 horas/aula. Cada turma foi formada aleatoriamente com 10 (dez) alunos do 1º ano do ensino médio de diferentes escolas públicas e privadas.
Um mini-curso foi ministrado por meio de aulas não-demonstrativas, onde o assunto foi passado na maneira que se encontrava nos livros didáticos de química.
Já para a outra turma, o mesmo assunto foi ministrado de maneira em que as aulas pudessem ser as mais demonstrativas possíveis.
Utilizando-se de experiências, como:
• Utilizando uma balança verificar e anotar as massas de bolinhas de gudes, de tamanhos diferentes, pesadas separadamente, e depois verificar a massa das mesmas pesadas juntas. Onde as bolinhas separadas representavam os reagentes e juntas, os produtos;
• Combustão de papel e de esponja de aço sobre o prato de uma balança para discutir a lei de Lavoisier;
• Para o conceito de mol, estequiometria e equações químicas, foram utilizados limões para representar os átomos. Os quais também foram usados para explicar a lei de Proust;
• As relações estequiométricas, bem como a idéia de excesso de reagentes, impurezas e rendimento, foi explicada utilizando receitas culinários de bolos, tortas, etc.
As metodologias foram avaliadas por meio da aplicação de questionário, com dez questões discursivas, aos alunos no final dos mini-cursos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O número de acertos nos questionários aplicados aos alunos está apresentado na figura 1:
FIGURA 1: Números de acertos das duas turmas.
É notável que o número de acertos dos alunos que participaram do mini-curso com a metodologia alternativa foi significativamente maior que o daqueles que fizeram o mini-curso com a metodologia tradicional. Isso demonstra que a turma, cujas aulas foram ministradas de maneira demonstrativa teve um maior índice de assimilação em relação aos alunos da outra turma.
Nota-se, também, que apenas as questões 5 e 6 foram as que menos foram acertadas pelas duas turmas. Essas são questões que relacionam números de mols e volume. É possível que isso seja um reflexo do fato de não se ter utilizado nenhuma demonstração relacionando mol com volume. O que corrobora com a eficiência da metodologia proposta.
CONCLUSÕES: Pode-se concluir que o conteúdo de cálculo estequiométrico, apesar de, de acordo com os alunos, ser o assunto mais complicado do 1º ano do ensino médio, pode ser ministrado de maneira a facilitar o seu entendimento por meio de aulas demonstrativas com objetos e situações cotidianas.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: PERUZZO, Tito Miraguaia; CANTO, Eduardo Leite do. Química. São Paulo. Editora Moderna. Coleção Base. 2003. p. 125-130.