ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: Avaliação do Desempenho Escolar de Química como Ferramenta de Exclusão Social

AUTORES: FARIAS, A. S. (UEPB) ; CALIXTO, C. D. (UEPB) ; CALIXTO, C. D. (UEPB) ; LUCENA, G. S. (UEPB) ; BATISTA, N. S. A. (UEPB) ; FARIAS, G. G. (UEPB)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o papel da avaliação do desempenho escolar no ensino de Química, como ferramenta de exclusão social, conseqüência da prática pedagógica desvirtuada adotada pelo nosso sistema educacional. Essa baixa qualidade da educação, principalmente a pública, é ligada a uma ineficiente administração e gerenciamento educacional, uso insuficiente e impróprio dos recursos financeiros e principalmente à estratégias de ensino e avaliação do desempenho escolar inadequadas. Destacam-se, neste texto,observando-se, no caso dos exames, seu potencial de condicionar os currículos e, desse modo, intensificar desigualdades escolares e sociais.

PALAVRAS CHAVES: avaliação do desempenho escolar, ensino de química, desigualdades escolares e sociais.

INTRODUÇÃO: A baixa qualidade da educação escolar brasileira, principalmente a pública, está associada à ineficiente gestão institucional, aos insuficientes recursos financeiros e, às estratégias de ensino e avaliação do desempenho escolar inadequadas e ultrapassadas.
A avaliação escolar como um componente do processo educativo tem como finalidade orientar o ensino e facilitar a aprendizagem das ciências. O ensino se realiza quando alunos e professores atingem a congruência acerca dos significados em discussão (Moreira, 1990). E essa assimilação de significados exige que os alunos relacionem as novas informações trazidas à aula com o conhecimento que possuíam anteriormente ao ensino (Ausubel et al., 1980;).
Portanto, seria de esperar que a avaliação escolar fosse uma atividade cotidiana de colaboração entre professores e alunos na busca do conhecimento. Entretanto, não é o que acontece. O processo avaliativo corriqueiramente empregado nas escolas "é atravessado mais por uma pedagogia do exame que por uma pedagogia do ensino/aprendizagem" (Luckesi, 1997) e assim, mais afasta que aproxima os alunos do estudo.
Desse modo à avaliação deve ser discutida e reelaborada diariamente, de modo a aumentar a eficácia do ensino e ajudar no esclarecimento dos significados, produzindo razões para a aprendizagem.
Nesse sentido, pretende-se com este trabalho iniciar reflexões sobre o papel da avaliação do desempenho escolar no ensino de Química predominante nas escolas mostrando as principais conseqüências da prática pedagógica desvirtuada adotada pelo nosso sistema educacional.


MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia adotada neste trabalho foi o estudo exploratório, com base na análise de textos, fundamentados em (MOREIRA,1990), (AUSUBEL et al., 1980;), (LUCKESI, 1997), trabalhos de pesquisa científica sobre o tema em tela (Internet), livros.



RESULTADOS E DISCUSSÃO: Com base nos dados obtidos, pôde-se afirmar que a realidade do processo avaliativo é completamente oposta à filosofia da educação problematizadora necessária em nossas escolas. Avaliar é um ato extremamente complexo, cuja responsabilidade não é competência única do professor, mas sim de todos os elementos integrantes do processo educacional (alunos, pais e gestores educacionais). Neste contexto, a escola, a didática, o currículo escolar e sobretudo a avaliação são reflexos de uma estrutura complexa de relação de poder. O termo avaliação tem sido constantemente associado a expressões como: fazer exame, atribuir notas, repetir ou passar de ano. Esta associação é resultante de uma concepção pedagógica arcaica e dominante. Nela, a educação é concebida como mera transmissão e memorização de informações prontas e o aluno é visto como um ser passivo e receptivo.
É preciso sobretudo, rever os paradigmas da avaliação do desempenho escolar, bem como da educação como um todo, para que a aprendizagem, na disciplina de Química, do aluno possa ir para além da sala de aula. O modelo classificatório de avaliação mais utilizado, onde os alunos são considerados aprovados ou não aprovados, oficializa a concepção de sociedade excludente adotada pela escola atual.
O resultado da avaliação é considerado portanto, como uma sentença, um veredicto oficial da capacidade daquele aluno que fica registrado e é perpetuado para o resto de sua vida. O mais gritante porém, é que a publicação dos resultados não revela aquilo que o aluno conseguiu apreender, é um resultado fictício, definindo um perfil, pela cristalização desse falso resultado.


CONCLUSÕES: A avaliação do rendimento escolar está relacionada à fragmentação da avaliação, podendo excluir o aluno da instituição e da sociedade, através da desmotivação, do desrespeito do professor ou de um conselho que não avaliou seu aluno na totalidade. Portanto como as escolas apresentam diferentes critérios de avaliação, exclui o aluno da instituição e da sociedade, é necessário que as instituições revejam seus conceitos e filosofias para que se consiga minimizar esta exclusão.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AUSUBEL, D.; NOVAK, J.; HANESIAN, H. (1980). Psicologia Educacional. Rio de Janeiro:Interamericana.
LUCKESI, C. C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 1997.
MOREIRA, M. A. (1990). Pesquisa em Ensino: o vê de Gowin. são Paulo: EPU.