ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO ENSINO DA ISOMERIA PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

AUTORES: SILVA (UECE) ; SILVA (UECE)

RESUMO: A abordagem da isomeria é realizada, convencionalmente, com o auxílio de livros textos e através de aulas expositivas, tendo como principais recursos o quadro branco, pincéis e retroprojetor. Com o objetivo de verificar as dificuldades no processo ensino/aprendizagem referente à isomeria, utilizou-se uma metodologia comparativa, com exposição de aulas convencionais e aulas com o auxílio do modelo molecular. Através da aplicação e análise de resultados de um questionário, foi possível verificar que as aulas expositivas realizadas com o auxílio do modelo molecular foram mais eficazes. Porém, pode–se observar que as maiores dificuldades para o reconhecimento dos compostos isômeros e para suas classificações estão diretamente relacionadas ao estudo da nomenclatura dos compostos orgânicos e de suas respectivas fórmulas estruturais.

PALAVRAS CHAVES: isomeria, química orgânica

INTRODUÇÃO: Vários estudos vêm sendo feitos com o intuito de melhorar a educação no Brasil. Na disciplina de Química, notou-se o desencanto dos alunos no estudo da disciplina, que tem sido relegada ao lugar de matéria chata. É notável a dificuldade dos alunos em problematizar o conteúdo químico e transformá-lo em algo prático para a sua vida e da sua sociedade. Enquanto que a química orgânica começa a ser desenvolvida no segundo ano do ensino médio, a preocupação dos alunos em obter êxito na prova do vestibular faz com que o estudo de cada conteúdo se resuma em decorar conceitos e fórmulas, resultando em prejuízo no processo de aprendizagem. O auxílio do modelo molecular, por tratar-se de uma novidade como recurso pedagógico facilita a visão espacial do aluno e centraliza toda sua atenção para o aprendizado do conteúdo. O estudo da isomeria é de importância ímpar para mostrar ao aluno a função de determinados hormônios, proteínas, aromatizantes dentre outros, além de facilitar o aprendizado no assunto seguinte, que são as reações orgânicas. Muitas são as dificuldades dos alunos do ensino médio em isomeria constitucional, conformacional e configuracional, dentre as quais enumera-se as mais comuns: 1 - entender o conceito de compostos isômeros; 2 - diferenciar um isômero constitucional de um estereoisômero; 3 - classificar os isômeros constitucionais; 4 - representar a fórmula estrutural dos isômeros constitucionais. Este trabalho procurou descobrir essas dificuldades no ensino da isomeria para os alunos do ensino médio, com o objetivo de colaborar com a melhoria do ensino de química.

MATERIAL E MÉTODOS: A metodologia aplicada neste trabalho constituiu-se das seguintes etapas: I) relembrar todos os tipos de funções orgânicas trabalhadas anteriormente, dando-se ênfase, inicialmente, ao reconhecimento dessas funções; II) logo após reconhecidas, tornou-se necessário, saber todas as nomenclaturas dos compostos orgânicos trabalhados e foram montadas as fórmulas estruturais dos mesmos, a partir de suas nomenclaturas; III) após a breve revisão sobre os compostos orgânicos e suas nomenclaturas, iniciou-se as aulas expositivas sobre o assunto de isomeria constitucional sem o auxílio do modelo molecular, utilizando como principais recursos o quadro branco, pincéis e retroprojetor. A aula consistiu na definição de isomeria constitucional, fazendo algumas explanações sobre isomeria conformacional e configuracional para que fosse possível mostrar a diferença básica entre um isômero plano de um isômero espacial, assim como suas respectivas classificações; IV) aplicação de um questionário sobre a aula ministrada para saber se o grupo de alunos conseguiu absorver os conceitos desenvolvidos em sala. Essa turma foi classificada por A, para fins comparativos; V) ministração de aula expositiva sobre o assunto de isomeria constitucional, fazendo algumas considerações sobre a isomeria conformacional e a configuracional, com o auxílio do modelo molecular e retroprojetor para outro grupo de alunos do mesmo ano. Essa turma foi classificada por B para fins comparativos; VI) aplicação do mesmo questionário que foi dado para a turma A, na turma B; VII) fez-se uma análise dos resultados obtidos com a aplicação do questionário e comparou-se o rendimento no aprendizado entre o grupo de alunos A e B.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O estudo da isomeria começou a ser feito, sem a utilização do modelo molecular, para a turma classificada como A, tendo como principais recursos o quadro branco, pincéis e retroprojetor. Logo após, fez-se a utilização do modelo molecular e do retroprojetor, para ministrar a aula da turma B. As definições serviram para indicar a diferença básica entre os isômeros planos e os isômeros ópticos. Na aplicação do questionário para testar os conhecimentos dos alunos no assunto abordado, teve-se os seguintes resultados: a questão de número um permitiu avaliar o quanto o aluno conseguiu entender a definição de compostos isômeros. O modelo molecular conseguiu mostrar através das estruturas dos compostos a diferença existente entre eles, fato comprovado através do índice de acertos por parte dos alunos. A questão de número dois permitiu avaliar se o aluno conseguiu diferenciar isômeros planos de isômeros espaciais que é facilitado através da montagem de estruturas com o auxílio do modelo molecular. A questão de número três tornou-se um pouco mais complexa, pois o aluno precisou ter domínio na parte de nomenclatura dos compostos orgânicos além de saber construir as fórmulas estruturais planas dos compostos para saber classificá-los em isômeros constitucionais ou estereoisômeros. A questão de número quatro conseguiu mostrar que as principais dificuldades na classificação dos isômeros constitucionais são: a) reconhecimento dos compostos orgânicos; b) nomenclatura oficial dos compostos orgânicos; c) construção das fórmulas estruturais dos compostos orgânicos.

CONCLUSÕES: Através dos resultados obtidos com a aplicação do questionário pode-se concluir que a utilização do modelo molecular, assim como a utilização de transparências, em um retroprojetor, ou até mesmo, com o auxilio de outros recursos audiovisuais, facilita a visualização dos compostos orgânicos pelos alunos e com isso fica muito mais fácil aprender a isomeria em compostos orgânicos. Observou-se que com a aplicação dessa metodologia, as dificuldades dos alunos do ensino médio em isomeria constitucional, conformacional e configuracional, diminuíram bastante e assim espera-se que este trabalho colabore com o professor em tornar o ensino deste assunto mais atraente e compreensível.



AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANTUNES, Celso. A grande jogada: manual construtivista de como estudar. 11.ed.
Rio de Janeiro: Vozes, 1996.
MORRISSON, R & BOYD, R. Química Orgânica. 13.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996.