ÁREA: Ensino de Química
TÍTULO: O ENSINO DE QUÍMICA: DISCUSSÃO E INVESTIGAÇÃO DA APRENDIZAGEM DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO DA ESCOLAS PÚBLICAS
AUTORES: RIBEIRO, W. H. F (UVA) ; RICARTE, M. C. C. (UFC) ; NASCIMENTO, T. L. (UFC) ; RIBEIRO, S. M. S. (UFC)
RESUMO: A química é uma ciência ligada ao nosso cotidiano e de suma importância para a sociedade atual e, dentro de uma perspectiva de educação voltada para formar o cidadão, não pode deixar de ser dada a esta disciplina a devida atenção e cuidado com sua qualidade de ensino. Este trabalho trata de investigar e discutir a aprendizagem de Química no Ensino Médio na Escola Pública brasileira e cearense. Para tanto, foi feito um levantamento sobre a situação do ensino médio a nível de Brasil, a partir dos dados dos relatórios pedagógicos do Enem de 1998 a 2002, onde foi verificado o rendimento nas provas objetivas e os dados sócio-econômicos, a fim de se buscar subsídios para a discussão dos fatores que respondem por aquele rendimento.
PALAVRAS CHAVES: avaliação, enem
INTRODUÇÃO: Através de conhecimentos científicos básicos, entre eles o químico, o indivíduo poderá entender melhor o mundo em que vive. Na perspectiva de uma escola voltada para a formação do cidadão, a qual estabelece as Leis de diretrizes e bases da educação, é que se verifica o papel importante do ensino de química. Para que cumpra adequadamente o seu papel, é importante que o ensino desta disciplina esteja bem estruturado e comprometido com a realidade do aluno.
O ensino de química na escola atual, bem como o de outras disciplinas, deixa muito a desejar. Através da análise dos relatórios pedagógicos de alguns Enems, pôde-se observar um baixo aproveitamento apresentado pelos egressos e concludentes do ensino médio a nível nacional.
Espera-se, com este trabalho, influenciar professores, e demais profissionais de educação, a repensarem sua práxis e seu papel de formadores de cidadãos e, com isso, contribuir para melhorar o ensino de química no ensino médio do nosso país.
MATERIAL E MÉTODOS: Realizou-se uma pesquisa analisando o desempenho dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio nos anos de 1998 até o ano de 2002.Um outro ponto estudado, foi a relação com que os alunos se comportava com o professor e o conteúdo.
Foi feita uma triagem das questões de química do total de questões objetivas daqueles Enems. A escolha foi feita segundo o seguinte critério: questões cuja resolução exija conhecimento adquirido em aulas de química e que, de outro modo não poderiam ser respondidas com segurança, ou seja, sem o aluno ter aulas de química não poderia responder satisfatoriamente a questão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os Relatórios Pedagógicos do Enem dos anos de 1998, 1999, 2000, 2001 e 2002 (os cinco primeiros Enems) foram tomados como instrumento para fazer um diagnóstico do ensino médio a nível de Brasil, e também do ensino de química, através da análise dos percentuais de acertos nas questões objetivas. Foram tomados apenas estes cinco relatórios porque só estes estavam acessíveis. Entretanto, acredita-se tratar de material significativo, uma vez que o Enem se consolidou como instrumento de avaliação do Ensino Médio no país já em 2001, com um total de 200 mil pessoas inscritas, de acordo com o relatório pedagógico daquele ano e, portanto, os dados colhidos a partir daí dão um retrato bem fiel da realidade brasileira.
A imagem do desempenho é dividida claramente pelas diferenças associadas à escola pública e à escola privada. Apesar de serem valores não muito consideráveis, a escola particular apresenta-se invariavelmente melhor do que a escola pública. Este fato acontece pela associação também da escolaridade dos pais e pela renda familiar que é alta. Sendo que as médias baixas, localizadas nas escolas públicas estão articuladas à ausência de escolaridade dos pais e baixas faixas de renda familiar. Isso nos mostra também que os alunos das escolas particulares são alunos que têm maior acesso a informações, pela facilidade aos meios de comunicação, como tv, rádio, Internet e pela recorrência do senso comum.
Esta observação revela que o acesso ao ensino de melhor qualidade forma subsídios a que os jovens superem suas condicionantes negativas, assumindo que a escola particular esteja oferecendo ensino de melhor qualidade comparativamente à escola pública.
CONCLUSÕES: O ensino brasileiro, de acordo com o Enem, tem apresentando baixos rendimentos, dentro da visão de ensino voltado para o desenvolvimento de habilidades e a construção de estruturas que permitam ao educando ser capaz de resolver problemas e aplicar o conhecimento adquirido em diferentes situações.
A escola pública mostrou os piores resultados nos Enems dos anos de 1998 a 2002, em comparação ao ensino particular, o que revela a problemática do ensino público brasileiro e manifesta a necessidade de uma reforma estrutural urgente.
AGRADECIMENTOS: A Universidade Federal do Ceará.
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